ANÁLISE &
POLÍTICA
ROBERTO MONTEIRO PINHO
Efeito
Floyd: EUA centenas de cidades em chamas
Um ex-policial de
Minneapolis Derek Chauvin foi preso acusado do assassinato de George Floyd, um
homem negro, (considerado pacato), que estava desarmado e sob custódia quando
foi morto. Ele é branco, e foi filmado se
ajoelhando sobre o pescoço de Floyd. O EUA não garante estabilidade e por essa razão quem está no serviço público, podem ser despedido. Ele e três outros policiais foram
demitidos na segunda-feira.
O caso se tornou uma convulsão popular e reacendeu
a revolta nos EUA contra os diversos casos de negros mortos pela polícia. O
procurador do condado de Hennepin, Mike Freeman, disse que Chauvin foi acusado
de assassinato em terceiro grau e observou que a investigação dos outros
policiais está em andamento.
Casos idênticos
de discriminação racial
O caso Floyd reacendeu
a revolta nos EUA contra assassinatos cometidos policiais contra negros. A
morte acontece após episódios que tiveram visibilidade em todo o mundo, como as
mortes de Michael Brown em Ferguson, Eric Garner em Nova York e outros casos -
que impulsionaram a criação do movimento Black Lives Matter.
O policial tem histórico de violência em serviço
Esta
não foi a primeira vez que o policial Derek Chauvin se envolveu em episódios
violentos, segundo registros do departamento de polícia. Segundo a agência de
notícias Associated Press, ao longo de 19 anos de carreira, Chauvin foi alvo de
quase 20 queixas formais e duas cartas de reprimenda. A maioria foi arquivada.
Em
2006, ele foi um dos seis policiais que dispararam contra Wayne Reyes, que
segundo os agentes apontou uma arma para eles depois de esfaquear duas pessoas.
O júri decidiu que o uso da força havia sido justificado contra Reyes, de
ascendência indígena.
Perseguição a negros...
Dois
anos depois, Chauvin atirou duas vezes contra um homem negro depois que o
policial e seu parceiro atenderam a uma denúncia de violência doméstica.
Os
agentes afirmaram que Ira Latrell Toles tentou pegar a arma de Chauvin e, por
isso, foi atingido. Por outro lado, Toles afirmou ao site Daily Beast que foi
agredido por Chauvin mesmo sem ter reagido à ação policial.
No
início de 2008, Chauvin recebeu uma medalha por "sua resposta em um
incidente envolvendo um homem armado", informou o jornal local de
Minnesotta Pioneer Press, e recebeu outro reconhecimento em 2009.
Trump: “saqueadores e
anarquistas”
O
presidente criticou ações de "saqueadores e anarquistas", acusando-os
de desonrarem a memória de Floyd. Trump pediu "cura, e não ódio, justiça,
e não caos". "Não permitirei que multidões enfurecidas dominem as
ruas. Isso não acontecerá", acrescentou.
Democrata não controlou os
protestos
Trump
culpou o prefeito de Minneapolis - do partido Democrata - por não controlar os
protestos, os mais intensos desde que o presidente assumiu o cargo.
O
rival do presidente no Partido Democrata, Joe Biden, o acusou de alimentar o
ódio e disse que os responsáveis pela morte de Floyd devem ser
responsabilizados. Mas Biden também condenou os tumultos. "Protestar
contra essa brutalidade é correto e necessário. Mas queimar comunidades e
promover destruição desnecessária não é".
Muitos
prefeitos e autoridades locais tentam separar os protestos genuínos pela morte
de Floyd de agitações violentas, muitas vezes culpando infiltrados pelos saques
e incêndios criminosos. Há diversos relatos de moradores tentando impedir atos
de violência.
Maioria dos
brasileiros hesitam em voltar ao trabalho
Com o novo coronavírus fazendo mais de mil vítimas fatais
todos os dias por aqui, os brasileirão não estão dando sinais de que querem
voltar a sua rotina de trabalho e outras atividades cotidianas. Sete em cada
dez brasileiros (68%) disseram que não querem retornar aos seus locais de
trabalho nas próximas semanas, com ou sem reabertura econômica. Mesmo com mais
de 411 mil pessoas infectadas, muitos estados brasileiros anunciaram planos de
reabertura gradual das atividades.
O Brasil só está atrás dos EUA em número de pessoas
contaminadas. A maior potência do mundo tem 1,7 milhão de casos até o momento. A
insegurança fica ainda mais aguda quando falamos de volta às aulas - com 85%
dos entrevistados afirmando que não é o momento para o retorno de crianças e
adolescentes às escolas. Também é o maior índice entre os pesquisados.
Itália,
Espanha, Coréia e África
A Itália, que até pouco era o epicentro da doença no mundo,
também não quer a volta das aulas, já 78% dos entrevistados disseram que
preferem os filhos em casa nesse momento. No segundo lugar do ranking dos
países mais resistentes de voltar ao trabalho presencial está a
Espanha. Na África do Sul, que tem 26 mil casos até o momento, mais da
metade da população tem medo de aventurar pelas cidades. Já os países que
adotaram a testagem em massa, o panorama é outro. Na Coréia do Sul, apenas 18%
da população falou estar com medo de voltar ao trabalho.
Auxílio emergencial poderá
ser devolvido
A
lei do auxílio emergencial
sofreu uma nova alteração, que torna o benefício um "empréstimo"
para quem se recuperar financeiramente até 2021. A mudança feita pelo
senado e sancionada pelo presidente Bolsonaro (sem partido) determina que
quem quem receber em 2020 mais que o limite de isenção do Imposto de Renda
(IR) terá que devolver o valor
integral em 2021, inclusive o dos dependentes.
Atualmente,
quem recebe menos de R$ 28.559,70 no ano inteiro, incluindo, por exemplo,
salários, aposentadorias e aluguéis não para o Imposto de Renda. A lei do
auxílio emergencial, inicialmente, excluía pessoas que tivessem recebido valor
maior do que R$ 28.559,70 em 2018, deixando de fora pessoas que tinham
certa renda há dois anos, mas que necessitam de auxílio governamental
diante da crise.
Após a
primeira parcela, a câmara e o senado aprovaram um projeto que derrubou este
critério. Por outro lado, foi adicionado ao texto a obrigação de devolver o
auxílio caso o beneficiário termine o ano de 2020 com renda acima do limite de
isenção do imposto de renda.
Governo é acusado de não cumprir o acordo
De acordo
com o relator do texto final, o senador Espiridião Amin (PP-SC), existia um
acordo com o governo federal para que as duas alterações fossem aprovadas;
juntas, formariam um critério mais justo para analisar quem teria direito às
parcelas.
No
entanto, o senador diz que o governo não cumpriu com o combinado e aprovou
apenas metade do acordo. Dessa forma, o presidente Bolsonaro manteve o critério
que exclui pessoas por causa da renda de 2018, mas sancionou medida que
exige devolução do
valor recebido por quem se recuperar ao longo de 2020.
O
ministro da Controlador 160 mil pessoas recebendo de
forma indevida o auxílio emergencial pago pelo
governo federal em função do coronavírus.
Coronavírus: Las Vegas – EUA reabrem cassinos
Com aval
do governador de Nevada, alguns dos maiores cassinos de Las Vegas serão
reabertos no dia 4 de junho. Entre eles estão Bellagio, Caesars Palace,
flamingo e o New York-New York. Segundo eles, as medidas de distanciamento
social da Organização Mundial da Saúde (OMS) serão adotadas.
Em Las
Vegas, casas de entretenimento adulto seguem fechadas, mas igrejas podem
reabrir. O Conselho de Controle de jogos dos Estados Unidos chegou a emitir
nota com todas as orientações de reabertura, em que afirma que capacidade dos
espaços deve ser reduzida. Em cada mesa, só poderão jogar, no máximo, até três
pessoas.
Distanciamento planejado
O órgão
diz ainda que cadeiras devem ser removidas de frente das máquinas caça-níqueis
para que, assim, o distanciamento físico seja mais seguro e eficaz. Mesmo com
todos os avais, funcionários estão se negando a trabalhar até que medidas mais
seguras sejam anunciadas.
Steve
Sisolak, governador de Nevada, afirmou em coletiva de imprensa que todas as
precauções para evitar a Covid-19, doença causada pelo novo coronavirus, de se
espalhar entre os jogadores. “Convidamos os turistas de todo o país a virem
para se divertirem, não de forma diferente de como era antes”, afirmou.
Setor garante 234 mil empregos
Segundo o
Las Vegas Review-Journal, os cassinos empregam mais de 234 mil pessoas no setor
de turismo na cidade. Em 2018, estima-se que R$ 34,5 bilhões tenham sido
gastados em Las Vegas.
Além de
cassinos, o governador deu aval para que cultos sejam realizados e igrejas
sejam reabertas em Las Vegas,
que só podem ter cerimônias de até 50 pessoas. Casas de entretenimento adulto,
como boates e bordéis, seguirão fechadas.
Pesquisa aponta que STF despenca na credibilidade
A reprovação da população brasileira
à atuação do Congresso e do Supremo Tribunal Federal (STF) teve uma forte
queda, segundo dados do Datafolha, publicados no sábado (30). A mudança de
opinião ocorre em meio à crise política do governo de Jair Bolsonaro.
O levantamento foi feito entre
segunda e terça-feira passadas, quando o instituto ouviu 2.069 pessoas de todo
o Brasil. A margem de erro é de dois pontos percentuais, para cima ou para
baixo. As entrevistas precisaram ser feitas por telefone em razão das medidas
de distanciamento e isolamento sociais, em razão da pandemia do novo
coronavírus.
As melhores avaliações dos membros do
Tribunal são de pessoas que estão totalmente isoladas socialmente. Nesse grupo,
a avaliação como ótimo ou bom é de 40%. Entre quem está desempregado, em busca
de emprego, essa taxa é de 36%. Entre quem tem ensino fundamental, de 34%.
Presidente de todos os brasileiros
O presidente da Câmara dos Deputados,
Rodrigo Maia (DEM-RJ), afirmou neste sábado que o presidente Jair Bolsonaro
"desorganiza e gera insegurança" ao adotar uma postura de
enfrentamento aos demais Poderes da República. A declaração foi dada numa
transmissão ao vivo pelo Instagram com o chefe do Departamento de Ciência
Jurídicas da Uniara, Fernando Passos.
Ao ser perguntado sobre a relação
entre Legislativo e Executivo, Maia disse que Bolsonaro sempre teve o mesmo
perfil. Mas, de acordo com sua avaliação, o cargo de presidente da República
exige outro tipo de atitude.
— Quando você chega à Presidência da
República, o seu papel é considerar. Você não é o presidente apenas dos que o
elegeram. Você é o presidente de todos os brasileiros. Como o presidente foi
eleito com muita força, foram muito ideológicos, o pessoal de extrema-direita
nas redes sociais, ele tende a ser mais comprometido com eles. E quando tem um
conflito, ele acaba atacando mais na linha do que ele fazia antes. Só que, como
presidente do Brasil, cada vez que ele vai para o enfrentamento, ele
desorganiza e gera insegurança — disse o parlamentar.