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domingo, 1 de novembro de 2020

 ANÁLISE & POLÍTICA

ROBERTO MONTEIRO PINHO

Seguidores de Bolsonaro protestam contra Doria

Apoiadores do presidente Jair Bolsonaro se reuniram no dia 1 de novembro (domingo) na avenida Paulista, na cidade de São Paulo, para protestar contra o governador João Doria (PSDB) e uma eventual obrigatoriedade de tomar a vacina contra a covid-19 produzida no Estado.

A multidão se reuniu em frente o Masp na Paulista. A hashtag #ForaDoria alçou os assuntos mais comentados do Twitter, com mais de 94 mil citações até a publicação desta reportagem.

Os manifestantes criticavam a “vachina”, em referência à CoronoVac, vacina contra o novo coronavírus que está sendo desenvolvida pela farmacêutica chinesa Sinovac. O Estado de São Paulo tem parceria com a empresa por meio do Instituto Butantan para produção do imunizante. Na sexta-feira (30), o instituto fretou 6 aviões para transportar a matéria-prima da CoronaVac da China para o Brasil.

Trump cola em Biden e quer mudar a dinâmica das eleições

Atrás nas pesquisas, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, aproveitou-se de e-mails divulgados recentemente, supostamente do filho de seu adversário na corrida à Casa Branca, o candidato democrata Joe Biden, para tentar mudar a dinâmica das eleições presidenciais em sua reta final, no que a imprensa americana descreveu como "surpresa de outubro".

As alegações contra o democrata foram o pano de fundo do pedido de demissão do jornalista Glenn Greenwald, cofundador do site The Intercept. Ele se demitiu do site na quinta-feira (29/10). Greenwald alegou que foi censurado por causa de um artigo que escreveu sobre o assunto. O Intercept, por sua vez, criticou o jornalista e diz que ele estaria fazendo um papel de "vítima".

Greenwald ficou mundialmente famoso ao publicar, em junho de 2013 no jornal britânico The Guardian, uma reportagem mostrando a existência de programas secretos de vigilância global dos Estados Unidos, efetuados pela Agência de Segurança Nacional (NSA). Para isso, contou com a ajuda de Edward Snowden, que havia sido funcionário da CIA, a agência de inteligência americana, e da NSA. Snowden coassina a reportagem, que ganhou o Prêmio Pulitzer, o mais importante do jornalismo.

As eleições estão marcadas para a próxima terça-feira, 3 de novembro.

As denúncias...

Não se trata de uma estratégia nova. O esforço da campanha do candidato republicano para arquitetar uma revelação surpresa nas semanas finais da campanha para "virar" a eleição é uma tática política frequentemente usada. O termo "surpresa de outubro" foi cunhado em 1980 e referia-se a esforços secretos do então presidente Jimmy Carter (1977-1981) para negociar a libertação de reféns americanos no Irã antes da eleição. Por fim, as negociações fracassaram e Ronald Reagan venceu.

Trump vem acusando repetidamente Biden de irregularidades em relação à Ucrânia e à China enquanto era vice-presidente, o que ele nega.

A questão ressurgiu após um artigo do New York Post sobre um suposto e-mail no qual um consultor de uma empresa de energia ucraniana, a Burisma, aparentemente agradeceu ao filho de Biden, Hunter, por convidá-lo para conhecer seu pai.

Questionado sobre as acusações, Biden disse a um repórter se tratar de uma "campanha de difamação". Nenhuma atividade criminosa foi comprovada e nenhuma evidência surgiu de que Biden fez algo para beneficiar seu filho intencionalmente.

O artigo do New York Post

Um artigo publicado pelo jornal New York Post tem como foco um e-mail de abril de 2015, no qual um conselheiro da empresa Burisma, Vadym Pozharskyi, aparentemente agradeceu a Hunter Biden por convidá-lo para encontrar seu pai em Washington.

Hunter, o segundo filho de Joe Biden, era diretor do conselho de administração da Burisma - uma empresa privada de energia de propriedade da Ucrânia, enquanto seu pai era o encarregado do governo Obama nas relações entre os EUA e a Ucrânia. Hunter era um dos vários estrangeiros no conselho da empresa.

Biden rebate acusações

O artigo do New York Post não forneceu evidências de que a reunião tenha ocorrido. A campanha eleitoral de Biden disse que não havia registro de tal reunião na "programação oficial" do ex-vice-presidente da época.

Mas em um comunicado ao site americano Politico, a campanha também reconheceu que Biden poderia ter tido uma "interação informal" com o conselheiro do Burisma que não apareceu em sua programação oficial, embora afirmasse que qualquer encontro teria sido "superficial".

"As investigações da imprensa, durante o impeachment e até mesmo de dois comitês do Senado liderados por republicanos, cujo trabalho foi considerado 'não legítimo' e político por um colega republicano, chegaram à mesma conclusão: que Joe Biden executou a política oficial dos EUA em relação Ucrânia e não se envolveu em nenhuma transgressão", disse Andrew Bates, porta-voz de Biden.

Maia constrange líder do PL

Em entrevista à coluna Painel, da Folha de S.Paulo, o deputado Wellington Roberto, líder do PL na Câmara, defendeu o governo do presidente Jair Bolsonaro e criticou o presidente da Câmara, Rodrigo Maia.

– Estou dizendo que Rodrigo Maia foi infeliz, com todo respeito eu tenho ao presidente da Casa. Nós não concordamos com essas colocações que ele fez de uma forma em que ele atribui e joga no colo da base o engessamento do país.

Roberto rebateu declarações de Maia, que na última terça-feira (27) culpou a base do governo por atraso em votações. 

– Não sou eu que estou obstruindo, é a base do governo. Se o governo não tem interesse nas medidas provisórias, eu não tenho o que fazer – disse Maia, na terça.O deputado afirmou ainda que Maia tem o hábito de fazer ataques a pessoas e depois “assoprar”.

Chinesa Xiaomi já é a terceira na venda de smartphones no mundo

A fabricante chinesa de eletrônicos Xiaomi ultrapassou a Apple pela primeira vez em vendas globais de celulares e ocupa agora a terceira posição de vendas entre as fabricantes, aponta uma pesquisa da consultoria IDC divulgada na quinta-feira (29).

O levantamento também mostra que a Samsung voltou a liderar a global de vendas de smartphones, após perder a liderança do mercado para a também chinesa Huawei, que ficou no topo por um único trimestre.

Segundo os dados, coletados depois da temporada de resultados financeiros das empresas, a Samsung vendeu 80,4 milhões de celulares no trimestre que se encerrou em setembro. Hoje, a sul-coreana é responsável por quase um em cada quatro smartphones vendidos em todo o mundo.

Huawei barrada no EUA

Já a Huawei vendeu 51,4 milhões de aparelhos e viu seus negócios serem impactados nos últimos meses pelas sanções impostas nos Estados Unidos em 2019 - a companhia é acusada pelo governo Trump de praticar espionagem a favor do governo chinês. A Xiaomi vendeu 46,5 milhões de dispositivos no terceiro trimestre - quase 5 milhões a mais do que a Apple.

Há motivos, porém, para explicar a queda da fabricante do iPhone. Tradicionalmente, a empresa de Tim Cook lança novos modelos de smartphones em setembro.

Por conta da pandemia do coronavírus, porém, o lançamento do aparelho aconteceu apenas no início de outubro. O ciclo de produção do aparelho foi afetado por dois fatores. Um foi a paralisação das fábricas na China, no início do ano, onde a maior parte dos iPhones são globalmente produzidos. Outro foi a interrupção de viagens internacionais - antes do lançamento de um novo iPhone, engenheiros da Apple viajam até o país asiático para acertar detalhes da produção.

A queda de desempenho da Apple, porém, acabou sendo mais grave do que se previa: no período, as vendas de iPhones tiveram queda de quase 21% em receita, chegando a US$ 26,4 bilhões, sendo que analistas esperavam uma diminuição de 16% nas vendas.