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domingo, 25 de dezembro de 2022

 

ROBERTO MONTEIRO PINHO

Porque devemos ligar o alerta por conta da fome no mundo em 2023?

O número de famintos aumentou de 811 milhões para 828 milhões entre 2021 e 2022. E a tendência é crescer ainda mais, em consequência de crises recentes e atuais, como a pandemia de coronavírus, a guerra na Ucrânia e as mudanças climáticas, além de problemas estruturais

A fome significa a situação em que uma pessoa permanece, durante um período prolongado, carente de alimentos que lhe forneçam as calorias (energia) e os elementos nutritivos necessários à vida e à saúde do seu organismo.

Além das calorias, a alimentação deve fornecer determinados elementos nutritivos – como proteínas, vitaminas e sais minerais – que cumpram a função de restaurar as células, os tecidos e os órgãos de todo o nosso organismo. A falta prolongada de qualquer dessas substâncias provoca distúrbios e lesões no organismo, com graves consequências à saúde. Como consequência estamos diante de um quadro global de milhões de crianças que não sobrevivem até a segunda idade.

O Brasil

Estamos em plena crescente demanda global por produtos do agronegócio, motivada escassez em países conflitantes, pelos avanços populacional e de renda per capita. Neste cenário o Brasil destaca-se entre os maiores exportadores mundiais, por ter capacidade de produção e produtividade. Temos que observar com severidade que o mercado mundial vem apresentando grandes transformações e a cada momento novas exigências, para as quais o agronegócio deve estar preparado para enfrentar.

O especialista em agro Kike Martins da Costa trouxe dados que mostram que a produção da agropecuária brasileira por exemplo, pode ser representativa na economia nacional, mas nos comércios globais ainda não tem o mesmo ‘peso’ de potência como China e EUA.

 

De fato, o Brasil não é o maior produtor de alimentos do planeta, ficamos atrás de China, Índia e Estados Unidos. Também não somos o maior exportador de alimentos. Ou seja: infelizmente não somos o tal “celeiro do mundo”, como discursam nossos políticos executivos “chapa branca”.

 

Em 2020, a produção de alimentos na China totalizou US$ 1,5 trilhão. O país é o líder em cereais, verduras, ovos e peixes. Ainda assim, por causa de sua enorme população, importa aproximadamente um quarto do que consome. Já a Índia, o segundo mais populoso país do mundo, produziu alimentos que somaram US$ 382 bilhões em 2020. A nação é a maior produtora mundial de leite, juta e leguminosas como lentilha e grão-de-bico. É também é a segunda maior produtora mundial de arroz, trigo, cana-de-açúcar, frutas, algodão e amendoim.

 

Um recado para os legisladores, Lula e seus escolhidos para governar o país

 

Nos Estados Unidos, a produção de alimentos gerou um total de US$ 306 bilhões em 2020. Milho, carne bovina, soja, laticínios e aves são as cinco principais commodities agrícolas da terra do Tio Sam. O país é o líder em exportações agrícolas, com US$ 147,9 bilhões – principalmente para os mercados chinês, canadense, mexicano e japonês.

 

Aí, na 4ª posição no ranking mundial, aparece o Brasil, com uma produção de alimentos que, em 2020, agregou US$ 125,3 bilhões à economia nacional. Somos os maiores exportadores mundiais de soja, açúcar, carne bovina congelada e aves. Outros importantes commodities agrícolas do agronegócio nacional são o café, o suco de laranja, o milho, o algodão e o cacau. Resumindo: para nos tornarmos o principal produtor mundial de alimentos, ainda há muito trabalho a ser feito.

 

Se querem brincar de ocupar cargos importantes, antes de tudo tenham um olhar responsável, debrucem nos problemas do país, olhem onde estão os pontos essenciais para desenvolver a economia e estabelecer equilíbrio com emprego, salários justos e o mais importante não lancem mão daquilo que pertence ao povo brasileiro que é o capital acumulado pelos contribuintes da República.

A fome no mundo

Um dos mais graves problemas do mundo contemporâneo é a má distribuição de comida, independentemente do crescimento da população mundial e de algumas regiões do planeta terem sido transformadas em áreas agrícolas destinadas ao cultivo de alimentos. Podemos dizer que grande parte do que é produzido no mundo é consumida por reduzida parcela da população mundial.

Apesar de a tecnologia e a modernização da agricultura proporcionarem aumento na produção, as promessas de acabar com a fome estão longe de serem cumpridas, porque, atualmente, áreas de terras férteis vêm sendo transformadas em áreas urbanas e, também, porque parte da produção agrícola de alimentos é usada como ração para animais e para a produção de biocombustíveis.

A geografia da fome é um dos indicadores para separar os países ricos dos países pobres. Parte da população dos países subdesenvolvidos e emergentes ainda passa fome, apesar do aumento da produção.

Os mecanismos políticos e economicos sustentados pelo modelo de desenvolvimento dos países ricos contribuíram para que a fome se tornasse mais acentuada. A modernização da agricultura, por exemplo, encareceu a produção de alimentos, por mais que o aumento da produtividade levasse à diminuição do valor de mercado do produto, já que a utilização de insumos agrega maiores custos, tornando o produto final mais caro.

O problema principal não é o número de habitantes do planeta, embora esta tenha se tornado uma questão preocupante. A questão fundamental a ser resolvida é a pobreza ou a falta de justiça social. Para que isso ocorra, são necessárias outras formas de pensar, de distribuir e de consumir.

Milhares de pessoas, na maioria crianças, espremem-se na busca por alimentos. Além das condições naturais hostis, países da região africana sofrem com conflitos étnicos e civis que intensificam a pobreza e a fome.

Agro é um negócio de pouco

O Brasil é o quinto país do mundo em extensão territorial, ocupando metade da área do continente sul-americano. Há cerca de 30 anos, aumentaram o fornecimento de energia elétrica e o número de estradas pavimentadas, além de um enorme crescimento industrial. Nada disso, entretanto, serviu para combater a pobreza, a má nutrição e as doenças endêmicas.

Há ainda o problema crescente da concentração da produção agrícola, onde grande parte fica nas mãos de poucas pessoas, vendo seu patrimônio aumentar sensivelmente e ganhando grande poder político.

A produção para o mercado externo, visando à entrada de divisas e ao pagamento da dívida externa, vem crescendo, enquanto a diversidade da produção de alimentos dirigida ao mercado interno tem diminuído, ficando numa posição secundária. Ao lado disso, milhões de pessoas vivem em favelas, nas periferias das grandes cidades, como São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Porto Alegre, Recife, entre outras.

A importância da continuidade do auxílio emergencial de R$ 600

Inquérito Nacional sobre Insegurança Alimentar no Contexto da Pandemia da Covid-19 no Brasil, realizado pela Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional (Rede Penssan), indicava que nos últimos meses do ano passado 19 milhões de brasileiros passaram fome e mais da metade dos domicílios no país enfrentou algum grau de insegurança alimentar.https://agenciabrasil.ebc.com.br/ebc.png?id=1406023&o=nodehttps://agenciabrasil.ebc.com.br/ebc.gif?id=1406023&o=node O inquérito foi feito em parceria com a Action Aid Brasil, Friedrich Ebert Stiftung Brasil (FES Brasil) e Oxfam Brasil, com apoio do Instituto Ibirapitanga

A sondagem inédita estima que 55,2% dos lares brasileiros, ou o correspondente a 116,8 milhões de pessoas, conviveram com algum grau de insegurança alimentar no final de 2020 e 9% deles vivenciaram insegurança alimentar grave, isto é, passaram fome, nos três meses anteriores ao período de coleta, feita em dezembro de 2020, em 2.180 domicílios.

Do inquérito a discussão onde o governo federal chegou a enfrentar a panaceia da CPI da Covid no Senado, quando assistimos diuturnamente os lampejos nada convincentes de alpinistas opositores, com toda saga de mentiras e narrativas, porém, sempre blindando os saqueadores, prefeitos e governadores que surrupiaram a verba da Saúde, graças a débil canetada do ministro do STF Alexandre de Moraes, que sem contestação do governo federal, tendo quedado silente, e assim criou “cobras para ser picado”.

Fonte: Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional (Rede Penssan). Action Aid Brasil, Friedrich Ebert Stiftung Brasil (FES Brasil) e Oxfam Brasil. https://29horas.com.br/

Roberto Monteiro Pinho - jornalista, escritor, ambientalista, CEO em jornalismo Investigativo e presidente da Associação Nacional e Internacional de Imprensa - ANI. Escreve para Portais, sites e blog de notícias nacionais e internacionais. Autor da obra: Justiça Trabalhista do Brasil (Edit, Topbooks), em revisão os livros “Os inimigos do Podere “Manual da Emancipação”.

"Esta publicação opinativa encontra-se em conformidade com a LGPD, lei nº 13.709, 14 de agosto de 2018."

domingo, 11 de dezembro de 2022

POLÍTICA: A direita brasileira mostrou sua face

ROBERTO MONTEIRO PINHO - Diante do cenário político polarizado, pela primeira vez na história, a direita brasileira mostrou sua face e carimbou seu DNA.

Por mais que os embates de narrativas conspirem na direção de uma intervenção militar, está visível para o mundo que o Brasil mostra politicamente um novo cenário, e trouxe para o campo das decisões político-democráticas, exposto no tabuleiro dos senhores poderosos e absolutos, sua primeira batalha ideológica.

É fácil identificar que milhões de brasileiros que viviam a margem da discussão política, e que emergiram no bojo das eleições de outubro deste ano, saindo de "meros espectadores" para se tornar polo de discussão ideológica, contrapondo a cômoda posição da militância de esquerda que através de coletivos liderados por professores universitários "Chapa branca" soberbos políticos, que há anos navegam ao "sabor dos ventos", e por essa razão sem oposição popular, formatada e sedimentada, agora são obrigados a sair da sua zona de conforto.

Um dogma que sendo narrativa, apresentado, pelos senhores absolutos das soluções para que brasileiros tenham como suporte as suas reivindicações sociais a bandeira do comunismo, vaticinando: "pátria, poder e fome."

O fenômeno da comunicação de massa alicerçada pela Internet, escancarou as portas dos emponderados esquerdistas, para dar lugar a ferrenhos militantes de direita, ávidos por resistência, e assim soberbamente organizados com - o símbolo das cores, verde amarelo.

Articularam de forma ágil e surpreendente, com pleno êxito a massa em sua maioria era tida como “silenciosos” trazendo para oposição popular, estimulados com o combustível da adormecida ideologia de direita, que surpreende a todos.

O fato é que os articuladores da revolta, chegaram ao ponto de poder apresentar suas razões, subsidiadas a partir do cenário político de nações comunistas, onde o povo é de fato oprimido e submetido a ditadura marxista, que ao longo da história exterminou impiedosamente milhões de camaradas e não camaradas. Foi uma carnificina constituída num autêntico genocídio, solução estalinista, para garantir a permanência dos ditadores sanguinários no topo do Poder.

Se a Venezuela é pouco para entender o cenário brasileiro do momento, que se apresenta no país dividido ao meio, sugiro que investiguem a trajetória do comunismo, seus resultados e o preço para sua manutenção no cenário político estadista.

Merece aqui um capítulo a parte o papel beligerante deflagrado pelo STF que não sabemos a que preço ou ideal de fato, faz com que a Suprema Corte tangencie direitos pátrios, pratique atrocidades jurídicas, rasgue a Constituição sob o argumento nada convincente que estariam defendendo o Estado Democrático e de Direito, quando seus pares sequer respeitam os poderes republicano. Nesse “Rio de águas turvas”, inclui-se aqui, o TSE que emola o direito à autenticidade das eleições, conforme assistimos atônitos.

Não podemos caminhar a extremos de que: direita e esquerda, sejam facciosas a ponto de derramar sangue pelo sangue, como solução, eis que estaríamos erroneamente repetindo as revoluções sangrentas que outrora dizimaram etnias inteiras, como são os casos inóspitos na África, Oriente, na Rússia e até mesmo na Guerra Civil de Angola em 1979 onde testemunhei como corresponde de Guerra, atrocidades da ordem com o mesmo ranço que a exemplo se repete e reflete na crucial guerra Rússia - Ucrânia.

Lembrando aqui.

O texto original está publicado e pode ser visto por todos, no blog...

www.analiseepolitica.blogspot.com


Roberto Monteiro Pinho - Jornalista, escritor e presidente da Associação Nacional e Internacional de Imprensa - ANI

"Esta publicação opinativa encontra-se em conformidade com a LGPD, lei nº 13.709, 14 de agosto de 2018."

 

*A matéria em tela pode ser reproduzida, desde que se mantenha inalterada.


sábado, 10 de dezembro de 2022

 

Declaração Universal dos Direitos Humanos

A Declaração Universal dos Direitos Humanos, de 1948, é o primeiro documento a fixar internacionalmente uma relação de direitos pertencentes tanto a homens quanto a mulheres, independente de classe social, raça ou faixa etária. E comemorada no dia 10 de dezembro.

Os direitos humanos podem ser resumidos de uma forma bem simples – direitos à vida, à integridade física e moral, à igualdade, à liberdade de pensamento, de expressão, de reunião, de associação, de manifestação, de culto, de orientação sexual, à felicidade, ao devido processo legal, à objeção de consciência, à saúde, educação, habitação, lazer, cultura e esporte, trabalhistas, ao meio ambiente e do consumidor.

Entre os anos de (2016 a 2018) foram registrados 400 assassinatos de jornalistas ao redor do mundo. Enquanto entre (2011 a 2015), quando 491 jornalistas foram mortos. As violências não letais contra profissionais da imprensa, no entanto, cresceram. Os dados sobre violência contra jornalistas são do relatório “Ameaças que silenciam: tendência na segurança de jornalistas”, publicado pela Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura).

Jornalistas e trabalhadores das mais variadas classes profissionais são vitimas

“Nós jornalistas, e toda classe laboral, nas mais diversas atividades, sofrem toda sorte de ameaça aos sus direitos. Nós quanto entidade representativa, proclamamos que o ser humano que não conhece os próprios direitos está fadado a se resignar à tirania de quem trata, garantias básicas como privilégios, banaliza a matança e sentencia que as minorias se curvem à maioria” – assinala Roberto Monteiro Pinho presidente da Associação Nacional e Internacional de Imprensa – ANI.

“Entendemos que a minoria vai até seu grau mínimo de vulnerabilidade, principalmente crianças mulheres e os milhões de esquecidos no universo da diversidade, onde os seres humanos está relegado ao descaso. O trabalho escravo permanece no radar social, mas ainda está longe de ser abolido. A base da pirâmide social é o foco desses direitos” – sublinhou Monteiro.

Os Direitos Humanos indubitavelmente têm de estar ao alcance de todos, principalmente, dos humanos sem direitos, diante de um poder público míope, uma casta arrogante e tirana, com políticos populistas, judiciário e justiça, que só existe para os ricos, gananciosos e usurpadores.

A Declaração é um documento vivo que foi aceito como um contrato entre um governo e o seu povo em todo o mundo. De acordo com o Guiness, o Livro dos Recordes, este é o documento mais traduzido no mundo.

Rio de Janeiro, 10 de dezembro de 2022

Roberto Monteiro Pinho

Presidente

REALIZAÇÃO: NÚCLEO DE CONTEÚDO ANIBRPRESS DA ASSOCIAÇÃO NACIONAL E INTERNACIONAL DE IMPRENSA - ANI


sábado, 5 de novembro de 2022

 

ALERTA: 

ROBERTO MONTEIRO PINHO - O STF e o TSE teriam exorbitados dando as cartas nas eleições de 2022?

Protagonista do conturbado cenário político e jurídico do país, o ministro do STF, Alexandre de Moraes entrou em cena nas eleições deste ano, quando de ofício pelo então presidente do STF Dias Toffoli, em março de 2019, mergulhou de “corpo e alma” no objetivo de investigar a produção e disseminação de “notícias fraudulentas” nas redes sociais contra a corte e seus integrantes.

Em 2021, o ministro acatou parcialmente um pedido apresentado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) e arquivou outro inquérito, sobre atos antidemocráticos, que havia sido instaurado no ano anterior. Ato contínuo determinou a abertura de uma nova investigação sobre fake news, com o fito de apurar a existência de uma suposta organização criminosa que operaria divulgando notícias falsas.

Foi a partir dessa manobra, nas linhas da Corte Superior, e ao silêncio dos seus pares que Moraes, navegou lentamente, até se apoderar de todo processo eleitoral, durante toda extensão da campanha, atuando como síndico, e tomando decisões, sinuosas que deixou transparecer protecionismo a candidatura do seu partidário o então candidato a presidência Luiz Inácio Lula da Silva. Essa visão se deu em razão das decisões que derivaram desde que o então ministro do STF Edson Fachin, libertou Lula da Prisão de Curitiba.

A partir de agosto Moraes impôs seu método repressivo

O desenho do que seria a eleição, tomou forma em agosto de 2022, a dois meses das eleições, quando Alexandre de Moraes assumiu a presidência do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Para inquietação dos defensores da candidatura de Bolsonaro, sentou na cadeira número um da eleição o algoz ministro atacado inúmeras vezes pelo candidato a reeleição.

O presidente da República, agora passaria ter como principal adversário Luiz Inácio Lula da Silva (PT), mas com o espectro de Moraes, atuando numa espécie de linha de frente, promovendo toda sorte de incidentes sempre contrariando as ações de Bolsonaro.

A cerimônia de posse de Moraes no TSE foi um dos momentos mais esperados de 2022. O chefe do Executivo trocou algumas palavras cordiais com Moraes, mas teve de ouvir um enfático pronunciamento do novo chefão da Justiça Eleitoral sobre o combate às “fake news” e o compromisso com a democracia e as instituições, além de uma destacada defesa às urnas eletrônicas.

Àquela altura, além de confrontar Moraes e o STF por causa do inquérito das “fake news”, Bolsonaro já havia encampado a bandeira do voto impresso, colocando em dúvida a lisura do processo eleitoral e lançando suspeitas jamais comprovadas acerca do sistema eletrônico de votação.

O cerco a Bolsonaro, sob a bandeira das “fake news”

Em mais um capítulo do que tem classificado como uma verdadeira guerra contra as “fake news” durante o período eleitoral, o TSE aprovou uma resolução que ampliou os poderes da própria corte para a remoção de notícias falsas nas redes.

De acordo com a decisão, conteúdos com informações falsas ou descontextualizadas agora poderão ser removidos em até duas horas, sem a necessidade de processos judiciais. Para agir, o tribunal não precisaria mais ser provocado por partes interessadas, como ocorria até então.

A resolução determinou ainda que a corte poderá tirar do ar canais que repliquem “fake news” de forma reiterada. A medida também vetou a propaganda eleitoral paga na internet 48 horas antes da votação e nas 24 horas posteriores ao pleito.

As plataformas digitais também passaram a ter um prazo menor para retirar notícias falsas do ar, de 24 horas para apenas duas horas. Nos três dias anteriores e nos três dias posteriores ao segundo turno, esse prazo se reduz ainda mais, para uma hora. O cerco se consumou.

Com uma nova crise instalada, Jair Bolsonaro convocou ministros para uma reunião de emergência e, em seguida, fez um pronunciamento no Palácio da Alvorada, em 26 de outubro, tecendo novas críticas a Moraes e a promessa de recorrer ao STF.

“Está comprovada a diferenciação, o tratamento dispensado ao outro candidato. O senhor Alexandre de Moraes matou no peito o processo, encaminhou para o Supremo, para o inquérito de fake news que ele mesmo conduz. Não segue nossa Constituição e não tem respaldo do Ministério Público”, reclamou Bolsonaro.

Análises do jornalista a parte, abro espaço para outros personagens

Mais que uma eleição, o país se tornaria refém de inusitadas situações praticamente assimiladas para a maioria do eleitorado, incapaz de decifrar os termos jurídicos, análises e pode separar o que era fake news e o que seria informação correta.

Na avalanche de postagens disparada nas redes sociais, sob os aplausos dos jornalões e TVs abertas, deleite de analistas políticos, jornalistas, influencers e médias sociais, que impulsionaram sua audiência e ampliaram o número de acessos em suas contas eletrônicas. Apesar de ser uma avaliação dentro do que foi de fato, essa se tornou uma das eleições, mais conturbadas e acirradas do país.

O professor de filosofia política da Universidade de New South Wales, Miguel Vatter, narra com propriedade que apesar da tendência de comparação as ideias de Maquiavel com “políticos maldosos”, a verdade é que os ensinamentos do autor também estão presentes na conduta do “bom político”. Ele frisa alguns temas modernos para ilustrar as ideias de Maquiavel, como: globalização, poderio americano, indo até as famosas campanhas políticas. 

Por fim, outro ponto interessante da política atual é o fato de muitos candidatos levarem a política para o âmbito religioso, preferencialmente para àquela religião que possui mais adeptos. No caso do Brasil, por exemplo, isso pode ser percebido pela influência da religião evangélica na política. 

A jornalista Andrea Dip escreveu o livro- reportagem “Em nome de quem? A bancada evangélica e seu projeto de poder (2015)”, a bancada evangélica do Brasil é formada por mais de 90 parlamentares de partidos distintos e esse número só tem a crescer. E isso veio ocorrer na eleição em que o candidato a presidência Jair Bolsonaro se elegeu em 2018.

Nessa perspectiva, vale lembrar também que o lema de campanha do presidente Jair Bolsonaro foi “Brasil acima de tudo, Deus acima de todos”, ficando patente o uso da religião como ponto primordial para a eleição do presidente em 2018.

Incidentes que teriam subtraído votos 

Na reta final da eleição, dois episódios contribuíram para esfriar a campanha. A prisão do ex-deputado federal Roberto Jefferson (PTB-RJ), aliado de primeira hora de Jair Bolsonaro. Na véspera da eleição a deputada Carla Zambelli  (PL/SP) foi flagrada de arma em punho, correndo e apontando na direção de um militante do PT, protagonizando cena que subtraiu votos de conservadores indecisos.

 Por outro lado a denúncia apresentada pela campanha do candidato à reeleição de que emissoras de rádio do Nordeste não teriam veiculado peças de propaganda de Bolsonaro, causando um suposto desequilíbrio nas inserções e beneficiando Lula. Com certeza foram episódios que esvaíram votos.

Derrotado, o PL está recuado dos acontecimentos, Bolsonaro silenciou, e o povo que o segue, cuja militância é digna de solene elogio, com apoio de caminhoneiros, marca presença nas ruas, pedindo anulação da eleição. Termino aqui, com a máxima de que o “Futuro a Deus Pertence”.

Roberto Monteiro Pinho - jornalista, escritor, ambientalista, CEO em jornalismo Investigativo e presidente da Associação Nacional e Internacional de Imprensa - ANI. Escreve para Portais, sites e blog de noticias nacionais e internacionais. Autor da obra: Justiça Trabalhista do Brasil (Edit, Topbooks), em revisão o livro “Os inimigos do Poder”.

"Esta publicação opinativa se encontra-se em conformidade com a LGPD, lei nº 13.709, 14 de agosto de 2018."

 


quarta-feira, 26 de outubro de 2022

 

O submundo das eleições presidenciais no Brasil

ROBERTO MONTEIRO PINHO - Desde a mais alta Corte do país, o Superior Tribunal Federal - STF o Superior Tribunal Eleitoral – TSE ao mais longínquo rincão da nação, lamentavelmente a sociedade brasileira assiste perplexa e suporta as mais perversas barbáries no âmbito do processo eleitoral que no dia 30 de outubro, vai definir quem será o próximo Presidente da República.

O ápice desse processo danoso emerge neste momento (as poucos dias do pleito eleitoral de 30 de Outubro), na superfície de "águas turvas" com a gravíssima denúncia de possível fraude no Horário Eleitoral no Rádio e TV tendo, repito, independente do que se apurar, o prejudicado é o candidato a reeleição o Presidente Jair Messias Bolsonaro.

A sociedade num todo precisa ficar atenta a cada detalhe, minúcia, tudo da mais extrema importância, eis que acende o alerta, para que o eleitor faça sua escolha democrática, sem temer pela segurança do seu voto.

Neste turbilhão de práticas lesivas ao processo eleitoral, já amplamente divulgado nos veículos de comunicação, e nas redes sociais, tendo como cenário, as emissoras de rádio, localizadas nas capitais e cidades do interior, dos estados do norte e nordeste brasileiro.

Essa ação se comprovada, se constitui em tenaz ato criminoso, eis que aventamos, aconteceu ao arrepio da Lei Eleitoral vigente, e tem como um dos possíveis protagonistas um funcionário público do TSE, que sob suposto, seja o ator que teria manipulado esse plano diabólico e violento, para favorecer o opositor candidato Luiz Inácio Lula da Silva. Em versão dos atores do processo eleitoral, que pese seus relatos, tenha sido um incidente protagonizado pelo próprio Partido Liberal (PL), que não entregou as gravações do programa eleitoral do seu candidato, nada ainda convenceu a opinião pública, a não ser o lado oposto, que se beneficiou com o fato em tela. Como diz o velho ditado, “onde existe fumaça, há fogo”

Fatores circunstanciais remetem a exemplo de outras manobras ardilosas e já repetidas manifestações de setores conservadores, todas formalizadas junto ao Superior Tribunal Federal - STF e ao Tribunal Superior Eleitoral – TSE, onde segundo observamos têm sido desenhadas, a luz da explicita tendência em não colaborar principalmente a lisura do pleito e ainda ignorar preceito legal do direito pátrio.

As constantes retóricas dos partidários do candidato Lula, se prende a desconstituir os fatos, mesmo aqueles em que comprovadamente, ocorreram e ocorrem no curso da campanha eleitoral. Essa tem sido a tônica da militância do petista, tudo ao sabor de afastar o seu candidato a presidência de fatos que o deprecia perante o eleitorado. Destaque, não que isso fosse razoável, eis que pesa sobre Lula uma sombria e densa nuvem que perduram denúncias que vão da Lava Jato, Petrolão, BNDS e outras já publicamente divulgadas praticas lesivas nos governos do PT.

Acompanhei da redação da Tribuna da Imprensa, vários pleitos eletivos, a partir da reabertura política e a volta dos partidos, e não me vem à memória um cenário eleitoral, onde não tivemos até agora, propostas de governo, a não ser ataques pessoais e toda sorte de incidentes, regadas a fake news e postagens em rede social, que destilam veneno.

Como se não bastasse ainda tivemos a calamitosa escalada de erros das pesquisas no primeiro turno, que sequer estiveram próximas dos resultados daquele pleito. E por outro assisto a manipulação tendenciosa da informação da grande mídia, voltada à luz da verdade, a militância jornalística a favor do candidato Lula. A grandiosidade da comunicação que se prende a isenção da informação, me parece ser letra morta, diante dessa geração robotizada.

O crime eleitoral aqui exposto é gravíssimo, reflete no resultado eleitoral, o que suscita no meu entendimento a impugnação da chapa Lula/Alckmin, se comprovado o mando por parte do petista Inácio Lula da Silva, que diante deste cenário inóspito, no mínimo enseja-se que renuncie sua pretensão de pleitear o honroso cargo de presidente da República. A meu ver, embora não me seja fácil expressar minha opinião, uma chapa contaminada e descredenciada para ocupar o mais alto e importante cargo da República.

É lamentável que essa manobra se comprovada, venha acontecer em pleno território do norte e nordeste cuja população é notavelmente, laboriosa e honrosa, assim por esse adjetivo entre outro meritório, é reconhecidamente o orgulho da nação. Nossos irmãos nordestinos com certeza a exemplo de outros rincões da nação não compactuam com atos que ferem e agridem a Democracia. Com a palavra a mais alta douta Corte da República. (Imagem: Arquivo).

Roberto Monteiro Pinho - jornalista, escritor, ambientalista, CEO em jornalismo Investigativo e presidente da Associação Nacional e Internacional de Imprensa - ANIEscreve para Portais, sites e blog de noticias nacionais e internacionais. Autor da obra: Justiça Trabalhista do Brasil (Edit, Topbooks) em revisão o livro “Os inimigos do Poder”.

 

terça-feira, 25 de outubro de 2022

 

ALERTA: O fenômeno da implosão dos posts nas redes sociais e o ativismo político da imprensa

ROBERTO MONTEIRO PINHO

O apoio a candidaturas, partidos e lideranças políticas é por excelência um instrumento de caráter intimo e privado. Não cabe a veículos de imprensa empreender campanha através de suas editorias, adotando viés político, que compromete o endosso de seus seguidores (eleitores), o que se constitui essa pratica num ardil a interesses tão sórdidos quando aos que ingressam no legislativo e no executivo, com objetivo de usufruir vantagens, até mesmo subliminar, compensado e por sua vez, através de moeda de troca com o pagamento de publicidade.

Em outras palavras, essa pratica não só fere princípios do direito do leitor/eleitor, mas também do próprio processo eleitoral, eis que o acesso a grande mídia é visível e privilégio dos que possuem capital para investir nesse meio criminoso de fazer jornalismo.

A regra editorial é soberbamente, alçada do proprietário de um jornal ou de seu conselho editorial. Os jornalistas podem saber que a decisão de qual candidato apoiar difere da execução da reportagem, mas seus eleitores não podem ser cooptados.

Estudos comprovam que a imprensa induz o leitor a sua linha editorial  

Um estudo publicado no *Journalism and Mass Communication Quarterly, muitos jornalistas passaram a ver os endossos editoriais como uma responsabilidade. Em 2020, o *Nieman Lab conversou com 64 jornalistas políticos com afiliações que variam de agências de notícias exclusivamente digitais a revistas nacionais e jornais locais e nacionais. E teve como sinal vital do desmando, em a maioria dos jornalistas entrevistados não questionou a capacidade de suas Redações de manter o muro metafórico entre os lados editorial e de reportagem, com um repórter se referindo a isso como “um firewall bastante rígido”.

A necessidade de explicar aos leitores a divisão entre um apoio do conselho editorial de um jornal e os outros jornalistas do jornal. Alguns repórteres disseram que as fontes perguntaram por que eles apoiaram o outro candidato.

Os jornalistas se viam esclarecendo que não haviam apoiado ninguém — seu conselho editorial sim. Como disse um jornalista: “Ninguém sabe a distinção entre o conselho editorial e os repórteres, e é nossa culpa não contar a eles. A cada 4 anos damos um tiro no pé”. Outro observou: “Os partidos políticos gostam de criticar algumas empresas de notícias, levando os espectadores a acreditar que uma empresa de notícias é tendenciosa”. Os apoios, acrescentou: “podem exacerbar essas noções preconcebidas”.

A maioria dos jornalistas, afirmaram que a prática de apoios políticos é um tanto arcaica e até mesmo imoral. Dos jornalistas entrevistados os defensores da ideia de apoios sentiram que a prática exacerbou o trabalho já árduo do jornalismo político, escamoteados pelas exigências e pressão política, complicado pela crescente polarização política e a total e inequívoca desconfiança do público. “Os leitores prestam pouca atenção a essa distinção entre opinião e não opinião”, disse-nos um jornalista – assinala a pesquisa. 

Notavelmente, ao delimitar a separação entre o quadro editorial e a Redação, os jornalistas o fizeram não só metaforicamente – evocando a imagem de uma parede separando os 2 – mas também gramaticalmente, por meio dos pronomes que usaram para nos explicar as práticas de sua Redação. Jornalistas que trabalhavam em Redações que ofereciam apoios usavam o termo “eles” para denotar o conselho editorial e enfatizar sua própria separação do processo de endosso.

Em contraste, quando os jornalistas estavam em Redações que não oferecem endossos, eles freqüentemente usavam o termo “nós” para descrever a prática, por exemplo, “nós não fazemos isso”. Um movimento retórico sinalizando que eles abraçaram e internalizaram essa posição. Um jornalista disse que eles realmente deixaram sua Redação porque ela publicava endossos editoriais, ou seja: Forçavam publicações tendenciosas.

Política editorial ética e justa

Alguns jornais já mudaram suas políticas. No período que antecedeu as eleições de 2020 nos EUA, McClatchy anunciou que os jornais de seu grupo não fariam apoios aos candidatos à Presidência, a menos que entrevistassem individualmente os 2 concorrentes. O Dallas Morning News tomou uma decisão semelhante de não apoiar nenhum dos candidatos em 2020, depois de receber uma reação negativa em 2016.

Os jornalistas entrevistados acharam os apoios editoriais mais valiosos nas eleições locais. Os tipos de relacionamento que os jornais locais cultivam com os leitores, eles disseram, são diferentes dos relacionamentos com os jornais nacionais.

Os jornais locais também desfrutam de níveis mais altos de confiança com os leitores do que os jornais nacionais. Isso pode tornar mais provável que o público perceba os apoios editoriais como um exemplo de jornais cumprindo sua promessa de informar o público, e não como exemplos de viés tendencioso da mídia, que se dá em dois aspectos, publicar matérias tendenciosas como prioridade e as demais, com menos ênfase e número de inserções.

Em contraste com as disputas estaduais e federais, os jornalistas argumentaram que em eleições locais, como vereadores ou eleições para prefeito, os candidatos geralmente concorrem como candidatos apartidários, o que pode tornar menos provável que o público veja os endossos editoriais por meio de uma lente partidária. Alguns indicaram que nas eleições locais – que muitas vezes acabam ofuscadas pela cobertura jornalística das corridas nacionais – muitas vezes faltam informações robustas sobre os candidatos. Isso, mais uma vez, poderia justificar as decisões dos jornais de emitir endossos editoriais como parte de seu serviço ao público.

Mas, com base na pesquisa, vale à pena considerar se o endosso dos meios de comunicação é uma tradição que continua a servir ao público, e que cada vez mais carece do uso da regra escrita e moral do profissional. (Imagem: Redes Sociais).

Fonte de pesquisa:

https://nieman.harvard.edu/

https://journals.sagepub.com/loi/JMQ

Roberto Monteiro Pinho - jornalista, escritor, ambientalista, CEO em jornalismo Investigativo e presidente da Associação Nacional e Internacional de Imprensa - ANI. Escreve para Portais, sites e blog de noticias nacionais e internacionais. Autor da obra: Justiça Trabalhista do Brasil (Edit, Topbooks), em revisão o livro “Os inimigos do Poder”.


segunda-feira, 17 de outubro de 2022

 

DEBATE: 

Lula perdeu para Bolsonaro, na forma e conteúdo

ROBERTO MONTEIRO PINHO

O semblante de desânimo e abatimento do ex-presidente Lula (PT) ao fim do debate promovido neste domingo (16/10) pela Bandeirantes, em parceria com a Folha de S.Paulo, o portal UOL e a TV Cultura, resumiu em parte o que foi o encontro.

Lula entrou na campanha (e na transmissão) convicto de que se sairia melhor do que o presidente Jair Bolsonaro (PL) ao forçar a comparação entre seus governos.

No primeiro bloco, a estratégia funcionou em certa medida, quando de cara ele perguntou quantas universidades foram construídas ao longo de seu mandato.

Bolsonaro não soube o que responder.

Não demorou para os adversários entrarem no tema da pandemia. Até ali, nada de novo: Lula acusou o adversário de sabotar a vacinação, Bolsonaro disse que não errou em nada.

Ficou assim para o espectador o julgamento sobre o papel do atual governo durante a crise sanitária.

A tosse recorrente de Bolsonaro mostrava um candidato nervoso nos primeiros minutos.

A certa altura, ele tentou jogar o traficante Marcola no colo de Lula e de seu vice, Geraldo Alckmin, ao dizer que ele não foi transferido para uma penitenciária de segurança máxima durante os ataques do PCC em 2006 porque teria um acordo com os governantes da época. Lula respondeu com números sobre a construção de presídios de segurança máxima em sua gestão.

Bolsonaro cometeu um erro ao associar um ato de campanha do ex-presidente no Complexo do Alemão, no Rio, a uma suposta simpatia de bandidos e traficantes. Lula respondeu dizendo que as pessoas da comunidade eram trabalhadoras e lembrou que foi um vizinho do presidente que foi preso com um arsenal de armas em sua casa num bairro de alto padrão.

Lula também pediu os créditos por ter realizado quase 90% das obras de transposição do Rio São Francisco, que Bolsonaro tenta faturar por inaugurar só agora os trechos finais.

O petista também se comprometeu a não alterar a composição do Supremo Tribunal Federal, enquanto Bolsonaro fugiu da pergunta, feita por Vera Magalhães, dizendo que se for reeleito terá mais dois indicados do seu lado.

Ali começou a abrir a caixa de ferramenta ao dizer que o ministro Edson Fachin só foi indicado ao Supremo após fazer campanha para o PT; ele associou a anulação das condenações de Lula na Lava Jato a uma canetada do magistrado. Era uma injustiça e tanto com um dos ministros que mais votaram a favor da Lava Jato durante os governos petistas, mas a injustiça ficou sem resposta. Lula já dava sinais de que saíra do controle.

No último bloco, como um time que parece cansado, Lula cometeu dois grandes erros.

Um deles foi ter deixado sem resposta, além dos dribles de sempre no assunto, uma série de acusações levantada pelo adversário a respeito da Petrobras.

O ex-presidente preferiu citar números da economia e do auge da estatal até ser alvejada pela operação.

Àquela altura Bolsonaro já tinha conseguido, como queria, tirar Lula do sério.

Em algum momento, o ex-presidente se esqueceu de que estava em um debate, e não em um palanque, e queimou o tempo disponível para alfinetar o rival com um comício improvisado.

Disse que seria eleito, voltou a prometer que em sua gestão os brasileiros voltariam a comer churrasco, falou das barbaridades do atual governo em relação à Amazônia, citou de passagem as rachadinhas e os crimes investigados pela CPI da Covid. Mas o campo acabou e ele saiu com bola e tudo. Foi seu grande erro em todo o debate (talvez em toda a campanha até aqui): deixou Bolsonaro sozinho com um latifúndio de cerca de sete minutos para falar o que bem quisesse.

Era como se todo o arsenal do gabinete do ódio ganhasse forma no discurso do presidente, que demonstrou saber de cor todas as pegadinhas e armadilhas que estimulam o ódio mais visceral ao PT e ao candidato petista.

Acusou Lula de andar com traficante, de querer liberar as drogas no país, de apoiar regimes de esquerda autoritários e querer censurar a imprensa. Aproveitou para dizer que ele era o candidato da família, que vai lutar contra ideologia de gênero e banheiros unissex nas escolas (um não assunto e uma não promessa que ele tenta associar ao rival). De bandeja, disse ainda que Lula queria voltar à cena do crime para surrupiar os cofres públicos.

Lula não tinha uma resposta à altura porque não tinha mais tempo. Mesmo com um minuto de tempo de resposta concedido sob protesto, era tarde para virar o jogo.

Faltou gás para as considerações finais.

Bolsonaro, que levou como troféu para o debate o senador eleito pelo Paraná, Sergio Moro, responsável pela condenação de Lula na Lava Jato, já não tossia nem ficava em silêncio.

Ao fim do encontro, ele seguiu batendo no adversário até mesmo ao ser perguntado por jornalistas sobre sua análise do debate.

Lula teve o mesmo tempo de exposição. Preferiu elogiar as regras da transmissão.

A cena final mostrou que Bolsonaro entendeu que tinha uma chance de ouro para explorar até a última gota a rejeição do adversário. Lula poderia ter falado no mesmo tom contra alguém que não sobrevive a dois minutos de apuração sobre a vida pública e privada, mesmo no campo em que tentou arrastar o rival, a corrupção.

O petista preferiu responder com sorrisos irônicos e acusações de que Bolsonaro mentia o tempo todo. Era mais um sinal de nervoso do que de confiança. Convenhamos: não é fácil jogar xadrez com quem move as peças botando fogo no tabuleiro.

Mas Lula deveria saber que seria assim. Parecia ter se preparado para um debate “comum” com alguém que já demonstrou do que é capaz.

Terá uma nova chance de corrigir a má impressão no debate da TV Globo.

Como num jogo de futebol, ele e sua equipe deveriam assistir ao replay dos lances da partida inúmeras vezes para não cair nos erros e armadilhas mais previsíveis do que as tentações autoritárias do atual presidente.

*Texto original de altíssimo nível profissional, do jornalista Matheus Pichonelli (Portal Yahoo)


segunda-feira, 3 de outubro de 2022

GRAVE DENÚNCIA:

A falência das pesquisas eleitorais no país

1.Caso Proconsult;

2.Organizações Globo;

3.Ipec (ex Ibope);

4.Datafolha;

5.Fraudar resultados de pesquisa é crime?

O Brasil realizou em novembro de 1982 as primeiras eleições diretas para escolher governadores, foi no limiar da ditadura militar. O bipartidarismo entre a Arena – que dava sustentação à ditadura – e o MDB – única oposição autorizada — havia sido abolido.

No Rio de Janeiro, a disputa seria acirrada. E o estado tomou uma decisão: não usaria a Serpro (Serviço Federal de Processamento de Dados), uma empresa pública, para totalizar os votos, que naquela época eram dados em cédulas de papel. O Tribunal Regional Eleitoral fluminense de forma abrupta, preferiu contratar uma empresa privada, a Proconsult, ligada a integrantes do regime dos generais. Durante a apuração, vieram as denúncias de tentativa de manipulação. Sob a tutela do “diferencial delta”, sistema fraudulento que era o manipulador dos números.

Na cena do maquiavélico crime eleitoral estava a Rede Globo de Televisão que preparou um conjunto de procedimentos para acompanhar a apuração no Rio. E nos resultados parciais, copilava dados dos números do Tribunal Regional Eleitoral do Rio de Janeiro - TRE – contaminados na origem pelo sistema denominado ‘diferencial delta’, tendo como fonte a famigerada Proconsult.

O forte esquema há época, quando o país ainda engatinhava no universo eletrônico, facilitou a tentativa de fraude nas eleições de 1982. Leonel de Moura Brizola disputou o cargo de governador do estado do Rio de Janeiro, levando ao poder o recém fundado PDT, em 1980, e foi à luta para enfrentar as eleições de 1982, as primeiras diretas ao governo dos estados desde o golpe de 1964.

Brizola (PDT), Miro Teixeira (PMDB), Wellington Moreira Franco (PDS), Sandra Cavalcanti (PTB) e Lysâneas Maciel (PT)

O trabalhista entrou na disputa pelo governo do Rio, figurando na parte debaixo das pesquisas, enfrentando na campanha o favorito Miro Teixeira (PMDB), com apoio do seu padrinho Chagas Freitas dono do jornal O DIA, o candidato do regime militar Wellington Moreira Franco (PDS), a herdeira do lacerdismo Sandra Cavalcanti (PTB) e Lysâneas Maciel (PT), fundado em 1980 e que disputava sua primeira eleição majoritária.

Nas eleições de 1982, os votos eram em cédulas de papel. O processo de contagem previa que os votos seriam apurados nas próprias mesas coletoras e, dali, os resultados parciais seguiriam em boletins para a totalização nas zonas eleitorais – no caso do Rio, a totalização geral era de responsabilidade da empresa Proconsult, que prometia agilidade e confiabilidade de resultados num tempo em que ainda havia quem denominasse os computadores de ‘cérebros eletrônicos’. 

Na zona sul do Rio de Janeiro, coordenei a fiscalização eleitoral, e na medida em que as folhas eram liberadas e fixadas nas paredes do local de apuração, era destacada uma cópia e após conferir e rubricar eu enviava para central de acompanhamento do pleito, onde os votos eram paralelamente, conferidos e totalizados. Em todas as zonas de apuração os atuantes fiscais do PDT faziam o mesmo.

A história veio se repetir, na apuração do TSE nas eleições de 2022, quando atingiu 87% da apuração.

O esquema da fraude seria colocado em prática na etapa de totalização final dos votos, quando, em função de um cognominado ‘diferencial delta’, (hoje o que chamamos de chupa cabra) os programas instalados nos computadores da empresa Proconsult, contratada pelo Tribunal Regional Eleitoral do Rio para o serviço, subtrairiam uma determinada porcentagem de votos dados a Brizola transformando-os em votos nulos, ou promoveriam a transferência de sufrágios em branco para a conta do então candidato governista e dos militares golpistas, Moreira Franco.

A falsificação na contagem foi descoberta graças ao trabalho da imprensa, inclusive com ampla cobertura do jornal Tribuna da Imprensa, onde já atuava em sua editoria. Foi a partir do esquema de apuração paralela ao do TRE-RJ montado pela Rádio Jornal do Brasil – cuja cobertura daquelas eleições concorreu e levou larga vantagem sobre o aparato armado pelo conglomerado de mídia hegemônico no estado, as nada confiáveis Organizações Globo.

A fraude eletrônica foi descoberta pelo pedetista César Maia, (então candidato a deputado federal) que identificou o tal ‘diferencial delta’. Onde os programas [dos computadores] eram organizados de tal maneira que, para um determinado número de votos contados para Brizola, o sistema abatia automaticamente um determinado porcentual.

O ‘diferencial delta’

A história veio se repetir, agora na apuração do TSE nas eleições de 2022, quando atingiu 87% da apuração. nada diferente apesar dos anos. 

Diante do escândalo e a fraude exposta ao público os militares recuaram. Outro senão ficou por conta do refazimento da apuração, e com isso, os partidos teriam que enviar os boletins (em papel carbono-cópia, preenchidos a mão) para nova contagem. Dava para perceber rasuras de (0 virando oito, um virando sete) tudo em flagrante prejuízo a eleitos, a partir dai, foram subtraídos e manipulados votos de um candidato X para Z dentro, e lógico da preferência dos coronéis dos partidos.

O objetivo do SNI não era apenas a eleição de governador, mas sim [a tentativa de garantir] a influência no Colégio Eleitoral que ser reuniria para as eleições [presidenciais] indiretas de 1985. Por isso foram em cima do Pedro Simon, no Rio Grande do Sul, do Marcos Freire, em Pernambuco, e do Brizola, no Rio. O objetivo era o Colégio Eleitoral, para dar ao PDS [o partido governista de então] e assegurar a sucessão do general João Baptista Figueiredo.

Em meio à incerteza, numa reunião Brizola revelou que foi procurado por um dos mentores da fraude, um dos analistas de sistemas que fizeram o ‘diferencial delta’. Essa pessoa procurou o Brizola e ofereceu o mapa da fraude em troca da presidência da Companhia do Metrô ou do Banco do Estado do Rio de Janeiro. Em contrapartida dava a garantia de que a fraude não seria consumada. E o Brizola fingiu concordar. César Maia que trouxe o informante dominava o programa eletrônico, pressionou a Proconsult, exibiu os mapas paralelos da Rádio JB e travou a operação. Após a posse Brizola nomeou Cesar Maia para a presidência do Banerj.

Porque os institutos Datafolha, Ipec, Ipespe e Quaest erraram?

Os institutos, Modal Mais e o Paraná pesquisas, foram um dos poucos que indicaram cenários mais favoráveis a Bolsonaro, embora com números próximos, enquanto Datafolha, Ipec (ex Ibope), Ipespe e Quaest se perderam em suas avaliações, deixando entrever manipulação de dados, sempre a favor do candidato petista a presidência Luiz Inácio Lula da Silva. Os números variavam distancias de Bolsonaro para Lula com números de 14% a 11%.

Os últimos resultados previsto pelo Datafolha e pelo Ipec (ex-Ibope), no sábado (1/10), eram, respectivamente, 50% a 36% e 48 a 31%. Se não absurdo, revelar que Lula venceria no primeiro turno com 51% dos votos válidos.

A Pesquisa do desconhecido Arko/Atlas sobre divulgada na sexta-feira (30/9) apontou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) à frente, com 50,7% dos votos válidos no primeiro turno, seguido pelo presidente Jair Bolsonaro (PL), com 41%. O primeiro turno das eleições está marcado para 2 de outubro. Já os levantamentos divulgados na véspera do primeiro turno subestimaram números obtidos por Bolsonaro; em São Paulo, onde o candidato Tarcísio de Freitas terminou em primeiro, com larga diferença de Haddad, contrariando sondagens durante toda a campanha.

Ipesp (ex-Ibope) se mostrou tendencioso ao mascarar pesquisa

Na véspera da eleição sábado (1/10), antes do primeiro turno, Lula tinha 50% das intenções de votos válidos, enquanto Bolsonaro aparecia com 36%, segundo pesquisa Datafolha. No mesmo dia, pesquisa o Globo/Ipec mostrou o petista com 51%, (já eleito) e o presidente, com 37% (derrotado). Por outro a pesquisa Ipespe divulgada no sábado (01/10) trazia Lula com 49%, e Bolsonaro, com 35%. A Genial/Quaest da mesma data indicava, respectivamente, 49% e 38%. O primeiro levantamento tinha margem de erro de três pontos percentuais; o segundo, de dois pontos. Nada se confirmou, nem mesmo a eleição de Lula.

No Rio de Janeiro e São Paulo erros imperdoáveis

Ainda no Sudeste, o governador Cláudio Castro (PL) foi reeleito no primeiro turno das eleições, com 58,66% dos votos; na seqüência apareceu Marcelo Freixo (PSB), com 28%. Os números levam em conta 99,96% das urnas apuradas.

Pesquisa Globo/Ipec para o governo do Rio de Janeiro mostrava o governador Castro à frente, com 47% dos votos válidos. Marcelo Freixo (PSB) estava com 28%. Mais uma vez, a margem de erro era de dois pontos percentuais.

Em São Paulo, com 100% das urnas apuradas, Tarcísio de Freitas (Republicanos) recebeu 42,32% dos votos; Fernando Haddad (PT), 35,70%. Já o atual governador, Rodrigo Garcia (PSDB), ficou com 18,4%.

Pesquisa Datafolha para o governo de São Paulo divulgada no último sábado (1/10) mostrava Haddad à frente, com 39% dos votos válidos, seguido por Tarcísio, com 31%, e Rodrigo Garcia, com 23%. Apesar do levantamento indicar margem de dois pontos percentuais, a inversão do resultado a favor de Tarcísio, foi um dos piores momentos da desastrosa performance dos institutos de pesquisas no país.

No Rio Grande Sul erraram tudo. Governo e Senado

Para o governo do Rio Grande do Sul, a pesquisa Ipec do último dia 30 apontava Onyx Lorenzoni 30% dos votos válidos, Eduardo Leite aparecia com 40%. Nas urnas, no entanto, Onyx registrou 37,50% – Leite ficou com 26,81%. A margem de erro em ambas era de 2 pontos percentuais. Com isso, a diferença da pesquisa para as urnas foi de -13,19% para Onyx e 7,50%.

Já na disputa ao Senado pelo Rio Grande do Sul, o vice-presidente Hamilton Mourão ficou com 44,11% dos votos neste domingo. Olívio Dutra, 37,85%. A pesquisa Ipec do dia 30 apontava Mourão com 28% dos votos válidos e Dutra com 36% – a diferente entre as urnas e a pesquisa ficou em 16,11% para Mourão, e -1,85% para Dutra.

Os Institutos Datafolha, Ipec, Quaest, Ipespe, Paraná, MDA, Atlas e PoderData foram procurados pelo colunista para que comentassem o tema. Mas não se manifestaram, sequer dispunham de uma assessoria de comunicação para atender a imprensa.

Em minha opinião diante dos fatos aqui narrados e por tudo que a sociedade brasileira assistiu na fase pré campanha, requer a instalação de um CPI no Congresso para apurar se houve compra de resultados nas pesquisas divulgadas pelos institutos que atuaram durante o processo eleitoral. E por conseqüência punir os responsáveis.

ROBERTO MONTEIRO PINHO - jornalista, editor, escritor, ambientalista, CEO em jornalismo Investigativo e presidente da Associação Nacional e Internacional de Imprensa - ANI. Escreve para Portais, sites e blog de notícias nacionais e internacionais. Autor da obra: Justiça Trabalhista do Brasil (Edit. Topbooks) e concluindo o livro “Os inimigos do Poder”.