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quarta-feira, 15 de dezembro de 2021

Para que serve uma Corte Suprema se os seus atos são antagônicos aos anseios da comunidade?

A Constituição Federal de 1988 incluiu no rol dos direitos fundamentais o acesso à justiça, instituiu como serviço público essencial a assistência jurídica integral e gratuita, adotando um modelo estatal-público formidável de prestação de tal serviço (staff model).

No ânimo de proteção ao cidadão hipossuficiente e desassistido, conferiu à Defensoria Pública o papel central na consecução da universalidade do acesso à justiça. Dessa forma a assistência jurídica integral e gratuita às pessoas hipossuficientes deve ser prestada pelo Estado, através da Defensoria Pública.

Entrando por esse viés nos deparamos com o Supremo Tribunal Federal – STF cuja atividade jurídica de demanda é a defesa de interesses, com fulcro nos direitos e garantias fundamentais sempre primado na defesa do Estado, a segurança jurídica e o esteio ao funcionamento das instituições, dos poderes e ainda da nação como um todo.

Pontualmente trazemos aqui situações de vulnerabilidade que acometem a maioria da população brasileira, como objeto a proteção, e por sua vez a garantia da cidadania. Eis que postular com fulcro nos direitos existenciais, sem foco na eventual expressão econômica deles, e sempre em vistas a alcançar uma sociedade livre, justa e solidária (artigo 3º, I, CRFB/1988), estará o tribunal, cumprindo o seu tom social, e assim oxigenando a via de acesso ao poder, executivo, legislativo e judiciário.

O STF ou o pulgatório?

No mais alto pedestal da justiça brasileira, o STF com seus 11 ministros e milhares de servidores e terceirizados, descambou a dar decisões, contemplando criminosos, saqueadores dos cofres públicos, e audaciosos senhores, que meteram a mão onde puderam, seja nos cargos que ocuparam, ou na prestação de serviços e fornecimento de material aos estados, municípios, Congresso, judiciário e o Palácio da Alvorada.

O Ápice dessa desastrosa onda de saques do erário, ganho impulso, graças ao beneplácito do STF que entregou nas mãos de governadores e prefeitos o poder de uso de bilhões de reais para o combate a epidemia do covid - 19.

A sociedade atônita, refém dessas praticas, abençoadas pelas mãos dos doutos ministros do STF, acuada e retida ao silêncio, padece da insegurança jurídica, por que não pode criticas, sofre as conseqüências, com a carestia, provocada pelo sistema "tapa rombo”, do sistema político brasileiro.

Essa amaldiçoada situação enfraquece a democracia, hostiliza o estado de direito, e fulmina o mais sagrado de todos os bens, a liberdade cidadã. Não para bandidos, mas sim para o trabalhador brasileiro.

Imagem: Internet

Roberto Monteiro Pinho - jornalista, escritor e presidente da Associação Nacional e Internacional de Imprensa - ANI.