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domingo, 29 de novembro de 2020

 ANÁLISE & POLÍTICA

ROBERTO MONTEIRO PINHO

                                Digital Influencer 

Bolsonaro evitou envolvimento direto nas eleições

Embora tenha pedido votos a alguns candidatos, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) evitou envolvimento direto com a maior parte das disputas municipais na eleição deste ano. Candidatos apoiados diretamente por ele nas principais capitais brasileiras, contudo, fracassaram nas urnas.

No Rio de Janeiro, Marcelo Crivela (Republicanos) perdeu para Eduardo Paes (Democratas) no domingo (29/11) e não conseguiu a reeleição. Em Fortaleza, Capitão Wagner (Pros) sucumbiu ante José Sarto do PDT. 

Na capital fluminense, o presidente sofreu sua mais acachapante derrota. Com 99,28% das urnas apuradas, Crivella somava apenas 35,92% das manifestações válidas, ante 64,08% de Paes. Em São Paulo, o revés era conhecido desde o primeiro turno. Apoiado por Bolsonaro, Celso Russomano (Republicanos) terminou em quarto lugar, com 10,5%. Bruno Covas (PSDB) apoiado peór FHC e Rodrigo Maia foi reeleito.

Direita predominou 

Em Vitória (ES) e Manaus (AM), os eleitores optaram por candidatos de direita, que se alinham a parte das ideias de Bolsonaro, mas que não tiveram o apoio direto do presidente. Na capital capixaba, o delegado Lorenzo Pazolini (Republicanos) ganhou do ex-prefeito João Coser (PT). O vencedor recebeu 58,5% dos votos válidos.

Em solo manauara, David Almeida (Avante) obteve 51,27%, contra 48,73% de Amazonino Mendes (Podemos), figura histórica da política amazonense.
 

São Gonçalo – Rio de Janeiro

Na cidade goiana, Roberto Naves (PP) conquistou 61,28% e derrotou o petista Antônio Gomide. São Gonçalo, o segundo maior colégio eleitoral fluminense, elegeu Capitão Nelson, do Avante. Seu oponente foi Dimas Gadelha, que deixou o Democratas para se filiar ao PT. O novo prefeito teve a preferência de 50,79% dos gonçalenses que escolheram um candidato. Em Rio Branco, no Acre, o presidente deu incentivos explícitos a Tião Bocalom (PP). Ele venceu a atual prefeita, Socorro Neri (PSB), por ampla margem de votos.

Centro, direita, liberais e conservadores

As eleições para prefeitos ganhou novos contornos e os partidos  (MDB, PSDB, PP, PSD e DEM), venceram na maioria das cidade, com isso detém o maior número de votos do eleitorado nas capitais mais populosas como São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Salvador e Porto Alegre. Em 2018, tivemos uma disputa entre partidos extremados representados por PSL e o PT.

Enquanto a extrema direita não pontuou, partidos de esquerda aparecem na parte baixa da lista dos 33 partidos, registrando perdas que vão refletir no pleito de 2022, que já esboça, uma tendência de centro e liberal. Nessa linha PT e Cia não terão lugar marcado.

Na superfície da linha ideológica o resultado foi desalentador

Estamos na superfície da política nacional vivendo uma espécie de “salada ideológica”. Não está difícil para analisar o quanto o discurso radicalizado, perdeu referência com o eleitor. A esquerda falando de Argentina, Venezuela e Cuba, não se sustentou e fez o seu papel junto ao eleitor jovem, sem avançar a faixa acima.

Nas eleições 2020 a prefeito em diversas cidades do interior paulista, por exemplo, encontramos o discurso administrativo, projetos e planos, enquanto nas capitais os candidatos se preocuparam em se defender de acusações, fake news e contra atacar no mesmo tom, com exceção onde a exemplo de Bruno Covas (PSDB) na cidade de São Paulo que adotou um tom moderado, e isso certamente conquistou milhares de votos.

PT saiu esfacelado na eleição municipal

O segundo turno das eleições 2020 se encerrou com um gosto amargo para o Partido dos Trabalhadores (PT). O partido foi o que mais levou candidatos à segunda rodada da disputa, com nomes em 15 das 57 cidades onde houve segundo turno. Mas terminará as eleições de 2020 sem comandar nenhuma capital de Estado.

Resultado foi o pior de sua história

Ao fim da apuração, os petistas se saíram vitoriosos em apenas quatro cidades: Contagem (MG), Diadema (SP), Juiz de Fora (MG) e Mauá (SP). Em 2020, a legenda do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (2003-2010) diminuiu em número de cidades governadas pela segunda vez seguida.

De 630 prefeitos eleitos em 2012, a sigla passou a 256 em 2016, e 183 este ano. A legenda também não comandará nenhuma capital de Estado: postulantes petistas chegaram ao segundo turno no Recife (PE) e em Vitória (ES), mas foram derrotados em ambas as disputas. Na capital pernambucana, o partido foi ao segundo turno com Marília Arraes. Ela disputou com o próprio primo, João Campos (PSB), mas acabou derrotada por 43 a 56% dos votos válidos. O socialista teve 445 mil votos, ante 347 mil de Marília.

As 15 cidades em que disputaram neste domingo, petistas chegaram ao segundo turno liderando a corrida em sete locais: Caxias do Sul (RS), Contagem (MG), Diadema (SP), Feira de Santana (BA), Juiz de Fora (MG), São Gonçalo (RJ) e Vitória da Conquista (BA). Nas outras oito cidades, os candidatos do PT precisavam de uma virada para vencer — inclusive em Recife e Vitória, o que acabou não acontecendo.

Uma frente de esquerda

O secretário-geral do PT, o deputado federal Paulo Teixeira, avaliou que o partido "melhorou um pouco" o desempenho em relação a 2016. "Agora, gostaríamos de ter ido mais longe", admitiu ele.

"E a eleição indica também que a gente precisa de uma política de frente (com partidos aliados). Ganhamos (enquanto esquerda) em qual capital? Em Belém (do Pará, com Edmilson Rodrigues do Psol), numa política de frente ampla. Participamos de segundos turnos importantes, em Fortaleza (Ceará, onde venceu Sarto, do PDT), em Sergipe (Em Aracaju, venceu Edvaldo do PDT)", disse ele. "Na minha opinião, esses resultados mostram a necessidade de construir uma frente de esquerda no Brasil", disse Teixeira à BBC News Brasil pouco depois das 19h de domingo (29).


Petistas fazem autocrítica - “derrota amarga”

Para o cientista político Cláudio Couto, o resultado negativo do PT nestas eleições foi fruto de um "erro de avaliação" por parte da legenda. "Sempre que alguém apontava para o PT a necessidade de uma autocrítica, esse alguém era rechaçado. 'Quem precisa fazer autocrítica são os tucanos, é a imprensa', diziam os petistas. Sem perceber que a autocrítica é justamente sinalizar para a sociedade que você consegue corrigir seus erros e melhorar", diz ele à BBC News Brasil.

Trump continua denunciado a fraude eleitoral

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse na quinta-feira (26) que deixará a Casa Branca se o Colégio Eleitoral votar a favor do presidente eleito Joe Biden, na declaração mais próxima de uma admissão de sua derrota nas eleições do dia 3 de novembro, apesar de o republicano continuar repetindo suas acusações infundadas de que houve fraude eleitoral generalizada. A informação é da rede de notícias Reuters.

Ao falar com jornalistas no feriado de Ação de Graças, Trump disse que se Biden - que deve tomar posse no dia 20 de janeiro - for confirmado como vencedor das eleições pelo Colégio Eleitoral, ele deixará a Casa Branca. Mas Trump disse que seria difícil para ele admitir a derrota nas atuais circunstâncias, e se recusou a dizer se compareceria à posse de Biden.

Presidente insiste que houve fraude

"Essa eleição foi uma fraude", insistiu Trump em um discurso por vezes incoerente na Casa Branca, no qual continuou sem oferecer evidências concretas da existência de irregularidades eleitorais generalizadas.

Biden venceu a eleição com 306 dos votos do Colégio Eleitoral --muitos mais que os 270 necessários para garantir a vitória--, contra 232 de Trump, e a reunião do Colégio Eleitoral está marcada para o dia 14 de dezembro para formalizar o resultado. Biden também lidera Trump por mais de 6 milhões de votos na contagem de votos populares.

Expectativa de vida do brasileiro aumenta para 76,6 anos

A expectativa de vida do brasileiro aumentou em três meses em relação a 2018, e o estado onde mais se vive é Santa Catarina, no sul do país. O estado onde se morre mais cedo é o Maranhão. As informações são de um levantamento divulgado na quinta-feira (26) pelo IBGE.

Segundo o levantamento, uma pessoa nascida no Brasil em 2019 tinha expectativa de viver, em média, até os 76,6 anos. Em comparação a 2018, isso significa um aumento de três meses, quando a expectativa média nacional era de 76,3 anos.

 

Esta idade é diferente entre homens e mulheres. Entre eles passou de 72,8 para 73,1 anos, enquanto que, para elas, foi de 79,9 para 80,1 anos. 

A  maior expectativa de vida em 2019 foi verificada em Santa Catarina, com 79,9 anos, o que representa 3,3 anos acima da média nacional. O Maranhão teve o pior índice, com 71,4 anos.

A taxa da mortalidade infantil

O levantamento abordou também a mortalidade infantil e mostrou que houve um avanço nesse sentido. A mortalidade em crianças menores de 5 anos declinou, de 14,4 por mil em 2018 para 14,0 por mil em 2019. 

Segundo o IBGE, a probabilidade de um recém-nascido em 2019 não completar o primeiro ano de vida era de 11,9 para cada mil nascimentos, ficando abaixo da taxa de 2018, que era de 12,4. Entre os estados do país, a menor taxa de mortalidade infantil foi a do Espírito Santo, com 7,8 por mil habitantes, e a maior, no Amapá, com 22,6 por mil. O Rio de Janeiro aparece em oitavo lugar.

Hackers do diabo

Um grupo de hackers que invadiu e coletou dados do Tribunal Regional Eleitoral (TRF-1) na sexta-feira (27) deixou a imagem do "diabo" formado por caracteres de computador no sistema do órgão colegiado. Segundo os invasores, eles obtiveram acesso a arquivos em mais de 40 bases de dados do tribunal.

O ataque foi comemorado nas redes pelo grupo, que afirma ter capturado os dados e que, dessa forma, conseguiu mostrar a "vulnerabilidade" do sistema do TRF-1. O tribunal, que abrange casos de 13 estados e do Distrito Federal, é o que abriga mais processos no Brasil. Em um site usado por hackers para expor as informações coletadas de forma de criminosa, foram publicados nomes de arquivos que estariam em quatro das 47 bases de dados do TRF-1 acessadas pelos invasores.

Os arquivos, no entanto, não foram publicados no vazamento. A assessoria do TRF-1 confirmou que foi alvo do ataque e diz que o banco de dados do tribunal "está em manutenção para analisar uma possível falha na segurança". "A equipe do tribunal está avaliando agora, mas a princípio houve somente uma divulgação de material que já era de domínio público", disse a assessoria.

Após o ataque, o site do tribunal foi retirado do ar como medida preventiva. Segundo informou o órgão, a Secretaria de Tecnologia da Informação colocou todos os serviços em "modo restrito" para investigação e tomada de providências.

Outros ataques

Este é o quarto ataque contra órgãos federais em menos de 30 dias, com investidas que vêm prejudicando serviços e minando a credibilidade de órgãos públicos. Foram alvos desses ataques o Superior Tribunal de Justiça (STJ), o Ministério da Saúde e o Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

No caso do TSE, as invasões ocorreram durante o 1º turno das eleições municipais. Os ataques não afetaram o pleito, mas gerou uma série de dúvidas em relação à contabilização dos votos, principal objetivo desses criminosos.

81% dos brasileiros querem tomar a vacina contra o coronavírus

 

Estudo da empresa Ipsos em 15 países mostra que o percentual de pessoas afirmando que com certeza tomarão a vacina caiu na maior parte dos lugares desde a última sondagem em agosto. No Brasil, 81% dos entrevistados pela pesquisa responderam que planejam tomar a vacina contra o coronavírus, enquanto que a média mundial é de 73%.

O percentual de pessoas que diz que certamente tomariam o imunizante caiu 13 pontos percentuais desde o último levantamento.

O Brasil foi o segundo país onde a faixa de pessoas desejando tomar a vacina mais caiu, atrás somente da Austrália (queda de 16 pontos).

Quando perguntado o motivo pelo qual não tomariam a vacina, quase metade (48%) dos brasileiros entrevistados respondeu que estava preocupado com o avanço muito rápido dos testes. Outros 27% disseram ter preocupação com efeitos colaterais.

França cobrará sobretaxa dos Gigantes da internet

A França aplicará um imposto sobre as grandes empresas do setor digital em 2020 - confirmou seu Ministério da Economia no dia 25 de novembro, apesar das ameaças dos Estados Unidos de sobretaxar produtos franceses no valor de US$ 1,3 bilhão.

"As empresas sujeitas a este imposto receberam uma notificação fiscal para os pagamentos de 2020", disse a mesma fonte, referindo-se a esta tributação relativa aos gigantes de Internet, também conhecidos como GAFA (Google, Amazon, Facebook, Apple).

EUA reage e vai sobretaxar vinhos, queijo e produtos de beleza

Segundo o jornal britânico "Financial Times", Facebook e Amazon estão entre as empresas que receberam uma notificação nos últimos dias. Com esta decisão, a França se expõe a sanções dos Estados Unidos, em meio à transição entre o presidente eleito Joe Biden e o presidente em final de mandato, Donald Trump. Este último já havia decidido sobretaxar em 25% os vinhos franceses, em retaliação aos subsídios recebidos pelo fabricante europeu de aviões Airbus.

Em julho de 2019, o Parlamento francês aprovou um imposto de 3% sobre o volume de negócios dos gigantes digitais, cuja receita mundial passa de 750 bilhões de euros. Com isso, a França se torna a pioneira na tributação de grandes grupos digitais. Washington, que considera esse imposto discriminatório contra as empresas americanas, ameaçou a França com a aplicação de taxas alfandegárias de 100% sobre certos produtos franceses, como queijo, ou produtos de beleza.