ANÁLISE &
POLÍTICA
ROBERTO MONTEIRO PINHO
Manifestação em
defesa da reforma da Previdência
Vestidos de verde-amarelo e carregando bandeiras do Brasil, milhares de
manifestantes defendiam a aprovação da reforma da Previdência – que anda a
passos lentos na Câmara – e do pacote anticrime apresentado por Moro ao
Congresso, tomaram as ruas de mais de 100 cidades em 26 estados e no Distrito
Federal para expressar apoio ao governo do presidente Jair Bolsonaro (PSL)
no domingo (26). Os maiores atos ocorreram na Avenida Paulista, em São
Paulo, em Copacabana, no Rio de Janeiro, e na Esplanada dos Ministérios, em
Brasília.
Protestos contra integrantes dos Poderes
Legislativo e Judiciário
As manifestações tiveram como principal bandeira o protesto
contra integrantes dos Poderes Legislativo e Judiciário. Foram eleitos como
maiores alvos os presidentes da Câmara e do Senado, Rodrigo Maia (DEM-RJ) e
Davi Alcolumbre (DEM-AP), respectivamente, e os deputados do chamado centrão –
grupo que tem patrocinado derrotas do governo no Congresso e que reúne partidos
como DEM, PP, PR, SD, PRB e PSD.
Maia foi criticado
No Rio de Janeiro, por exemplo, manifestantes
traziam faixas críticas a ministros do STF e a integrantes do chamado centrão,
mas o principal alvo do ato de apoio ao governo foi o presidente da Câmara,
Rodrigo Maia (DEM-RJ).
Lula
“Pixuleco”
Um boneco inflável do deputado federal,
batizado de “Nhonhozeco”, segurava um símbolo de cifrão e vestia camiseta com
logomarcas de empresas relacionadas a denúncias contra o presidente da Câmara,
como a Gol e a Odebrecht, além de uma inscrição de Judas, traidor de Cristo, ao
lado do já tradicional “Pixuleco”, em alusão ao ex-presidente Luiz Inácio Lula
da Silva, vestido de presidiário.
Também houve coro pela instauração da CPI da
Lava Toga, que visa apurar a atuação de ministros do Supremo
Tribunal Federal (STF) e de outros integrantes do Poder Judiciário.
Guedes está praticamente fora do governo
O ministro da
Economia, Paulo Guedes, disse, em entrevista à revista Veja, publicada na
sexta-feira (24), que irá renunciar do cargo caso a Proposta de Emenda à
Constituição (PEC) da Previdência vire uma “reforminha”. Ele disse que, se
isso se concretizar, vai morar no exterior. “Já tenho idade para me aposentar”,
justificou. Para ele, o Brasil pode quebrar no próximo ano.
Setor público é o vilão
“Pego um avião e
vou morar lá fora. Já tenho idade para me aposentar”, afirmou. “Se não fizermos
a reforma, o Brasil pega fogo. Vai ser o caos no setor público, tanto no
governo federal como nos estados e municípios”, completou o ministro. Guedes
alegou, porém, que não é irresponsável e inconsequente.
Ele destacou que não irá embora do país no dia seguinte, caso haja frustração na reforma da Previdência. “Agora, posso perfeitamente dizer assim: ‘Olha, já fiz o que tinha de ter sido feito. Não estou com vontade de ficar, vou dar uns meses, justamente para não criar problemas, mas não dá para permanecer no cargo’. Se só eu quero a reforma, vou embora para casa”, justificou.
Ele destacou que não irá embora do país no dia seguinte, caso haja frustração na reforma da Previdência. “Agora, posso perfeitamente dizer assim: ‘Olha, já fiz o que tinha de ter sido feito. Não estou com vontade de ficar, vou dar uns meses, justamente para não criar problemas, mas não dá para permanecer no cargo’. Se só eu quero a reforma, vou embora para casa”, justificou.
Negociação
De acordo com a revista, o ministro também defende que o presidente Jair Bolsonaro defende a reforma nos moldes em que a proposta foi enviada pelo governo ao Congresso. O texto prevê a economia de até R$ 1,2 trilhão nos próximos dez anos. Guedes admitiu que existe uma margem de negociação que poderá desidratar a matéria até, no máximo, R$ 800 bilhões. Até então, ele tinha dito que seriam necessários, pelo menos, R$ 1 trilhão de impacto fiscal.
De acordo com a revista, o ministro também defende que o presidente Jair Bolsonaro defende a reforma nos moldes em que a proposta foi enviada pelo governo ao Congresso. O texto prevê a economia de até R$ 1,2 trilhão nos próximos dez anos. Guedes admitiu que existe uma margem de negociação que poderá desidratar a matéria até, no máximo, R$ 800 bilhões. Até então, ele tinha dito que seriam necessários, pelo menos, R$ 1 trilhão de impacto fiscal.
Conservadores vencem eleição na Polônia
O partido conservador e no poder
na Polônia conseguiu a vitória nas eleições europeias frente a uma aliança de
partidos da oposição, segundo uma pesquisa boca de urna realizada neste
domingo. O
partido Direito e Justiça (PiS) obteve o apoio de 42,2% dos eleitores e obteria
24 dos assentos no parlamento europeu, à frente da Coalizão europeia (39,1% e
22 assentos). O partido progressista Primavera ficaria em terceiro lugar
(6,6% e 3 cadeiras), seguido da Confederação de extrema-direita Korwin Braun
Liroy Nacionalistas (6,1% e 3 assentos).
Eleições
no parlamento Europeu
Os cidadãos europeus são esperados nas
urnas, pela nona vez na história, para escolher seus representantes no
Parlamento Europeu, de 23 a 26 de maio. Confira alguns números dessas eleições:-
427 milhões de eleitores - A Eurocâmara estima em 427 milhões o número de
cidadãos em idade de participar da votação, o que faz desse pleito o segundo
com mais eleitores no mundo, atrás apenas das legislativas na Índia. Na maioria
dos 28 países europeus, a idade mínima para exercer o direito ao voto é 18
anos. Os gregos podem votar a partir dos 17, e austríacos e malteses, com 16 anos.
- 42,6% de participação - Em 2014, as eleições europeias registraram seu pior
índice de participação, chegando a 42,6%.
França: Macron e Le Pen contabilizam votos
O partido de extrema direita de
Marine Le Pen se impôs neste domingo nas eleições europeias na França, à frente
do partido centrista do presidente Emmanuel Macron, segundo quatro pesquisas. A lista Agrupação
Nacional (ex-Frente Nacional, ultradireita) obteria entre 23% e 24,2% dos
votos, à frente da Lista Renascimento - que inclui o partido de Macron, A
República em Marcha (LREM) e outros grupos centristas - que conquistaria entre
21,9% e 22,5%.
Revanche de 2017
A grande surpresa foi protagonizada hoje pelo partido ambientalista de Yannick Jadot, ex-diretor do Greenpeace na França, que conquistou o terceiro lugar, com cerca de 12% dos votos, segundo as primeiras estimativas.
O líder da lista Agrupação Nacional, Jordan
Bardella, 23, classificou os resultados de "um fracasso" do partido
governante, e apresentou a derrota de Macron como uma rejeição à sua agenda
pró-empresarial e à sua visão europeísta. Caso seja confirmada, a vitória de Le
Pen seria dupla: não apenas ela teria mais eurodeputados do que Macron para a
próxima legislatura, de cinco anos, mas também teria obtido a desejada revanche
após as eleições presidenciais de 2017, em que perdeu para o jovem astro
pró-Europa.
Mercado
de trabalho
O mercado de trabalho mudou e ele
se impõe ao exigir um novo perfil de profissional: aquele que está em constante
mutação. A crise, a recessão, o fechamento de postos de trabalho, a queda de
contratações via CLT, a globalização, o aumento do empreendedorismo (muitos por
necessidade), tudo isso se apresenta em um momento de transição em que é
fundamental para o trabalhador buscar um novo modelo de carreira que o prepare
para o futuro, que já bate à porta.
Exceto áreas específicas, esqueça
o tempo de ser especialista em uma única área da sua formação. Esse tempo
acabou. Hoje, o profissional disputado pelas organizações é o que consegue ser
multitarefa em um mercado em frequente mudança. Se ainda não enxergou que o
cenário é outro, é melhor abrir os olhos.
Releitura
global
Amir El-Kouba, professor de gestão
de pessoas em MBAs da Fundação Getulio Vargas/Faculdade IBS e consultor
empresarial, afirma que se tem algo de positivo em toda essa crise é que “foi
feita uma releitura do mundo do trabalho por parte do profissional à revelia da
nossa legislação trabalhista. Formaram-se MEIs (microempreendedor individual),
profissionais se associando a outros profissionais para prestar serviço,
contratos temporários, consultores, técnicos associados, enfim, uma nova
reconfiguração”.