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domingo, 31 de maio de 2020



ANÁLISE & POLÍTICA 

ROBERTO MONTEIRO PINHO

Efeito Floyd: EUA centenas de cidades em chamas
Um ex-policial de Minneapolis Derek Chauvin foi preso acusado do assassinato de George Floyd, um homem negro, (considerado pacato), que estava desarmado e sob custódia quando foi morto. Ele é branco, e foi filmado se ajoelhando sobre o pescoço de Floyd. O EUA não garante estabilidade e por essa razão quem está no serviço público, podem ser despedido. Ele e três outros policiais foram demitidos na segunda-feira.
O caso se tornou uma convulsão popular e reacendeu a revolta nos EUA contra os diversos casos de negros mortos pela polícia. O procurador do condado de Hennepin, Mike Freeman, disse que Chauvin foi acusado de assassinato em terceiro grau e observou que a investigação dos outros policiais está em andamento.
Casos idênticos de discriminação racial
O caso Floyd reacendeu a revolta nos EUA contra assassinatos cometidos policiais contra negros. A morte acontece após episódios que tiveram visibilidade em todo o mundo, como as mortes de Michael Brown em Ferguson, Eric Garner em Nova York e outros casos - que impulsionaram a criação do movimento Black Lives Matter.
O policial tem histórico de violência em serviço
Esta não foi a primeira vez que o policial Derek Chauvin se envolveu em episódios violentos, segundo registros do departamento de polícia. Segundo a agência de notícias Associated Press, ao longo de 19 anos de carreira, Chauvin foi alvo de quase 20 queixas formais e duas cartas de reprimenda. A maioria foi arquivada.
Em 2006, ele foi um dos seis policiais que dispararam contra Wayne Reyes, que segundo os agentes apontou uma arma para eles depois de esfaquear duas pessoas. O júri decidiu que o uso da força havia sido justificado contra Reyes, de ascendência indígena.
Perseguição a negros...
Dois anos depois, Chauvin atirou duas vezes contra um homem negro depois que o policial e seu parceiro atenderam a uma denúncia de violência doméstica.
Os agentes afirmaram que Ira Latrell Toles tentou pegar a arma de Chauvin e, por isso, foi atingido. Por outro lado, Toles afirmou ao site Daily Beast que foi agredido por Chauvin mesmo sem ter reagido à ação policial.
No início de 2008, Chauvin recebeu uma medalha por "sua resposta em um incidente envolvendo um homem armado", informou o jornal local de Minnesotta Pioneer Press, e recebeu outro reconhecimento em 2009.
Trump: “saqueadores e anarquistas”
O presidente criticou ações de "saqueadores e anarquistas", acusando-os de desonrarem a memória de Floyd. Trump pediu "cura, e não ódio, justiça, e não caos". "Não permitirei que multidões enfurecidas dominem as ruas. Isso não acontecerá", acrescentou.
Democrata não controlou os protestos
Trump culpou o prefeito de Minneapolis - do partido Democrata - por não controlar os protestos, os mais intensos desde que o presidente assumiu o cargo.
O rival do presidente no Partido Democrata, Joe Biden, o acusou de alimentar o ódio e disse que os responsáveis ​​pela morte de Floyd devem ser responsabilizados. Mas Biden também condenou os tumultos. "Protestar contra essa brutalidade é correto e necessário. Mas queimar comunidades e promover destruição desnecessária não é".
Muitos prefeitos e autoridades locais tentam separar os protestos genuínos pela morte de Floyd de agitações violentas, muitas vezes culpando infiltrados pelos saques e incêndios criminosos. Há diversos relatos de moradores tentando impedir atos de violência.
Maioria dos brasileiros hesitam em voltar ao trabalho
Com o novo coronavírus fazendo mais de mil vítimas fatais todos os dias por aqui, os brasileirão não estão dando sinais de que querem voltar a sua rotina de trabalho e outras atividades cotidianas. Sete em cada dez brasileiros (68%) disseram que não querem retornar aos seus locais de trabalho nas próximas semanas, com ou sem reabertura econômica. Mesmo com mais de 411 mil pessoas infectadas, muitos estados brasileiros anunciaram planos de reabertura gradual das atividades.
O Brasil só está atrás dos EUA em número de pessoas contaminadas. A maior potência do mundo tem 1,7 milhão de casos até o momento. A insegurança fica ainda mais aguda quando falamos de volta às aulas - com 85% dos entrevistados afirmando que não é o momento para o retorno de crianças e adolescentes às escolas. Também é o maior índice entre os pesquisados.
Itália, Espanha, Coréia e África
A Itália, que até pouco era o epicentro da doença no mundo, também não quer a volta das aulas, já 78% dos entrevistados disseram que preferem os filhos em casa nesse momento. No segundo lugar do ranking dos países mais resistentes de voltar ao trabalho presencial está a Espanha. Na África do Sul, que tem 26 mil casos até o momento, mais da metade da população tem medo de aventurar pelas cidades. Já os países que adotaram a testagem em massa, o panorama é outro. Na Coréia do Sul, apenas 18% da população falou estar com medo de voltar ao trabalho.
Auxílio emergencial poderá ser devolvido
A lei do auxílio emergencial sofreu uma nova alteração, que torna o benefício um "empréstimo" para quem se recuperar financeiramente até 2021. A mudança feita pelo senado e sancionada pelo presidente Bolsonaro (sem partido) determina que quem quem receber em 2020 mais que o limite de isenção do Imposto de Renda (IR) terá que devolver o valor integral em 2021, inclusive o dos dependentes.

Atualmente, quem recebe menos de R$ 28.559,70 no ano inteiro, incluindo, por exemplo, salários, aposentadorias e aluguéis não para o Imposto de Renda. A lei do auxílio emergencial, inicialmente, excluía pessoas que tivessem recebido valor maior do que R$ 28.559,70 em 2018, deixando de fora pessoas que tinham certa renda há dois anos, mas que necessitam de auxílio governamental diante da crise.

Após a primeira parcela, a câmara e o senado aprovaram um projeto que derrubou este critério. Por outro lado, foi adicionado ao texto a obrigação de devolver o auxílio caso o beneficiário termine o ano de 2020 com renda acima do limite de isenção do imposto de renda.

Governo é acusado de não cumprir o acordo

De acordo com o relator do texto final, o senador Espiridião Amin (PP-SC), existia um acordo com o governo federal para que as duas alterações fossem aprovadas; juntas, formariam um critério mais justo para analisar quem teria direito às parcelas.

No entanto, o senador diz que o governo não cumpriu com o combinado e aprovou apenas metade do acordo. Dessa forma, o presidente Bolsonaro manteve o critério que exclui pessoas por causa da renda de 2018, mas sancionou medida que exige devolução do valor recebido por quem se recuperar ao longo de 2020.

O ministro da Controlador 160 mil pessoas recebendo de forma indevida o auxílio emergencial pago pelo governo federal em função do coronavírus.

Coronavírus: Las Vegas – EUA reabrem cassinos

Com aval do governador de Nevada, alguns dos maiores cassinos de Las Vegas serão reabertos no dia 4 de junho. Entre eles estão Bellagio, Caesars Palace, flamingo e o New York-New York. Segundo eles, as medidas de distanciamento social da Organização Mundial da Saúde (OMS) serão adotadas.

Em Las Vegas, casas de entretenimento adulto seguem fechadas, mas igrejas podem reabrir. O Conselho de Controle de jogos dos Estados Unidos chegou a emitir nota com todas as orientações de reabertura, em que afirma que capacidade dos espaços deve ser reduzida. Em cada mesa, só poderão jogar, no máximo, até três pessoas.

Distanciamento planejado

O órgão diz ainda que cadeiras devem ser removidas de frente das máquinas caça-níqueis para que, assim, o distanciamento físico seja mais seguro e eficaz. Mesmo com todos os avais, funcionários estão se negando a trabalhar até que medidas mais seguras sejam anunciadas.

Steve Sisolak, governador de Nevada, afirmou em coletiva de imprensa que todas as precauções para evitar a Covid-19, doença causada pelo novo coronavirus, de se espalhar entre os jogadores. “Convidamos os turistas de todo o país a virem para se divertirem, não de forma diferente de como era antes”, afirmou.

Setor garante 234 mil empregos

Segundo o Las Vegas Review-Journal, os cassinos empregam mais de 234 mil pessoas no setor de turismo na cidade. Em 2018, estima-se que R$ 34,5 bilhões tenham sido gastados em Las Vegas.

Além de cassinos, o governador deu aval para que cultos sejam realizados e igrejas sejam reabertas em Las Vegas, que só podem ter cerimônias de até 50 pessoas. Casas de entretenimento adulto, como boates e bordéis, seguirão fechadas.

Pesquisa aponta que STF despenca na credibilidade
A reprovação da população brasileira à atuação do Congresso e do Supremo Tribunal Federal (STF) teve uma forte queda, segundo dados do Datafolha, publicados no sábado (30). A mudança de opinião ocorre em meio à crise política do governo de Jair Bolsonaro. 
O levantamento foi feito entre segunda e terça-feira passadas, quando o instituto ouviu 2.069 pessoas de todo o Brasil. A margem de erro é de dois pontos percentuais, para cima ou para baixo. As entrevistas precisaram ser feitas por telefone em razão das medidas de distanciamento e isolamento sociais, em razão da pandemia do novo coronavírus.
As melhores avaliações dos membros do Tribunal são de pessoas que estão totalmente isoladas socialmente. Nesse grupo, a avaliação como ótimo ou bom é de 40%. Entre quem está desempregado, em busca de emprego, essa taxa é de 36%. Entre quem tem ensino fundamental, de 34%.
Presidente de todos os brasileiros
O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), afirmou neste sábado que o presidente Jair Bolsonaro "desorganiza e gera insegurança" ao adotar uma postura de enfrentamento aos demais Poderes da República. A declaração foi dada numa transmissão ao vivo pelo Instagram com o chefe do Departamento de Ciência Jurídicas da Uniara, Fernando Passos.
Ao ser perguntado sobre a relação entre Legislativo e Executivo, Maia disse que Bolsonaro sempre teve o mesmo perfil. Mas, de acordo com sua avaliação, o cargo de presidente da República exige outro tipo de atitude.
— Quando você chega à Presidência da República, o seu papel é considerar. Você não é o presidente apenas dos que o elegeram. Você é o presidente de todos os brasileiros. Como o presidente foi eleito com muita força, foram muito ideológicos, o pessoal de extrema-direita nas redes sociais, ele tende a ser mais comprometido com eles. E quando tem um conflito, ele acaba atacando mais na linha do que ele fazia antes. Só que, como presidente do Brasil, cada vez que ele vai para o enfrentamento, ele desorganiza e gera insegurança — disse o parlamentar.