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terça-feira, 5 de julho de 2022

Lula insiste que vai regular a sociedade brasileira e Bolsonaro prega o armamento, enquanto o povo quer emprego e comida

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), em visita a Bahia, fez comício na capital Salvador no estacionamento do estádio da Fonte Nova. Seu principal oponente, o presidente Jair Bolsonaro (PL), participou da “Motociata da Indepêndencia”, que saiu do tradicional Farol da Barra e seguiu pelas ruas da cidade. O evento cívico marcou o dia 2 de julho do estado bahiano. Já como coadjuvante, diante da polarização, Bolsonaro – Lula,  o controvertido Ciro Gomes (PDT), foi à capital baiana, para um encontro com o prefeito da cidade, Bruno Reis (União). 

Enquanto a representante da terceira via (MDB, PSDB e Cidadania), Simone Tebet (MDB), se limitou em visitar as obras sociais de Irmã Dulce. A presença dos quatro presidenciáveis na comemoração baiana em nada acrescentou nesta fase pré-candidaturas, a não ser num cenário linear das manifestações, as pesquisas de opinião chama atenção da opinião pública, colocando Lula sempre a frente de Bolsonaro.

Numa sequencia de entrevistas, Lula vem declarando, "Quem vai regular é a sociedade brasileira, não será o presidente da República", disse. Mas, em agosto do ano passado, em entrevista concedida em São Luís, Lula declarou "compromisso público de que vamos fazer um novo marco regulatório dos meios de comunicação”. O tema mexe com a comunicação um dos setores mais efervescente da corrida eleitoral, e por certeza estará nas pautas dos debates.

Por outro lado Bolsonaro se mantém como ferrenho defensor do armamento. No dia (17/6), em live pelas redes sociais disparou: "Quanto mais pessoas tiverem armadas, melhor. Todas as ditaduras são precedidas de uma campanha de desarmamento. Nosso governo não quer saber de campanha do desarmamento", disse o presidente.

Temas como o aborto, saúde, educação, emprego, mobilidade urbana entre outros que são essenciais para a população, precisam de um tratamento esmerado, respeitoso e pontuado, com propostas honestas, bem delineadas. Todas capazes de convencer o tão combalido cidadão que padece no viés político, cuja postura está a desejar, ao lado do judiciário vetusto, carrancudo e jurássico, que opera sua decisões quase sempre a favor das elites dominantes.

Recente o Rol Taxativo fulminado por decisão do STJ, sinalizando o quando nossa justiça está divorciada do social e decide ao sabor das instituições capitalistas. A saber o Superior Tribunal de Justiça – STJ definiu que, o rol da ANS é considerado taxativo, com algumas exceções. Ou seja, o plano de saúde não é obrigado a cobrir tratamento que não conste do rol da ANS, se existe outro procedimento eficaz, efetivo e seguro já incorporado ao rol.

A taxa de informalidade no mercado de trabalho do país subiu para 40% da população ocupada no trimestre finalizado em maio deste ano. O dado, da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua, foi divulgado (30/6) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Entre os 86,7 milhões de pessoas ocupadas no Brasil, 34,7 milhões eram trabalhadores sem carteira assinada, pessoas que trabalham por conta própria sem CNPJ e aqueles que trabalham auxiliando a família.

A taxa de informalidade de maio é superior aos 39,6% do trimestre imediatamente anterior (encerrado em fevereiro deste ano) e aos 37,6% do trimestre findo em maio de 2020. O número de empregados com carteira de trabalho assinada no setor privado foi de 29,8 milhões de pessoas, uma queda de 4,2% (menos 1,3 milhão de pessoas) frente ao mesmo período de 2020. Já os empregados sem carteira assinada no setor privado somaram 9,8 milhões de pessoas, contingente 6,4% maior (mais 586 mil pessoas) ante a igual trimestre de 2020.

Os trabalhadores por conta própria chegaram a 24,4 milhões, 3% acima do frente ao trimestre anterior (mais 720 mil pessoas) e 8,7% superior (mais 2 milhões de pessoas) ao trimestre findo em maio de 2020.

Em meio a essa avalanche de trabalhadores na informalidade, está a segurança do profissional. O seguro saúde, o recolhimento do tributo previdenciário social e o FGTS, rubricas importantes para dar suporte na terceira idade, quando o trabalhador sai do mercado de trabalho.

Afinal a quem interessa a informalidade, se o governo deixa de arredar impostos sociais? O problema é que apesar de se declarar pré-candidatos, os presidenciáveis não dão explicação, eis que da parte de Lula, foram 14 anos a frente do Poder, enquanto Bolsonaro está prestes a completar seu primeiro mandato.

Por todas as formas a sociedade não aceita a falta de posicionamento dos candidatos. Isso vai trazer conseqüências no decorrer da campanha, quando então teremos o desfecho, e a voz que ecoará em busca de soluções para os temas elencados acima, não quer saber da polarização, que hoje estamos assistindo. (Imagem: Rede Brasil Atual)

Roberto Monteiro Pinho - jornalista, escritor e presidente da Associação Nacional e Internacional de Imprensa - ANI.