A
democracia sob chuvas e trovoadas
É aguda a crise que assola a nação. O
tripé, Legislativo, Judiciário e sociedade, os dois primeiros, navegam em
“águas turvas”, envolvidos em uma metamorfose de denúncia, mentiras e fatos reais
que antes ficavam entre as paredes do planalto e dos tribunais, agora com as
redes sociais, escoam e produzem efeito devastador na política nacional.
No topo dessa nebulosa, novos fatos,
surgem, e se transformam em inquietantes discussões que traz inquietação para a
sociedade. Este cenário tem reflexo para a economia e desperta a desconfiança
do capital internacional.
O
ranking da consultoria T.Keaorney, que assessora grupo econômicos, indica que o
Brasil deixou de ser um país confiável para o investimento estrangeiro.
A
T.Keaorney, que lista os 25 países mais confiáveis – e do qual o Brasil saiu
pela primeira vez desde que o levantamento foi desenvolvido, em 1998. Sem o
Brasil, nenhum país da América do Sul aparece no ranking. "A ausência de
quaisquer países sul-americanos entre os 25 é notável, entretanto, dado que o
Brasil foi incluído em todas as edições anteriores do ranking", aponta o
estudo. Em 2018, o país já aparecia na 25ª e última posição.
A
notícia de que o Índice de Confiança do Consumidor (ICC) da Fundação Getulio
Vargas recuou 2,9 pontos em maio para 86,6 pontos, traduz a inquietação do
brasileiro. Após a quarta queda consecutiva,
O
relatório avalia o resultado de maio e mostra um aumento expressivo da
insatisfação dos consumidores com a situação atual, principalmente entre
famílias de menor poder aquisitivo. “Uma alteração deste quadro parece estar
condicionada à redução dos elevados níveis de incerteza política e econômica
observados hoje no país”, afirma Viviane Seda Bittencourt, Coordenadora das
Sondagens.
Esta
saga política teve início no escândalo do mensalão, o que levou o todo poderoso
do Partido dos Trabalhadores – PT, José Dirceu para trás das grades.
Figuras
das mais controvertidas e de alto teor de perversidade, Eduardo Cunha trouxe
sério dano a sociedade, quando a frente da presidência da Câmara durante o
governo da ex-presidente Dilma Rousseff, cujo impeachment, acabou de empurrar a
nação para as trevas da política.
Neste
momento os refletores deste submundo da política estão sobre o ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio
Moro. Há pouco ele participou de audiência na Comissão de Constituição e
Justiça do Senado (CCJ) para responder a perguntas sobre as mensagens que
teriam sido trocadas por meio do aplicativo Telegram entre ele, então juiz
federal, e procuradores da Lava Jato, divulgadas pelo site jornalístico The
Intercept.
O juiz se defende com o argumento de que “conversas
entre os jurisdicionados é normal”. Entendo, pela experiência judicante, de que
essa relação entre os pares são válidas quando se trata de Turma, onde o
magistrado faz parte da sua composição.
Ademais, o tema por ser inquietante e complexo, e
sob pressão do PT e seus aliados, o ministro precisa para a segurança jurídica,
manter um posicionamento discreto, com menos foco e mais concentração nos seus
afazeres republicanos.
A questão agora é avaliara que é mais importante
para o Brasil. Um juiz que combate o crime de grupos, e políticos que habitam o
cenário nacional, ou um condenado e preso por atos lesivos a nação?
O
ex-presidente Lula foi o condenado e preso de mais alto cargo da operação e
cumpre pena na Superintendência da Polícia Federal da capital paranaense desde
abril de 2018.
Condenado
por Moro em julho de 2017 a nove anos e meio de prisão por corrupção passiva e
lavagem de dinheiro. A sentença foi reduzida este ano por um tribunal superior
a oito anos e dez meses.
Moro
finalmente o considerou culpado de ter se beneficiado de um apartamento
oferecido pela empreiteira para obter licitações na Petrobras. O fundador do
Partido dos Trabalhadores (PT) sempre se declarou inocente e denunciou um
esquema para impedir a volta da esquerda ao poder.
Seria
esse tão somente o fato que cerca a reação de Lula?
Diante
deste e outros fatos, me ocorre analisar se a tática da esquerda magoada pela
derrota sofrida nas urnas de 2018 seria a de desqualificar, aqueles que levaram
o líder petista para a prisão?