ANÁLISE &
POLÍTICA
ROBERTO MONTEIRO PINHO
O
super salário da magistratura
Internautas gaúchos (com
base na Lei de Acesso) à Informação divulgaram os valores que o desembargador
Carlos Eduardo Zietlow Duro, presidente do Tribunal de Justiça do Estado do Rio
Grande dos Sul (TJRS), dela recebeu em março de 2019: brutos, R$ 118.084,39;
líquidos, R$ 104.548,68. O subsídio foi de R$ 35.462,22, acrescido de vantagens
eventuais de R$ 73.288,59 e rubricas de indenizações de R$ 5.377,77 e ainda
gratificações de R$ 8.865,55
Em setembro deste ano, o
demonstrativo de pagamentos do presidente do TJRS refere: a) Remuneração bruta
de R$ 82.829,01; b) Remuneração líquida de R$ 69.293,30. Do total bruto, R$
37.826,37 foram pagos como "vantagens
eventuais". No mês de agosto, o desembargador Duro recebeu o
mesmo valor dos meses considerados “normais”:
R$ 45.168,11 brutos e R$ 31.632,40 líquidos. O site Espaço Vital publicou a
informação.
Serviço público custará a super cifra de R$ 325
bilhões em 2019
O governo
Bolsonaro vai promover a reestruturação de carreiras do funcionalismo federal
para evitar o estrangulamento das contas públicas. Esse será próximo passo,
após a aprovação final da Reforma da Previdência
Hoje, a
despesa com os servidores é a segunda maior do governo federal, ficando atrás
apenas da Previdência. E o seu crescimento é espantoso. Nesse ano serão RS 325
bilhões destinados a salários de servidores. Em 2003, o valor era de R$ 187
bilhões, 43% a menos.
A Reforma
Administrativa em elaboração prevê novas regras para contratação, promoção e
desligamento de servidores. “Não temos condições de continuar rodando com
gastos com folha de pagamento nessa magnitude”, diz Gleisson Rubin, secretário
especial adjunto de Desburocratização, Gestão e Governo Digital do Ministério
da Economia. A meta é enviar o projeto ainda em outubro ao Congresso. O
Executivo conta com o apoio do presidente da Câmara, Rodrigo Maia, que o
considera a “prioridade número 1”.
Redução drástica de categorias e cargos
Com as
mudanças, o governo federal pretende reduzir o número de categorias do
funcionalismo federal em até 80%. Passarão de 117 carreiras para algo entre 20
e 30, diminuindo muito o gasto com pessoal.
Também é
avaliada a regulamentação da avaliação de desempenho, prevista pela
Constituição, que permitirá a premiação de bons servidores e a demissão por
atuação insatisfatória. Serão incluídos ainda mecanismos para impedir que os
bônus se estendam a todos os servidores.
Outras
modificações incluem a revisão de licenças e gratificações, a criação de um
contrato de trabalho temporário, o estímulo à contratação pela CLT por
concurso, a aproximação entre os salários do funcionalismo e do setor privado,
a redução dos salários de entrada e a ampliação do prazo para se chegar ao topo
da carreira.
Demissão por atuação insatisfatória
Também
será revista a regulamentação da avaliação de desempenho, prevista pela
Constituição, que permitirá a premiação de bons servidores e a demissão por
atuação insatisfatória. Serão incluídos ainda mecanismos para impedir que os
bônus se estendam a todos os servidores.
Outras
modificações incluem a revisão de licenças e gratificações, a criação de
um contrato de trabalho temporário, o estímulo à contratação pela CLT por
concurso, a aproximação entre os salários do funcionalismo e do setor privado,
a redução dos salários de entrada e a ampliação do prazo para se chegar ao topo
da carreira.
Fim da estabilidade
Algumas
das principais medidas devem encontrar resistência, como a redução de jornada de
trabalho e dos salários e o fim da estabilidade no funcionalismo público.
Este
último item, inclusive, já foi refutado pelo próprio presidente, contrariando
sua equipe econômica.
Um outro
ponto polêmico é a implementação de um novo Código de Conduta a fim de evitar
“captura” de órgãos públicos por entidades de classe. Apesar da promessa
oficial de tratar somente dos novos servidores, deverão ser estabelecidas
regras de transição para os atuais funcionários, o que também deve provocar
reações.
Reações serão ignoradas
Propostas
de reforma da gestão pública e do funcionalismo sempre enfrentaram a
resistência de corporações incrustadas na máquina pública. e há dúvidas sobre a
real disposição e a força do governo em enfrentar grupos de interesse fortes no
Congresso.
Apesar
das dificuldades, Rodrigo Maia acredita que a aprovação pode ser mais fácil do
que no caso da Previdência. O alcance da reforma, porém, pode ser limitado.
Azevedo, da FGV, aponta que a diferença de salários é uma questão importante, e
não foi enfrentada até agora.
Brasil adotara modelo inglês para o setor púbico
O Brasil poderá assimilar o modelo
do Reino Unido de contratação de servidores profissionais para níveis mais
elevados de uma carreira. É a chamada “entrada lateral”. A ideia está sendo
analiasada pelo time do ministro da Economia, Paulo Guedes, e foi sugerida pelo
Banco Mundial (Bird) em relatório sobre a folha de pagamentos do setor público
brasileiro.
De acordo com o Bird, é possível
atrair profissionais mais bem qualificados do setor privado que podem trazer
inovações e novas perspectivas. Com a "entrada lateral", o concurso
não é para o início da carreira, mas para o topo. O Bird defende contratações
mais flexíveis. No
Brasil, o setor público federal apresenta centenas de carreiras com baixa
mobilidade entre órgãos do governo e com entrada apenas pelo menor nível
inicial da categoria.
O diagnóstico do Banco Mundial é que essa estrutura, combinada com progressões atreladas apenas ao tempo de serviço público, faz com que servidores que chegam ao topo das carreiras não sejam necessariamente os mais bem preparados para ocupar a função.
O diagnóstico do Banco Mundial é que essa estrutura, combinada com progressões atreladas apenas ao tempo de serviço público, faz com que servidores que chegam ao topo das carreiras não sejam necessariamente os mais bem preparados para ocupar a função.
Portugal
A reforma de Portugal, feita em 2008, também foi citada como modelo a ser seguido. No país, mais de mil carreiras existentes foram substituídas por três carreiras gerais e algumas especiais. O governo português acabou com as progressões automáticas por tempo de serviço. A reforma em Portugal também estabeleceu uma taxa de reposição de servidores de 2 para 1.
No Brasil, a junção de carreiras exigiria o reenquadramento dos servidores em um novo quadro salarial, com equiparação da remuneração entre os membros da nova carreira.
A reforma de Portugal, feita em 2008, também foi citada como modelo a ser seguido. No país, mais de mil carreiras existentes foram substituídas por três carreiras gerais e algumas especiais. O governo português acabou com as progressões automáticas por tempo de serviço. A reforma em Portugal também estabeleceu uma taxa de reposição de servidores de 2 para 1.
No Brasil, a junção de carreiras exigiria o reenquadramento dos servidores em um novo quadro salarial, com equiparação da remuneração entre os membros da nova carreira.
Canadá
O banco também recomendou ao governo federal ter como parte da política de definição de salários de seus servidores a comparação com grupos semelhantes no setor privado, como no Canadá, que adotou, em 2006, uma revisão da política de remuneração de seus servidores públicos federais que teve como objetivo dar aos ministros, altos funcionários e outras partes interessadas "uma apresentação acessível, integrada e coerente do sistema de remuneração do setor público federal".
Bolsonaro e o PSL...
A
aparente decisão ameniza a crise aberta na manhã de terça (08), quando Bolsonaro
se deixou gravar em frente ao Palácio da Alvorada dizendo a um apoiador que
"esquecesse" a sigla e o seu chefe, o deputado Luciano Bivar
(PSL-PE), que segundo ele estaria "queimado".
Congressistas
e especialistas em direito eleitoral consultados pela BBC News Brasil indicam
três pontos: a relação do governo com o Congresso ficaria ainda mais
tumultuada; os deputados que saíssem do PSL poderiam perder seus mandatos na
Justiça Eleitoral; e o PSL ficaria, a princípio, com os montantes dos fundos
Partidário e Eleitoral, além do tempo de TV e rádio para as campanhas
eleitorais.
Polêmica irrita o presidente
No
começo da tarde, Bolsonaro disse ao site jornalístico O Antagonista que não
pretende sair do PSL "de livre e espontânea vontade": só deixaria a
sigla se fosse expulso por Bivar. O presidente disse também que a polêmica
gravação matinal em frente ao Palácio foi motivada pelo medo de ser acusado de
campanha eleitoral antecipada.
Projeções do IPCA
Os economistas do
mercado financeiro alteraram levemente a previsão para o Índice Nacional de
Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) - o indicador oficial de preços - em 2019 e
2020. O Relatório de Mercado Focus, divulgado nesta segunda-feira, 7, pelo Banco
Central, mostra que a mediana para o IPCA este ano passou de alta de 3,43% para
elevação de 3,42%. Há um mês, estava em 3,54%. A projeção para o índice em 2020
foi de 3,79% para 3,78%. Quatro semanas atrás, estava em 3,82%.
O relatório Focus trouxe ainda a projeção para o IPCA em 2021, que seguiu em 3,75%. No caso de 2022, a expectativa permaneceu em 3,50%. Há quatro semanas, essas projeções eram de 3,75% e 3,50%, respectivamente.
A projeção dos economistas para a inflação está abaixo do centro da meta de 2019, de 4,25%, sendo que a margem de tolerância é de 1,5 ponto porcentual (índice de 2,75% a 5,75%). Para 2020, a meta é de 4%, com margem de 1,5 ponto (de 2,50% a 5,50%). No caso de 2021, a meta é de 3,75%, com margem de 1,5 ponto (de 2,25% a 5,25%). Já a meta de 2022 é de 3,50%, com margem de 1,5 ponto (de 2,00% a 5,00%).
O relatório Focus trouxe ainda a projeção para o IPCA em 2021, que seguiu em 3,75%. No caso de 2022, a expectativa permaneceu em 3,50%. Há quatro semanas, essas projeções eram de 3,75% e 3,50%, respectivamente.
A projeção dos economistas para a inflação está abaixo do centro da meta de 2019, de 4,25%, sendo que a margem de tolerância é de 1,5 ponto porcentual (índice de 2,75% a 5,75%). Para 2020, a meta é de 4%, com margem de 1,5 ponto (de 2,50% a 5,50%). No caso de 2021, a meta é de 3,75%, com margem de 1,5 ponto (de 2,25% a 5,25%). Já a meta de 2022 é de 3,50%, com margem de 1,5 ponto (de 2,00% a 5,00%).