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domingo, 6 de outubro de 2019


ANÁLISE & POLÍTICA
ROBERTO MONTEIRO PINHO

Maia trabalha para enfraquecer Moro

O presidente da Câmara, Rodrigo Maia, voltou a fazer duras críticas ao ministro da Justiça, Sergio Moro, que tenta aprovar o pacote anticrime no Congresso. Para Rodrigo Maia,  o ministro erra ao insistir aprovar a possibilidade da prisão após condenação em segunda instância por meio de projeto de lei e, se algumas das teses de Moro fossem seguidas ao pé da letra, ele seria réu, e não ministro da Justiça.

Em entrevista para o jornal "Folha de S. Paulo", o presidente da Câmara disse ainda que o ex-juiz da Lava-Jato tem como "estratégia permanente" tentar acuar as instituições democráticas do país. "Acho que o ministro Sergio Moro tenta, como sempre, a estratégia permanente dele, a estratégia de um pouco de pressão, de tentar acuar as instituições democráticas deste país", disse ao criticar pontos do pacote anticrime de Moro.

Desgaste do Parlamento

 "O projeto que foi apresentado pelo governo tem coisas boas. Agora, acredito que a discussão da prisão de segunda instância ... Ele, que é jurista, que conhece o tema, encaminhar por projeto de lei parece mais uma vontade de desgastar o Parlamento do que uma vontade de aprovar o projeto".

O deputado também lembrou que em 2016, na votação das dez medidas contra corrupção, elaboradas pela força-tarefa da Lava Jato, o Congresso não aprovou a proposta de uso de prova obtida de forma ilícita, desde que de boa fé.

"Naquelas dez medidas (contra corrupção) nós rejeitamos a prova ilícita de boa fé. Hoje eles criticam a prova ilícita de boa fé no caso do Intercept. Você vê como são dois pesos e duas medidas que, se nós tivéssemos feito o que eles gostariam, hoje eles eram réus, não eram procuradores, e ele não era ministro da Justiça", disse à "Folha de S. Paulo".

Economia brasileira vai muito mal, obrigado!

Incerteza econômica, políticas governamentais, risco cambial, demanda fraca. Desde o início do governo Bolsonaro, uma série de preocupações – com o cenário interno e externo – derrubou o otimismo de diretores financeiros de 29 médias e grandes empresas brasileiras acompanhadas pela Fundação Getulio Vargas (FGV).
A mais recente edição da pesquisa Panorama Global dos Negócios, feita desde 2012 em parceria com a americana Duke University, mostra que o otimismo dos gestores com a economia do país despencou 28,2%, do nível mais alto desde 2013 – 68,5 pontos, registrado em dezembro de 2018 – para 49,2 no último mês de setembro.
O impeachment de Dilma...
É o mesmo patamar registrado em setembro de 2014. Naquela época, incerteza econômica e políticas governamentais também foram citadas pelos empresários, ao lado de inflação (que vinha na trajetória ascendente que culminaria nos 10,67% registrados nos 12 meses até dezembro de 2015) e do aumento de custo de matérias-primas. 
O ponto mais baixo do levantamento foi registrado um pouco antes do início do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff, em setembro de 2015, quando chegou a 35,7. A escala vai de zero a 100.
Em dezembro do ano passado, 89,3% dos executivos que responderam à pesquisa se diziam mais otimistas do que no trimestre anterior, percentual que caiu para 41,4%. Em compensação, a proporção daqueles que se consideram menos otimistas saltou de zero para 41,4% do total de entrevistados.
Quedas com números preocupantes

A pesquisa também tenta captar o sentimento dos diretores financeiros (CFOs, "Chief Financial Officer", na sigla em inglês) em relação ao próprio negócio. Nesse sentido, chama a atenção a expectativa de crescimento dos lucros esperados para os próximos 12 meses: a média ponderada caiu pela metade, de 12,9% em dezembro para 6% em setembro de 2019.
A expectativa de investimento em pesquisa e desenvolvimento também encolheu, de 1,4% para 0,4% nos próximos 12 meses, assim como as perspectivas de gastos com tecnologia – de 4,8% em dezembro para 1,8%. Coordenadora da pesquisa no Brasil, a professora da FGV Claudia Yoshinaga lembra que logo depois do processo eleitoral, no fim do ano passado, o cenário era "muito otimista" por parte dos empresários.
Assim, para ela, os resultados mais recentes refletem certa frustração desta que foi uma base de apoio importante para Bolsonaro durante as eleições com o início do governo.

Centrais sindicais prometem articulações

O presidente da Força Sindical, Miguel Torres, frise que o objetivo não é a volta do imposto sindical, no entanto: "Não é a volta do imposto sindical, é importante deixar claro isso. Não estamos discutindo isso, sabemos que já morreu."

Se concretizada, a articulação entre centrais sindicais e parlamentares pode atropelar os planos da equipe econômica. No início do mês, o governo criou um Grupo de Altos Estudos do Trabalho (Gaet). O colegiado é formado por 11 integrantes, nenhum deles ligado diretamente aos trabalhadores.

"Tem um entendimento de que nós temos que ter uma proposta. Do jeito que está, não está. E não dá para esperar a reforma que o governo quer fazer, que é uma reforma totalmente sem discussão com os atores. Formaram um grupo de altos estudos, mas não tem um trabalhador lá", critica Torres.

Pleiteiam o fim da unicidade sindical

O governo afirma que as sugestões dos sindicatos são levadas em consideração, mas disse que a proposta final será montada pelo Executivo. “O governo já vinha ouvindo as centrais sobre o tema. Inclusive tem reunião do Gaet marcada dia 17 com as centrais e dia 18 com as entidades patronais. O Gaet foi instalado no dia 5. Um dos grupos tem como tema a liberdade sindical”, disse a pasta, em nota.

O Gaet apresentará em até três meses um conjunto de propostas sobre o tema ao Congresso Nacional, entre elas o fim da unicidade sindical. Embora o setor produtivo também esteja participando das negociações, as entidades preferiram não se posicionar. Procurada, a Confederação Nacional da Indústria (CNI) disse que ”ainda não existe proposta concreta sobre a qual a CNI pode firmar posição".

Google alerta sobre Hackers nos smartphones

De acordo com membros do Projetct  Zero, uma equipe do Google encarregada de encontrar bugs ‘dia zero’ (ainda sem correção) que podem ser explorados no Androide, uma nova vulnerabilidade que está sendo usada por hackers permite assumir controle completo de smartphones de vários modelos e fabricantes.

Em um comentário na ferramenta de acompanhamento de  bugs do projeto, a pesquisadora Maddie Stone informa que a vulnerabilidade foi vendida e está sendo usada pelo NSO Group, uma firma israelense de cyber-inteligência que oficialmente “fornece a governos tecnologias que os ajudam a combater o crime”.

Entretanto, a empresa ficou mais conhecida em 2016 como autora do Pegasus, uma ferramenta capaz de “rootear” automaticamente um iPhone e interceptar mensagens enviadas através do iMessage, GMail, Viber, Facebook, WhatsApp, Telegram e Skype, bem como coletar senhas de rede Wi-FI. Há indicações de que a ferramenta foi usada contra defensores dos direitos humanos nos Emirados Árabes e contra ativistas no México.

Falhas...

Segundo Stone, “o bug é uma vulnerabilidade de escalada de privilégios local que permite controle total sobre um aparelho vulnerável”. Ele pode ser explorado tanto por um app malicioso, instalado pela vítima no aparelho, como automaticamente via Web, se combinado a um bug em um navegador que possibilite a execução de código remoto.

Segundo o site, Ars Techica de acordo com o Google “a falha é considerada de alta severidade e não afeta o Pixel 3 e 3a. Os Pixel 1 e 2 receberão uma correção com o pacote de atualizações de segurança de Outubro, que deve ser lançado nos próximos dias. Além disso, um patch foi disponibilizado a nossos parceiros para garantir que o ecosistema Android esteja protegido contra este problema”.

Em declaração ao site, o NSO Group nega envolvimento no uso da falha: “a NSO nunca vendeu e nunca venderá exploits ou vulnerabilidades. Este exploit não tem nada a ver com a NSO. Nosso trabalho é focado no desenvolvimento de produtos projetados para ajudar agências de inteligência e segurança licenciadas a salvar vidas”.