O
que pensam os eleitores brasileiros?
A conturbada
eleição presidencial aos olhos atônitos do eleitor soa como a mais solene das
incertezas. Perguntem a um pai ou mãe o que desejam para sua família? Perguntem
para o desempregado o que ele deseja? Ao micro e pequeno empreendedor que são
os responsáveis por mais de 100 milhões das vagas de trabalho, e são eles que
ditam a oscilação da moeda, que dinamizam a distribuição de renda e dá suporte
a economia, sucateada, por impostos exorbitantes, inúteis em sua maioria e que
sequer se traduzem em beneficio do social, educação, saúde, mobilidade urbana,
moradia e segurança, entre outros.
Ninguém tem
dúvida que temos a maior e a pior máquina pública do planeta. É serviços “chapa
branca”, prestados sem o menor comprometimento, trato urbano, e a entrega do
necessário para suprir interesses, dos mais variados, começando pelo judiciário,
que se tornou um bólido de truculência jurídica, cujas decisões, em sua maioria
não atende a necessidade, sequer alimentar, protetiva e de punição exemplar aos
recalcitrantes golpistas que orbitam o sistema financeiro brasileiro, tendo
como protagonistas o sistema bancário.
Cooptados
pela ilusória democracia e a harmonia entre os poderes da República, assistimos
toda sorte de tropeços, embates, e ações indignas de um parlamento e a mais
alta corte da nação. São decisões politizadas, com seus ministros atuando como
militantes, deixando a míngua os interesses do cidadão-consumidor, a exemplo de
recente decisão, que protege os planos de saúde, em detrimento das necessidades
dos seus segurados.
Neste cenário
inóspito, está a eleição. Uma polarização, regada as mais inusitadas formas de
fazer campanha, onde as redes sociais invadem os smartphones, tendo como principio
a chacota, declarações inúteis, publicações de baixo nível, e pior a predominância
do fake news. Aqui o eleitor é um alienígena, sujeito aos ataques da internet
via redes sociais e do horário eleitoral onde em 5 segundo, candidatos
balbuciam frases desconexas, enquanto majoritários, trocam ofensas e não falam
de projetos de governo.
Por mais que
o eleitor seja parcimonioso, não estão sendo possível, analisar planos de
governo, propostas que atendam os principais temas Nacionais, e ainda o tutelador
e coercitivo sistema eleitoral, que impõe o voto obrigatório, em nome de uma
democracia, que não convence, tamanha a imposição para ida as urnas, eis que
neste caso a severidade da lei se aplica, no mínimo com um CPF bloqueado, e
crédito negado. Ou seja, se não votar não é mais cidadão.
Os tanques nas ruas e o Golpe de 64
A maioria dos
brasileiros sequer viu os “tanques de 1964 nas ruas”. O Golpe Civil-Militar,
não mudou os rumos da nação, e não trouxe benefícios para o sistema eletivo,
eis que o pacto entre militares e civis, turbinou acordos, e beatificaram uma estranha,
Anistia, Ampla, Geral e Irrestrita, o que vem a ser um apagão a tudo que se fez
a luz do dia e na escuridão dos porões do DOI CODI, o que sintetizo como fraude
ideológica.
O Golpe de 64
aconteceu por absoluta culpa de dois políticos populistas, tendo a frente os
presidentes: (Janio Quadros e o vice Jango Goulart). O primeiro fez a insolência
de condecorar um líder guerrilheiro Che Guevara e o outro em manejar seu
mandato com discurso socialista. Tudo sem qualquer suporte partidário, que a
aquela altura desenhava um novo horizonte na vida política do país, mas, destruído
pelo segundo tamanha a inabilidade e soberba de um mandatário, que não soube
sequer dignificar seu posto a frente da nação.
Na
verdade Jango Goulart estava em Paris, enquanto a resistência ao golpe de
Estado que a aquela altura existia forte oposição à posse de Goulart. No Rio
Grande do Sul, o aguerrido governador Leonel Brizola, lançou a rede da legalidade
através do rádio, exigindo o cumprimento da sucessão presidencial tal como
estava consignada na Constituição Federal. O apoio da União Nacional dos
Estudantes, de lideranças sindicais, empresariais, de alguns governadores e de
militares legalistas foi importante.
Jango
tomou posse em 7 de setembro de
1961, e articulou para antecipar o plebiscito e retomar os plenos poderes
presidenciais. O plebiscito ocorreu em janeiro de 1963. A vitória foi
significativa com 76% dos eleitores votando a favor da volta ao presidencialismo,
enquanto o parlamentarismo foi apoiado por apenas 16%.
Janio Quadros era excêntrico, populista ao estremo, tinha discurso que
empolgava. O problema foi que demonstrava admiração por "líderes autoritários".
Um deles foi Gamal Abdel Nasser (1918-1970), militar que se tornou presidente
do Egito, (conhecido como "faraó de uniforme"). Dias antes de
renunciar, Jânio condecorou em Brasília Ernesto Che Guevara, então ministro em
Cuba. Isso incitou a revolta da direita.
A Renúncia
de Jânio Quadros em 25 de agosto de 1961 teria sido uma tentativa de auto-golpe,
segundo historiadores. Eles acreditam que o gesto tenha sido realizado cheio de
esperança: ele estaria pretendendo voltar, nos braços do povo, garantido por
militares, em um verdadeiro auto-golpe, um “sonho de verão”. O tiro saiu pela
culatra e o Brasil, que já bambeava em crises, acabou mergulhando em uma
espiral de instabilidades — e aquele ato de 25 de agosto de 1961, na verdade,
foi ingrediente inicial para pavimentar o que terminaria no golpe que instituiu
a ditadura militar em 1964.
Segundo o “Portal Panorama Político 2022:
opiniões sobre a sociedade democrática”, neste ano do quadro das eleições
majoritárias, demonstram que há queda do interesse geral por política entre os
eleitores. Um dos fatores é falto de compreensão sobre o sistema político. É o
que aponta o estudo pelo Instituto DataSenado, com colaboração da Universidade de
Brasília (UnB). Neste momento em que elaborava esse texto.
Para 67% dos brasileiros, a democracia ainda é a melhor forma de governo. Apesar disso, quando questionados sobre o atual nível de satisfação com esse regime político, 87% consideram-se pouco ou nada satisfeitos. A forte desigualdade social foi apontada pelos eleitores como obstáculo à plena democracia.
Na pratica o
eleitor dispões das seguintes ferramentas: Televisão (37%), redes sociais (24%) e páginas na internet (23%) que
funciona como os principais meios de comunicação na busca de informações sobre
política. Nas redes sociais, a maior procura é pelo Facebook (35%) e pelo
Instagram (27%). Pesquisa
quantitativa do DataSenado indicava que em 2012, 63% dos brasileiros tinham
interesse em política, percentual que caiu a 53%.
Segundo o levantamento do Datafolha, os
que ainda não têm candidato para a Câmara dos Deputados são 69%, enquanto 70%
dizem não ter decidido o voto para as assembleias legislativas estaduais. A
margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou para menos. A taxa de
indecisos é maior entre os mais jovens, de 16 a 24 anos (77%), entre eleitores
com ensino fundamental (74%) e na região Sul (75%).
Existe de fato um sentimento de desilusão com
o sistema político, assim como a percepção de que os atores políticos buscam
manter a população alienada dessas questões.
Fonte:
https://www.bbc.com/portuguese/brasil-58307239 https://www12.senado.leg.br/noticias/materias/2022/03/17/falta-conhecimento-do-eleitor-sobre-o-sistema-politico-aponta-datasenado
Roberto
Monteiro Pinho - jornalista, escritor, ambientalista, CEO em jornalismo
Investigativo e presidente da Associação Nacional e Internacional de Imprensa -
ANI. Escreve para Portais, sites e blog de
noticias nacionais e internacionais. Autor
da obra: Justiça Trabalhista do Brasil (Edit, Topbooks) e concluindo o livro “Os
inimigos do Poder”.