ANÁLISE &
POLÍTICA
ROBERTO MONTEIRO PINHO
Bolsonaro
empurra Moro para o banco dos réus
O ex-ministro da Justiça e
Segurança Pública Sergio Moro deixou o governo soltando fagulhas contra o Presidente
da República, Jair Bolsonaro. Em seu discurso de demissão, no prédio do
ministério, ele acusou o presidente de reiteradas tentativas de interferência
política na Polícia Federal, e disse que sairia do cargo para preservar sua
biografia.
Vídeo...
Ao longo da última semana,
uma série de depoimentos foram prestados no inquérito que tramita no
Supremo Tribunal Federal (STF), após pedido da Procuradoria Geral da República
(PGR). Um dos pontos principais do processo é o vídeo de uma reunião
ministerial do dia 22 de abril, apontado por Moro como prova de que
o presidente o pressionava a fazer substituições na PF por interesses pessoais,
sem justificativa para as mudanças.
Depoimento
de testemunha fulminou acusações de Moro
A situação do ex-ministro é
temerosa. Diante desse quadro, independentemente do desfecho das
denúncias contra o presidente Jair Bolsonaro. Se não tiver cautela, o homem que
abandonou décadas de magistratura – e portanto tem o domínio das leis – pode
ser acusado de prevaricação, por não ter apontado um possível crime de
responsabilidade do ex-chefe enquanto estava no governo. Moro só tem agora,
praticamente, uma “bala de prata”.
Segundo especialistas, a carta na
manga mais visível é a divulgação total do conteúdo da gravação da reunião de
ministros em que Bolsonaro citou claramente o interesse de defender familiares
e amigos de possíveis investigações. Mesmo assim, nada nem ninguém tem clareza,
agora, para cravar o resultado dessa guerra de informação e de notícias truncadas.
São Paulo
é o epicentro do coronavírus
Em São
Paulo, profissionais de saúde alertaram para a gravidade e avanço da Covid-19
destacando as novas características e seqüelas da doença são descobertas.
O
coordenador do controle de doenças da secretaria estadual de saúde, Paulo
Menezes, destacou que a infecção é "mais grave do que as pessoas estão
imaginando" e possuir uma taxa de letalidade muito alta.
O diretor
do Instituto Emílio Ribas, Luiz Carlos Pereira, também manifestou preocupação
com o avanço da doença e afirmou que “existem pacientes que estão evoluindo com
insuficiência renal. De cada 10 pacientes, 4 evoluem para a necessidade diálise
e ainda existem sequelas pulmonares”, reforçando o cuidado com sintomas e
complicações que ainda são pouco conhecidos.
Síndrome
inflamatória em crianças.
Crianças sob risco de contaminação
Outra
fonte de preocupação derivada da Convid-19 é uma síndrome inflamatória séria
que afeta algumas crianças que contraíram a doença. Reportada pela primeira vez
por médicos italianos, a doença também possui ocorrências nos Estados
Unidos, onde três jovens entre 7 e 18 anos morreram da síndrome em Nova York.
Um estudo
publicado na revista científica The Lancet, analisou 30 casos registrados na
província de Bergamo, uma das mais afetadas pelo novo coronavírus (Sars-CoV-2)
na Itália. A síndrome vem sendo reportada como uma inflamação em sistemas
múltiplos, afetando órgãos vitais para a sobrevivência. Segundo os
pesquisadores, a complicação normalmente afeta crianças de até cinco anos de
idade.
6,2 milhões de trabalhadores aderiram a MP que
permite redução de salário
O secretário de Produtividade,
Emprego e Competitividade do Ministério da Economia, Carlos Costa, afirmou
nesta segunda-feira (11), que 6,2 milhões de pessoas aderiram à medida
provisória que permite a redução de salário e a suspensão do contrato de
trabalho. "Mais de seis milhões de trabalhadores já se beneficiaram do
programa. A gente acredita que a grande maioria desse volume estariam
desempregado hoje", afirmou.
A MP foi editada em 1º de abril para
evitar demissões durante a crise. Os trabalhadores que forem prejudicados com
corte de salário e suspensão do contrato receberão um complemento do seguro
desemprego durante a adoção dos dois mecanismos. A redução de jornada e salário
tem vigência de até três meses e de suspensão do contrato, de até dois meses.
O secretário também comentou que o
ministério está desenhando programas para resolver a falta de crédito para
pequenas e médias empresas. Carlos Costa disse que o Programa Nacional de Apoio
às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (Pronampe), que deve bancar R$
15,9 bilhões em empréstimos para o setor, deve ser sancionado ainda nesta
semana e espera que os recursos cheguem para os empresários até a próxima
semana.
A volta das casas de bingo e Cassinos
A comissão especial da Câmara dos
Deputados que analisa projetos de lei que regulamentam atividades de cassinos,
casas de bingo, jogo do bicho, máquinas de caça-níquel e outras modalidades,
chamadas jogos de azar, que são hoje proibidas no Brasil adiou a votação que estava
marcada para a terça-feira (5).
Os parlamentares analisam 14 projetos que tratam dos jogos de azar. Os defensores da legalização argumentam que as casas de apostas podem gerar empregos e aumentar a arrecadação para o governo. Os contrários afirmam que os jogos facilitam crimes como lavagem de dinheiro e tráfico de drogas.
O parecer do deputado Guilherme Mussi (PP) foi favorável à legalização. O texto autoriza o jogo do bicho e deixa a cargo dos estados a concessão das licenças. Libera também casas de bingo em estádios de futebol com mais de 15 mil lugares e em jóqueis-clubes, sendo que cada casa poderá ter até 500 máquinas de videobingo.
No senado tendência é pela aprovação
No Senado Federal estava prevista
para quarta-feira (6), a votação de outro projeto que libera os jogos de azar.
A discussão sobre a liberação dos jogos é uma alternativa de aumentar a
arrecadação que vem à tona sempre em momentos de crise econômica.
Na semana passada, o presidente do
Senado Renan Calheiros (PMDB) anunciou que votaria a proposta em regime de
urgência. Segundo
levantamento dos grupos defensores do retorno dos cassinos e bingos, em 2014 o
país poderia ter arrecadado cerca de R$ 15 bilhões com a atividade.