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segunda-feira, 30 de setembro de 2019


Voto do brasileiro analfabeto e o culto no STF

ROBERTO MONTEIRO PINHO
 
Sem saber ler ou escrever o analfabeto escolhe representantes no parlamento brasileiro. Sem cultura o povo brasileiro desconhece o seu direito. Esse cidadão pode votar, escolher não apenas o seu destino, mas o de milhões de brasileiros
Em quase 90% dos países o voto é facultativo. Hoje em dia apenas 21 países, incluído o Brasil, têm o voto obrigatório nas eleições.
Eis alguns países que já adotaram o voto facultativo: Alemanha, Austrália, Canadá, Chile, China, Colômbia, Espanha, Estados Unidos, França, Itália, Japão, Paraguai, Portugal, Reino Unido, Suécia e Turquia. Um grupo que têm absoluta liderança econômica, social e populacional.
A discussão sobre a obrigatoriedade do voto divide opiniões. Esse é o dilema de um país que postula figurar entre as maiores nações do planeta. Quem defende que o voto no Brasil deve ser facultativo acredita que o voto deve ser um direito e não uma obrigação para os cidadãos.
  Ainda assim muitos eleitores já não participam das eleições, “porque a multa aplicada quando um eleitor não vota tem um valor baixo”. Mas seria esse o real motivo do afastamento do eleitor das urnas? Estaria os cientistas políticos cometendo uma heresia, assinalando esse quesito como o fator principal?

Tramita uma proposta de emenda à Constituição no Senado (PEC 61/2016) que prevê a adoção do voto facultativo no Brasil.
A autora da proposta, Ana Amélia (PP-RS), sustenta que o eleitor já demonstra insatisfação com as candidaturas apresentadas votando nulo ou branco. Para a senadora, a alternativa de não comparecer à seção de votação também seria parte do exercício do voto.
O temor dos defensores do voto obrigatório é que se, os eleitores não forem obrigados a votar somente as pessoas que têm interesse em política continuarão votando. Outro argumento contra o voto facultativo é que o voto obrigatório é um estímulo para que o eleitor participe das eleições e das decisões políticas do país.
Questionamos aqui quais são essas decisões? Afinal os parlamentares escolhidos nas urnas têm correspondido a real postulação do eleitor?
Em junho de 2016 a Câmara dos Deputados rejeitou a proposta de tornar o voto facultativo, e não mais obrigatório, por um placar de 311 votos contrários à mudança. Foram 134 votos favoráveis e três abstenções. No grupo de parlamentares que votaram contra o voto facultativo o PT e o PMDB.
No Brasil, 7% da população com 15 anos, ou mais é considerada analfabeta de acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua) de 2017, o que representa ainda 11,5 milhões de pessoas.

De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), esse número aponta para um perfil dos analfabetos brasileiros formado majoritariamente por idosos que, quando eram jovens, não tiveram acesso à escola porque ela era destinada apenas a pessoas de classes sociais mais abastadas. 

As pessoas com 60 anos ou mais representam 19,3% de todos os analfabetos no país. Na região Nordeste, a taxa de analfabetismo entre os mais velhos é de 38,6%, o que totaliza 3 milhões de pessoas.

 O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal, disse nesta sexta-feira (27) que o ex-procurador-geral da República (PGR) Rodrigo Janot éum potencial facínora ” e questionou a forma como é feita a escolha do ocupante do cargo.

“Não imaginava que nós tivéssemos um potencial facínora comandando a Procuradoria-Geral da República”, disse Mendes na saída de um seminário no Tribunal Superior Eleitoral, referindo-se à revelação feita por Janot de que foi armado com um revólver ao Supremo com a intenção de matar o ministro.

Opostos a parte, tudo indica que o sistema político e do judiciário, padecem do mesmo mal endêmico, e surtam aos extremos, a ponto de a sociedade ter que conviver com casos no exemplo desde episódio escabroso de dois figurões da República.