Do “mensalão a
“Lava jato”
ROBERTO
MONTEIRO PINHO
O
ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes, declarou há pouco
durante evento na Associação dos Advogados Trabalhistas de São Paulo (AASP) que
os problemas na condução da Lava
Jato, revelados pelos diálogos publicados, são a “maior crise” vivida
pelo Judiciário desde a redemocratização. “Nada é comparável a isso que nós
estamos vivendo, porque atinge a Justiça Federal e a Procuradoria-Geral da
República na sua substância. Duas
instituições de elite do sistema que estão fortemente atingidas por essas
revelações”, destacou.
A reação
do ministro soa como resposta as acusações de partidarização de suas decisões
em favor do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, preso na carceragem da
Polícia Federal em Curitiba. Ele usa como argumento as suas declarações o fato
das denúncias do The Intercept, que
divulgou diálogos entre os titulares da investigação na operação Lava Jato.
No início
do mês de julho, durante audiência na Câmara dos Deputados, o juiz e ministro
Sergio Moro afirmou que, no cenário jurídico brasileiro, conversas entre
juízes, membros do Ministério Público e advogados "são coisas
absolutamente triviais". Na ocasião, o ministro reiterou que não
reconhece o conteúdo das mensagens veiculadas pela imprensa e que elas
podem ter sido adulteradas.
A
polêmica entre os atores do judiciário é capciosa, confunde a opinião pública e
cria um cenário nebuloso em torno do ex-presidente Lula que cumpre pena por
corrupção e lavagem de dinheiro na Superintendência da Polícia Federal do
Paraná.
Desde o
escândalo do “mensalão” que eclodiu no dia 14 de maio de 2005, com farta matéria publicada na revista Veja
revelando o embrião do escândalo que se constituiu num dos maiores cenários de
praticas lesivas ao poder público.
O fato enfraqueceu e criou desconfiança no
primeiro governo do presidente Lula. A investigação teve inicio após a
divulgação de uma gravação de vídeo em que o ex-chefe do Departamento de
Contratação dos Correios (DECAM/ECT), Maurício Marinho, ligado ao PTB, pedia e
recebia vantagem indevida para, de maneira ilícita, beneficiar um empresário.
Teve neste ponto o início de uma crise seguida
de uma série de denúncias, em que estavam envolvidas figuras do primeiro
escalão do governo.
Numa
entrevista à Folha de São Paulo, o deputado Roberto Jefferson (PTB) acusou o
então ministro-chefe da Casa Civil, José Dirceu (PT), de ser o mentor de um
esquema de pagamento de propinas para deputados da base aliada. Dirceu foi
afastado do cargo. De acordo com Jefferson, o PT havia prometido pagamentos
mensais de R$ 30 mil a cada deputado federal do PTB, PP e PL em troca do apoio
ao Executivo.
O fato é que
o não cumprimento da promessa teria provocado o rompimento entre PT e PTB, que
levou a várias denúncias de corrupção a partir de maio de 2005.
Em 2009, quando abriram um inquérito para investigar
empresas ligadas ao então deputado federal José Jatene (PP), a Polícia Federal
federais estava diante de fortes indícios de lavagem de dinheiro. A investigação levou o nome de “Operação Lava
Jato”.
Decorridos cinco anos, o país ainda estarrecido,
acompanha o desfecho que parece interminável, na medida em que um investigado e
os delatores levam a mais de uma centena de fatos novos todos envolvendo
dinheiro público, pagando propinas a executivos, e políticos.com os resultados
da chamada “Operação Lava Jato”
Nas milhares de páginas de investigação um roteiro bem-acabado do funcionamento de organizações criminosas que sugaram recursos do erário e são formadas por doleiros, altos executivos e agentes políticos e públicos.
Nas milhares de páginas de investigação um roteiro bem-acabado do funcionamento de organizações criminosas que sugaram recursos do erário e são formadas por doleiros, altos executivos e agentes políticos e públicos.
No rastro da Lava-Jato, que lá em 2009 teve o número de
inquérito 714/2009, foi detectado tráfico internacional de drogas, mercado
paralelo de câmbio com ramificações internacionais, possível esquema de
extração ilegal de diamantes com uso de indígenas, corrupção política, suspeita
de financiamento ilegal de campanhas eleitorais, fraude em contratos e
licitações da Petrobras, superfaturamento de serviços.
Neste cenário estão notáveis políticos, os ex-presidentes
Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff , que irônicos sempre alegaram
desconhecer os fatos.
Afinal do “mensalão” ao “petrolão” seus algozes, inimigos
da sociedade, não confessam nada; a não ser alguns personagens desses governos,
na “delação premiada” apesar de que é cultura do direito , “ninguém é obrigado
a fazer prova contra si mesmo”