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domingo, 27 de setembro de 2020

 ANÁLISE & POLÍTICA

ROBERTO MONTEIRO PINHO

Ibope: Bolsonaro tem avaliação positiva e avança 11 pontos

O governo do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) atingiu 40% de avaliação positiva, mostra uma pesquisa Ibope encomendada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). O percentual é o maior registrado desde o início do mandato e 11 pontos percentuais mais alto do que o resultado da última edição da pesquisa, que foi realizada em dezembro de 2019. À época, a aprovação do governo estava em 29%.

Avaliaram como regular o governo de Bolsonaro 31% dos entrevistados, sendo que há nove meses 29% das pessoas ouvidas deram essa mesma resposta. Já a avaliação negativa, aqueles que classificam a administração federal como ruim ou péssima, caiu de 38% para 29% em nove meses.

No intervalo entre a realização das duas pesquisas, o Brasil começou a enfrentar a pandemia da Covid-19, doença causada pelo novo coronavírus (Sars-CoV-2). Motivo pelo qual Bolsonaro tem sido muito criticado em relação ao combate à doença.

Governo anuncia o programa social Renda Cidadã

O programa social do presidente Jair Bolsonaro deverá se chamar Renda Cidadã, segundo o relator da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) do chamado Pacto Federativo, senador Márcio Bittar (MDB-AC).

Essa proposta abre espaço no orçamento da União para aumento de gastos. O Renda Cidadã deve substituir e ampliar o Bolsa Família, criado na gestão petista e que atende um universo de 14 milhões de famílias a um custo anual de R$ 32 bilhões.

Segundo Bittar, o presidente Jair Bolsonar o deu, nesta quarta-feira (23), o aval para que ele crie o novo programa e aponte a fonte de recursos no relatório. A medida foi acertada também com todos os líderes da base de apoio na Câmara dos Deputados e no Senado, após reuniões nos últimos dias.

— Posso dizer que estou autorizado a fechar o relatório e apontar a fonte de recursos para o novo programa. Isso foi acertado com o presidente e todos os líderes — afirmou Bittar. 

Ele não quis antecipar a fonte de recursos, mas diz que será preciso cortar gastos para obter espaço em torno de R$ 30 bilhões a fim de incluir no programa dez milhões de famílias. A cifra vai depender do valor do benefício que essas pessoas vão receber. Segundo interlocutores, Bolsonaro gostaria de manter o novo valor do auxílio emergencial de R$ 300, que termina em dezembro.

Tanto no governo, quanto no Legislativo a palavra de ordem é não entrar em detalhes sobre o novo programa para não criar ruídos, depois de entrevistas do  secretário especial de Fazenda, Wadery Rodrigues, informando que entre as fontes alternativas de recursos estaria o congelamento do valor das aposentarias.  

Bolsonaro negou que tiraria dos pobres para dar aos paupérrimos e proibiu integrantes do governo de falar sobre o então Renda Brasil, nome que vinha sendo cogitado para substituir o Bolsa Família. Ele também negou que faria mudanças no abono salarial do PIS.

EUA: Trump já lidera a corrida pela Casa Branca

Quando as urnas forem fechadas, na noite de 3 de novembro, centenas de milhares de votos enviados pelo correio ainda estarão aguardando processamento em estados-chave, particularmente Michigan, Pensilvânia e Wisconsin. Será praticamente impossível contá-los na noite da votação, pois o total de votos enviados à distância deve bater todos os recordes este ano.

Vários estados não têm os recursos nem o pessoal necessário para garantir uma apuração rápida (diferentemente do Brasil, não existe uma autoridade eleitoral central; cada estado é responsável por definir suas regras). Além disso, em diversos deles a contagem dos votos pelo correio não pode começar antes do dia da eleição.

Biden...

As pesquisas indicam que os eleitores de Biden têm propensão muito maior a votar pelo correio. Na Pensilvânia, por exemplo, 70% de todos os pedidos de cédulas antecipadas vieram de eleitores registrados como democratas, segundo dados da semana passada.

Uma dinâmica conhecida como “virada azul” (em referência à cor que tradicionalmente identifica o Partido Democrata) indica que os democratas tendem a crescer conforme se contam os votos depois do dia da eleição – pois eles já tinham maior predisposição para usar as modalidades à distância.

Resultados serão questionados

Combinando essa “virada azul” com o aumento da votação pelo correio – resultado da pandemia do coronavírus ―, fica claro que pode haver uma grande divergência entre os resultados iniciais do dia 3 de novembro e a contagem definitiva. Trump pode ir dormir na noite da eleição com grande vantagem em estados importantes e acordar no dia seguinte com sua liderança diminuindo – uma “miragem vermelha” (a cor dos republicanos), como definiu um consultor político para o site Axios.

Estendendo esse cenário de pesadelo: ambos os partidos entram com ações na justiça para reivindicar quais votos devem ser contados e quais devem ser descartados. Mas, caso a “virada azul” se confirme em estados como Michigan, Pensilvânia e Wisconsin, é possível que Trump declare ilegítimo o processo de apuração.

Eleição poderá ser fraudada

 “Existe o risco de que os partidos comecem a brigar por causa da contagem dos votos mesmo que não haja nenhum problema”, diz Ned Foley, especialista em lei eleitoral do Moritz College of Law da Ohio State University e autor de um paper do ano passado que descreve este exato cenário. “Podemos ver uma batalha jurídica mesmo com o sistema funcionando corretamente.”

Trump já se preparou para essa situação. Ele diz que enviar cédulas aos eleitores é “injusto”. Ele afirma, sem mostrar evidências, que a eleição de 2020 será “IMPRECISA E FRAUDULENTA” e “a mais fraudada da história”. Os governos estrangeiros vão “falsificar” cédulas, afirma ele, novamente sem apresentar provas. “Pessoas que não têm cidadania, imigrantes ilegais, qualquer pessoa que ande na Califórnia vai receber uma cédula”, tuitou o presidente, incorretamente

Os crimes contra a humanidade na Venezuela

 

A Venezuela cometeu, nos últimos anos, "violações flagrantes" equivalentes a crimes contra a humanidade, concluiu uma missão de investigação do Conselho de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas (ONU), cujos resultados foram divulgados no dia 19 de Setembro.

 

Foram investigados casos de assassinatos, tortura, agressões, violência sexual e desaparecimentos. A conclusão dos investigadores foi a de que o presidente venezuelano Nicolás Maduro e funcionários de alto escalão do governo estiveram envolvidos em uma "violência sistemática" promovida pelo regime desde 2014, com o objetivo de reprimir a oposição política e aterrorizar a população em geral. 

Maduro mergulhou o país na pobreza

 

O embaixador da Venezuela na ONU, por sua vez, descreve a iniciativa da ONU como "hostil". Jorge Valero afirmou no ano passado que a missão fazia parte de uma mobilização liderada pelos Estados Unidos. A equipe de investigadores da ONU foi impedida de viajar para o país latino-americano, que vive há anos uma grave crise econômica e política e levou à fuga de milhões de pessoas. 

Não é incomum que países impeçam a presença de investigadores da ONU — Síria, Mianmar, China e vários outros já fizeram isso repetidas vezes. Mas, nas últimas décadas, novas tecnologias têm ajudado na coleta de evidências mesmo sem presença física dos investigadores.

Bolsonaro mais uma vez será o grande vencedor das eleições

 

A eleição municipal de novembro tende a reeditar uma situação já verificada no pleito de 2018, quando uma força inesperada — Jair Bolsonaro — superou a estrutura de partidos poderosos, com alta capilaridade nas cinco regiões do país e que compõem uma estrutura de poder há décadas consolidada.

Em algumas capitais pode-se perceber que nomes tradicionais da política migram para legendas menores, em busca de maior adesão e menor resistência entre correligionários. De bônus, muitos ainda conseguem agregar o poder eleitoral de correntes religiosas, sobretudo os neopentecostais.

Quem perde com isso? PT, PSDB e MDB.

Professor do Departamento de Ciência Política da Universidade Federal do Paraná, Emerson Urizzi Cervi lembra que as três legendas dominaram a cena política nos últimos 30 anos e, agora, sofrem com uma crise institucional. Para ele, quem mais perdeu foram os tucanos.

Em São Paulo, na última pesquisa Datafolha, Celso Russomanno (Republicanos) apareceu em primeiro, seguido pelo prefeito Bruno Covas (PSDB). O cientista político e CEO da Dharma Political Risk and Strategy, Creomar de Souza, afirma que, ainda que perca outras capitais, se os tucanos conseguirem emplacar seu candidato, ganharão fôlego para lançar o governador do estado, João Doria, em 2022, à Presidência da República 

O Brasil, aliás, bateu recorde de candidatos inscritos nas eleições deste ano, cujo prazo final foi neste sábado, às 19h: 517.786 pessoas querem disputar uma cadeira de prefeito, vice-prefeito ou vereador, conforme o sistema do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), até a noite de ontem. Os nomes para vereador representam a maior parte: 480,9 mil pedidos. Já prefeitos, são 18.416; para o cargo de vice-prefeito, 18.436. Os nomes ainda serão analisados pelo juízo eleitoral. Nas eleições de 2016, o número de inscrições foi de 503,2 mil.

PT amargurará o caos eleitoral

O cientista político Creomar de Souza avalia que o PT será, entre os partidos tradicionais, o que terá a situação mais complicada, por ter sofrido muitos ataques nos últimos anos. Já no caso do MDB e do PSDB, a perda de espaço deve variar de capital para capital. “O PT é a legenda que mais sofreu no passado recente, mas, também, tem maior cristalização. Tende a perder prefeituras, porém ser competitivo”, salienta 

Em São Paulo, o cientista político e professor da Fundação Getulio Vargas (FGV) de São Paulo Marco Antônio Carvalho Teixeira aponta que o PT caminha para seu pior desempenho na capital desde as eleições de Luiza Erundina, no final da década de 1980. “É provável que nem chegue ao segundo turno”, adianta. O candidato da legenda, Jilmar Tatto, com 1% das intenções de voto, não tem tido expressão na cidade, nem tampouco apoio interno.

 

domingo, 20 de setembro de 2020

 

ANÁLISE & POLÍTICA

ROBERTO MONTEIRO PINHO

Lula: “Moro criou uma pirotecnia com apoio da Globo”

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou, na terça-feira (15), que o ex-ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, é um “desequilibrado” e “medíocre”. As declarações foram dadas ao site DCM.  De acordo com Lula, Moro criou uma “pirotecnia” quando acusou o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) de ter tentado interferir na Polícia Federal (PF) para proteger a família.

"Ele (Moro) poderia ter demonstrado seriedade quando virou bolsonarista. Ele é tão medíocre que, quando sai, ele tenta criar mais uma pirotecnia com o apoio da Globo: ‘Ah, eu vou sair porque o Bolsonaro quer indicar o diretor-geral da Polícia Federal", disse o ex-presidente. 

Lula defende Bolsonaro

E completou: "É importante lembrar que o presidente da República tem o direito de indicar o diretor da Polícia Federal, sim”. Eu indiquei duas vezes e nunca pedi nem orientei porque eles têm autonomia. E por que o Moro achava que ele podia e o Bolsonaro não podia? “Tenta ganhar a opinião pública mentindo outra vez”, afirmou Lula defendendo Bolsonaro.

O ex-presidente petista ainda afirmou que a Globo foi uma das principais responsáveis pela polarização política que existe atualmente no país. "Como a Globo vai se desfazer do Moro? Foi ela que pariu o Moro", enfatizou Lula. O petista ainda falou que não tem ódio do ex-juiz. "Não tenho do Moro o ódio que ele tem de mim. Como pessoa humana, quero que ele seja tratado com o respeito que eu não fui por ele", afirmou.

Eleição em São Paulo: Russomano liderando 24%, PT só tem 1%

O deputado federal Celso Russomano (Republicanos), que busca pela terceira eleição seguida a prefeitura de São Paulo, aparece como líder da primeira pesquisa do Ibope desde a confirmação dos candidatos à eleição municipal na capital mais populosa do país. Russomano tem 24% das intenções de votos e é seguido pelo atual prefeito, Bruno Covas (PSDB), que tem 18% em sua busca pela reeleição. A pesquisa foi divulgada neste domingo (20) pelo jornal o Estado de S. Paulo.

PT na lanterna com 1%

A terceira colocação tem um empate técnico entre Guilherme Boulos (PSOL), com 8%, e Márcio França (PSB), com 6%. Após o bloco dos quatro primeiros, surgem candidatos menos citados pelos entrevistados do Ibope, como Joice Hasselmann (PSL) e Artur do Val (Patriota), o "Mamãe Falei", ambos com 2%. O Partido dos Trabalhadores (PT), historicamente forte, vê seu candidato, Jilmar Tatto, amargar apenas 1% das intenções de voto.

Andrea Matarazzo (PSD), pré-candidato em 2016 pelo PSDB, que perdeu internamente e deixou o partido após desentendimento com João Doria, atual governador e eleito prefeito no primeiro turno naquele ano, tem 1%, assim como Marina Helou (Rede) e Filipe Sabará (Novo), que concorrem à prefeitura de São Paulo pela primeira vez. Os já conhecidos Levy Fidelix (PRTB) e Vera Lucia (PSTU) também aparecem com 1%.

O mundo em chamas...

Dados da Nasa, a agência espacial dos Estados Unidos, e do Sistema Copernicus, da União Europeia, revelam que os incêndios em Nova Gales do Sul (Austrália), no Ártico Siberiano, na costa oeste dos Estados Unidos e no Pantanal brasileiro foram os maiores de todos os tempos, com base nos 18 anos de dados sobre incêndios florestais globais compilados pelas organizações.

Imagens de satélite da Nasa e outras organizações internacionais de pesquisa ambiental mostram que os incêndios florestais estão se espalhando na bacia amazônica no Brasil. Maior floresta tropical do mundo, a Amazônia é um reservatório de carbono vital que diminui o ritmo do aquecimento global.

Os danos ambientais

"Você pode não ver incêndios como os da Califórnia, porque os da Amazônia continuam muito baixos, mas causam mais danos", diz Paulo Moutinho, cientista sênior do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (IPAM).

"As árvores podem morrer lentamente em poucos anos". "Um hectare de floresta na Amazônia tem 300 espécies de plantas e árvores, a Califórnia, em comparação, tem apenas 25."

Fenômeno atinge a todos

Dados do INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) revelam que o número de incêndios na Amazônia aumentou 28% entre julho de 2019 e julho de 2020. Ao contrário das condições de seca na costa oeste dos Estados Unidos, os incêndios florestais no Brasil são causados principalmente pelo desmatamento, que alguns ambientalistas dizem ser motivados pelas políticas governamentais pró-agricultura e mineração.

Mas não são apenas as florestas tropicais da América do Sul que estão queimando. Ao sul da Amazônia, no Pantanal, os incêndios também estão intensos. O bioma se estende por Brasil, Paraguai e Bolívia e é uma das áreas de maior biodiversidade do mundo.  O fogo arde na costa oeste dos Estados Unidos, em Nova Gales do Sul, na Austrália, no Ártico Siberiano e no Pantanal brasileiro, mas chamas têm naturezas diferentes

Imagens de satélite também mostram incêndios florestais densos na África tropical, através da savana e pradarias onde, a cada ano, ocorre a maioria dos incêndios florestais do mundo. Mesmo que esses incêndios pareçam ser bastante densos, os cientistas dizem que isso não significa necessariamente que terão um impacto ambiental mais severo. 

África

"A maioria desses incêndios na África é um processo natural que vem acontecendo há milhares de anos", diz Niels Andela, professor da Escola de Ciências da Terra e do Oceano na Universidade de Cardiff.

"É assim que a vegetação se regenera na região." Esses incêndios florestais africanos também são vistos como menos prejudiciais porque as savanas e pradarias regeneradas absorvem parte do carbono que é emitido durante a queimada. Embora a temporada de incêndios florestais na Indonésia tenha começado há alguns meses, as províncias de Kalimantan Central e Sumatra ainda continuam sofrendo com os incêndios florestais.

A terceira maior província do país, Kalimantan Central, declarou Estado de emergência em julho, depois de registrar mais de 700 incêndios.

Os ambientalistas dizem que o impacto econômico da covid-19 levou a reduções orçamentárias significativas, impactando o patrulhamento das florestas e a prevenção de incêndios.

Califórnia - USA

Quando os incêndios na Califórnia começaram a aumentar no mês passado, o Círculo Polar Ártico já havia experimentado tragédia semelhante. As chamas queimaram a vegetação nativa, a tundra, e cobriram de fumaça as cidades siberianas. Esses incêndios no Ártico emitiram um recorde de 244 megatoneladas de dióxido de carbono — 35% a mais do que todo o ano passado, de acordo com o Serviço de Monitoramento da Atmosfera Copernicus.

WhatsApp inova com aplicativo de segurança digital

 

Com o objetivo de tentar aumentar a segurança de seus usuários, o WhatsApp lançou uma nova versão de tes tes, que tem uma função que fará com que o usuário tenha de desbloquear a tela usando sua impressão digital para utilizar a versão em desktop do aplicativo. O site WABetaInfo, que costuma antecipar novidades do app, encontrou evidências desse reforço na segurança da plataforma na versão 2.20200.10 beta do WhatsApp, a mais recente, para o Android.

 

Para aqueles que nunca usaram a versão do WhatsApp Web, ele permite que você acesse a plataforma no seu PC ou Mac meio de um código QR, ao escaneá-lo pelo app instalado no seu smartphone. De acordo com o WABetaInfo, a mudança deve evitar que seu WhatsApp abra no computador só porque você logou nele uma vez, como acontece hoje, acrescentando uma nova camada de segurança às conversas.

 

O acesso só será liberado quando houver a autenticação da impressão digital no aplicativo em seu celular. Isso é especialmente importante para usuários que acessam o WhatsApp Web de um aparelho usado por várias pessoas.

 

 

domingo, 13 de setembro de 2020

 

ANÁLISE & POLÍTICA

ROBERTO MONTEIRO PINHO

Advogados envolvidos no esquema da Fecomercio receberam R$ 67,8 milhões entre 2012 e 201

O escritório Teixeira & Martins Advogados cobrou da Fecomercio do Rio um gasto feito para atuar na defesa do ex-presidente Lula, indicam documentos da Operação Esquema S e da Justiça Federal no Distrito Federal. A reportagem é da FOLHA PRESS.

O departamento financeiro do escritório de advocacia solicitou à entidade reembolso do gasto pela passagem do trecho Brasília-São Paulo de Cristiano Zanin Martins na mesma data em que o advogado esteve na capital federal para uma audiência em processo do petista.

Fecomercio teria financiado Lula?

Para o Ministério Público Federal, a inclusão da despesa entre as solicitações de reembolso mostra que "muitas vezes os interesses patrocinados claramente não eram de nenhuma das entidades do Sistema S". O advogado de Lula nega que a Fecomercio tenha custeado despesas da defesa do ex-presidente.

Réus, Zanin e seu sócio Roberto Teixeira são acusados de liderar um suposto esquema de tráfico de influência no STJ (Superior Tribunal de Justiça) e no TCU (Tribunal de Contas da União) com desvio de recursos públicos do Sistema S. Eles foram alvos de mandados de busca e apreensão na quarta-feira (9).

O MP Federal

A denúncia contra a dupla foi feita a partir da delação de Orlando Diniz, ex-presidente do Sesc/Senac e Fecomercio do Rio de Janeiro. Os investigadores juntaram provas que consideram comprovar as afirmações do colaborador.

Diniz afirma que buscou o escritório de Zanin e Teixeira em busca de uma "solução política" para a disputa jurídica em torno do comando das entidades fluminenses. O escritório de advocacia recebeu R$ 67,8 milhões de 2012 a 2018, segundo o Ministério Público Federal.

O impeachment de Witzel

A votação do impeachment do governador afastado Wilson Witzel pela Assembleia Legislativa do Rio (Alerj) deve ser realizada apenas no dia 22 deste mês. A Alerj atendeu a um pedido dos advogados para que a comissão especial do impeachment só começasse a contar seus prazos na quarta-feira (9), apesar da defesa ter sido enviada aos deputados na semana passada.

Os advogados do governador afastado solicitaram a prorrogação para fazer uma complementação da defesa, que, no entanto, não foi entregue. Com isso, o relator do impeachment, deputado Rodrigo Bacellar (SDD), só deve concluir o trabalho na próxima segunda-feira.

Decisão da Alerj

Presidente da comissão especial do impeachment, que chegou a ser suspensa por uma liminar, o deputado Chico Machado (PSD) acredita que a análise do relatório pelo grupo deve acontecer na próxima quinta-feira (17). Apesar dos questionamentos da defesa de Witzel, ele afirma que o processo respeitou a legislação.

Caso os deputados decidam pelo recebimento da denúncia, cenário dado como certo na Alerj hoje, Witzel ficará duplamente afastado e será julgado por um tribunal misto, formado por cinco desembargadores e cinco deputados. Esse grupo é que dará a palavra final sobre a perda de mandato do governador. O prazo para a conclusão dessa fase de julgamento é de 180 dias.

Governo quer aprovar pautas prioritárias

O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), em entrevista a Folha de S. Paulo, (após conversa sigilosa), sinalizou que parlamentares bolsonaristas vão colocar os temas de costumes em discussão. Entre eles o homeschooling (educação domiciliar), armas e trânsito.

Em contrapartida, líderes partidários e representantes da bancada evangélica ainda mantêm resistência ao tema com receio de que se amplie demais o acesso às armas.

Pautas de costumes Bolsonaro quer emplacar no Congresso:

O texto de armas prevê que membros das Forças Armadas e das Polícias Federal, Rodoviária Federal, Civil, Militar e Legislativa, além do Corpo de bombeiros, até dez armas de fogo de uso permitido ou restrito, assim como munição e outros equipamentos de proteção balística.

Caso comprovem necessidade e peçam autorização para o Comando do Exército, o limite a esses profissionais poderia ser ampliado, o projeto inclui policiais penais e guardas municipais “independentemente do tamanho do município” nas exceções previstas na lei e que podem portar armas no país.

Homeschooling

Ensino de crianças e adolescentes dirigido por pais ou responsáveis legais

Eles poderão optar entre a educação escolar e a educação domiciliar. O estudante matriculado em homeschooling será submetido, para fins de certificação da aprendizagem, a uma avaliação anual sob a gestão do Ministério da Educação. O exame será aplicado a partir do 2º ano do ensino fundamental, preferencialmente em outubro.

Indústria e varejo influencia queda no PIB de 4.9%

O Bank of America revisou na sexta-feira (9) a estimativa para o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro neste ano, de queda de 5,7% para queda de 4,9%. A projeção mais otimista reflete os resultados positivos da indústria e do varejo em julho, além de indicadores que apontam para a continuidade da recuperação da economia em agosto.

O indicador do banco também aponta para uma queda do PIB próxima de 1%, na comparação com o mesmo período do ano passado, após um tombo de 11,4% no segundo trimestre. A nova estimativa para o ano, de queda de 4,9%, assume uma desaceleração da atividade no quarto trimestre, para quando se espera a redução dos estímulos fiscais dados pelo governo e um aumento do desemprego.

Tráfico em liberdade...

O Superior Tribunal de Justiça (STJ) autorizou que cerca de 1100 pessoas, presos em regime fechado por tráfico privilegiado de drogas em São Paulo, tivessem suas penas convertidas para o regime aberto, podendo retornar às ruas. A decisão foi tomada na sessão desta terça-feira (8) da sexta turma do tribunal.

Os ministros da sexta turma, que julgam apenas matérias de direito penal, consideraram que o Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP) estaria descumprindo de maneira reiterada a jurisprudência dos tribunais superiores, que determinam que o crime de tráfico privilegiado de drogas (atenuante que ocorre quando o acusado do crime é réu primário, não tem ligações com grupos criminosos e bons antecedentes de comportamento) deve ser cumprido em regime aberto.

domingo, 6 de setembro de 2020

 

ANÁLISE & POLÍTICA

ROBERTO MONTEIRO PINHO

Bolsonaro lidera pesquisas para reeleição em 2022

Os opositores ao governo, não conseguiram desconstruir a popularidade do presidente. Jair Bolsonaro (sem partido) aparece na frente em todos os cenários para a eleição de 2022 levantados pela pesquisa Exame/IDEA, divulgada na sexta-feira, (4).

 

Em uma eventual disputa no primeiro turno, o atual chefe do governo federal aparece com 31% das intenções de voto, contra 17% do ex-presidente Luiz Inpácio Lula da Silva (ainda inelegível), e 13% do ex-ministro da Justiça, Sergio Moro. Em um eventual segundo turno contra o petista, Bolsonaro também aparece à frente, com 42% dos votos, ante 31% do oponente. Já em uma disputa direta com Moro, o ex-capitão lidera com 38%, contra 31% do antigo aliado.

 

Distanciamento aos demais presidenciáveis

 

No levantamento para primeiro turno, Ciro Gome aparece com 6% da preferência do eleitorado, ante 5% do apresentador global Luciano Huck e 4% do ex-ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta. O governador de São Paulo, João Doria, tem 3% das intensões de voto, mesmo número de João Amoedo. Marina Silva aparece com 2% dos votos, e o governador do Maranhão, Flávio Dino, tem 1% da preferência. Eleitores que ainda não sabem em quem votarão somam 7%, a mesma quantia de quem afirmou que votará em branco ou nulo.

Funcionalismo público é o vilão da reforma

A reforma administrativa apresentada pelo governo federal na quinta feira (3 )cuja Proposta de Emenda à Constituição (PEC) foi entregue ao Congresso Nacional, prevê, dentre outras coisas, o fim da estabilidade imediata para os futuros funcionários públicos.

Parte das carreiras não têm mais o emprego garantido em momento algum, e outras precisam cumprir três anos do cargo para garantirem estabilidade. As medidas, que não valem para os atuais servidores, são detalhadas por integrantes do Ministério da Economia nesta manhã.

Além de alterar as regras do funcionalismo público, a reforma administrativa também aumenta o poder do presidente da República para mudar órgãos do governo. Todas as mudanças previstas no projeto precisam ser analisadas e aprovadas por deputados e senadores.

Padrões de remuneração extrapolam

Ficou para a segunda fase da reforma a proposta de mexer nos salários do funcionalismo público, um ponto defendido pelo Ministro da Economia, Paulo Guedes, e pelo presidente da Câmara, Rodrigo Maia.

Ambos consideram que os servidores — com destaque para carreiras exclusivas de Estado como gestão tributária, Justiça, diplomacia — já começam ganhando alto para padrões brasileiros e progridem rapidamente para o teto de remuneração de cada categoria. Nesse sentido, eles querem uma reforma que reduza os salários iniciais, torne mais gradativa a evolução na carreira e atrele a progressão a avaliações de desempenho.

Salários serão reduzidos em 40%

Segundo o secretário Gleisson Rubin, a sugestão do governo para redução dos salários iniciais será encaminhada por meio de projeto de lei conforme avance no Congresso a proposta de alteração da Constituição encaminhada nesta quinta. Rodrigo Maia, porém, apresentou na quarta-feira (02/09) uma proposta de reforma administrativa específica para os servidores da Câmara dos Deputados já prevendo redução dos salários iniciais dos concursados em até 40%.

Caso sua sugestão seja aprovada pelos deputados, a remuneração inicial de consultores legislativos na Câmara cairia de 32.844,88 para R$ 21.977,10, enquanto a dos analistas diminuiria de R$ 24.716,88 para R$ 13.849,10. A proposta também prevê que o servidor da Câmara só possa alcançar a maior faixa salarial da sua carreira em pelo menos 25 anos, com novos critérios de avaliação. Hoje, isso é possível em dez anos.

O foco de Trump para se reeleger

São nos Estados decisivos vencidos com boa vantagem por Trump em 2016 que sua campanha deve se focar. Sua margem vencedora em Iowa, Ohio e Texas foi de 8% a 10% naquela época, mas agora ele está bem próximo de Biden nas pesquisas nos três Estados.

Como Hillary Clinton descobriu em 2016, o número de votos conquistado é menos importante do que o lugar onde eles foram vencidos. A maioria dos Estados quase sempre vota da mesma forma, o que significa que só existe um grupo reduzido de Estados em que os dois candidatos têm chances de ganhar. É nesses lugares que a eleição é decidida.

Apostas dão vitória para Trump

Esses números podem ajudar a explicar a sua decisão de mudar seu diretor de campanha em julho e suas constantes referências a "pesquisas falsas. Mercados de aposta, no entanto, não descartam Trump. Algumas casas colocam as chances de uma vitória de Trump em um para três.

Efeito divisor da pandemia

A pandemia do coronavírus dominou as manchetes nos Estados Unidos desde o começo do ano, e as reações às medidas tomadas por Trump foram norteadas por diferenças partidárias. O apoio às medidas de Trump chegou ao auge em meados de março depois que ele declarou emergência nacional e anunciou um pacote de US$ 50 bilhões para que os Estados contivessem o vírus. Neste momento, 55% dos americanos aprovaram suas ações, de acordo com dados da Ipsos, uma empresa de pesquisas.

Fator decisivo para escolha é de 270 votos no colégio eleitoral dos estados

No sistema do colégio eleitoral usado pelos Estados Unidos para eleger seu presidente, cada Estado recebe um número de votos baseado no tamanho da sua população. Um total de 538 votos no colégio eleitoral, estão em disputa, então o candidato precisa de 270 para vencer.

Pandemia reduz uso de escritórios em 70%

Com o controle da pandemia de COVID-19 ainda distante, a volta aos escritórios no mundo corporativo está ficando para depois, mostra uma pesquisa da consultoria KPMG. Um quarto (26%) dos empresários entrevistados entre junho e julho acredita que a volta aos escritórios ficará mesmo para 2021. Na primeira edição do levantamento (abril e maio), apenas 9% apostavam numa volta só em 2021.

Na última semana, a diretoria da Dafiti, loja online de vestuário, tomou a decisão de marcar a volta aos escritórios apenas para o ano que vem. Até então, os cerca de mil funcionários colocados em home office - de um total de 2,8 mil - vinham sendo informados aos poucos sobre a continuidade do trabalho remoto.

Segundo Eduarda Perovano, diretora de recursos humanos, foram dois motivos principais para o adiamento: o home office está funcionando e houve adesão dos funcionários. Uma pesquisa interna mostrou que 90% deles se sentem confortáveis trabalhando de casa. 

Malha fina do IR atinge artistas da Globo

A Receita Federal vai dar mais um passo em seu processo de revisão dos impostos cobrados de atores e atrizes que trabalharam em produções da Rede Globo, segundo informações obtidas pelo portal UOL. Segundo o site, nos próximos 30 dias chegam as primeiras cobranças desses impostos retroativos. 

Segundo a Receita, as cobranças fazem parte de uma campanha contra a “PJotização” de trabalhadores, uma forma de esquivar dos tributos em regime CLT, mesmo em situações que se enquadrariam nesse tipo de contrato pela legislação trabalhista.

Segundo Leonardo Antonelli, advogado trabalhista que defende os 43 artistas na mira do fisco, os impostos retroativos podem totalizar mais do que os ganhos que os atores tiveram por seus trabalhos. “Se a cobrança retroativa pode ser superior aos ganhos do próprio ator, ele teria (e terá) que pagar para trabalhar, e isso não parece fazer o menor sentido tributário”, disse Antonelli em nota obtida pelo UOL. 

Entre os atores e atrizes listados no processo, estão integrantes do primeiro escalão artístico da Globo, participantes de novelas e séries de sucesso, como Reynaldo Gianecchini, Deborah Secco, Malvino Salvador e Maria Fernanda Cândido. A Receita afirma que a devassa não se limita à Globo, mas também a outras empresas que se valeram de contratos de pessoa jurídica.