ANÁLISE &
POLÍTICA
ROBERTO MONTEIRO PINHO
O presidente Bolsonaro na ONU
Por
tradição, um representante do Brasil é sempre o primeiro a falar. A BBC News
Brasil selecionou quatro destaques do discurso do presidente brasileiro nas Nações
Unidas.
Socialismo
Bolsonaro
abriu seu discurso dizendo que o Brasil "ressurge depois de estar à beira do
socialismo". Ele fez duras críticas a Cuba, em especialmente ao programa
Mais Médicos — que levou médicos cubanos para trabalhar no Brasil — e também à
Venezuela.
"Meu
país esteve muito próximo do socialismo, o que nos colocou numa situação de
corrupção generalizada, grave recessão econômica, altas taxas de criminalidade
e de ataques ininterruptos aos valores familiares e religiosos que
Segundo
Bolsonaro, "a história nos mostra que, já nos anos 60, agentes cubanos
foram enviados a diversos países para colaborar com a implementação de
ditaduras. Há poucas décadas tentaram mudar o regime brasileiro e de outros
países da América Latina. Foram derrotados!".
Foro de São Paulo
Bolsonaro
acrescentou que o Brasil está trabalhando com os Estados Unidos para que a
"a democracia seja restabelecida na Venezuela, mas também nos empenhamos
duramente para que outros países da América do Sul não experimentem esse
nefasto regime".
"O
Foro de São Paulo, organização criminosa criada em 1990 por Fidel Castro, Lula
e Hugo Chávez para difundir e implementar o socialismo na América Latina, ainda
continua vivo e tem que ser combatido".
Economia
Bolsonaro
defendeu a abertura da economia. Destacou o acordo entre o Mercosul e a União
Europeia, alcançado em seu governo. Prometeu ainda novos acordos "nos
próximos meses".
Além
disso, falou sobre a adesão do Brasil à OCDE (Organização para a Cooperação e
Desenvolvimento Econômico).
"Não
pode haver liberdade política sem que haja também liberdade econômica. E
vice-versa. O livre mercado, as concessões e as privatizações já se fazem
presentes hoje no Brasil."
Amazônia
Bolsonaro
defendeu a soberania do Brasil sobre a Amazônia. Reforçou que a Amazônia não é
um "patrimônio da humanidade" e tampouco "o pulmão do
mundo". Criticou ainda o que chamou de "os ataques
sensacionalistas" de "grande parte da mídia internacional devido aos
focos de incêndio".
Dados
do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) mostram um aumento
expressivo no número de incêndios florestais neste ano no Brasil, na comparação
com igual período do ano passado. Após a divulgação dos números, Bolsonaro
demitiu o então diretor-geral do órgão, Ricardo Galvão.
"Em
primeiro lugar, meu governo tem um compromisso solene com a preservação do meio
ambiente e do desenvolvimento sustentável em benefício do Brasil e do
mundo."
"Nesta
época do ano, o clima seco e os ventos favorecem queimadas espontâneas e
criminosas. Vale ressaltar que existem também queimadas praticadas por índios e
populações locais, como parte de sua respectiva cultura e forma de
sobrevivência."