ANÁLISE & POLÍTICA
ROBERTO MONTEIRO PINHO
*Digital Influencer
União de nomes para enfrentar Bolsonaro
em 2022
Uma Frente com: João
Doria, Luciano Huck e Sergio Moro está sendo costurada nos bastidores. De
acordo com a matéria publicada no jornal Folha de S. Paulo, na primeira
quinzena de setembro, o governador tucano de São Paulo recebeu em sua casa o
ex-ministro da Justiça e sua mulher, Rosângela. Os principais assuntos do
encontro foram a conjuntura política e a necessidade da união de nomes para
fazer frente principalmente ao presidente Jair Bolsonaro.
Na avaliação dos
dois, o Brasil vive uma entropia política e 2022 pode viver uma repetição do
embate entre a direita populista representada pelo presidente e algum nome do
campo à esquerda. Com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ainda está
inelegível, o nome mais provável da esquerda é Ciro Gomes (PDT), na visão
deles.
Articulação
Doria havia
falado sobre o tema com o apresentador da TV Globo em um jantar em Davos, na
Suíça, durante a edição de janeiro passado do Fórum Econômico Mundial, conforme
afirmou a reportagem.
Doria é visto com desconfiança
O governador de
São Paulo conversou, na ocasião, com Huck e com o então ministro da Saúde, Luiz
Henrique Mandetta (DEM). Aliados de Doria acreditam que a frente é inevitável,
já que Bolsonaro lidera as pesquisas de opinião atualmente. Além disso, eles
consideram risco de organização na esquerda.
O nome de Doria é
visto com desconfiança pelos aliados da centro-direita. Em entrevista, o
presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), disse que seu partido prefere Huck
como candidatado. A ala histórica do PSDB, capitaneada pelo ex-presidente
Fernando Henrique Cardoso, já elogiou o apresentador e conta com a
possibilidade da candidatura.
Conexão com empresários
Para o ex-juiz da
Lava Jato, a dificuldade é que ele é odiado pelos partidos do chamado Centrão
(Republicanos, PP, PTB e afins), pela agenda anticorrupção. A possibilidade é que
Moro não integre nenhuma chapa, mas seria um nome forte de um eventual governo.
No caso de Huck,
apesar de não confirmar uma candidatura presidencial, aliados afirmam que já
existe uma articulação empresarial, envolvendo nomes como Abílio Diniz e Pedro
Parente, que são aliados no comando da gigante de proteína animal BRF. Parente
é ex-chefe da Casa Civil de FHC e tem uma parceria com Andrea Calabi, padrasto
de Huck.
Trump
desmente imprensa de que Biden “ganhou”
O presidente Donald Trump voltou
atrás após ter reconhecido pela primeira vez no domingo (15) a vitória de Joe
Biden na eleição que teve início no dia 3 de novembro. Trump afirmou que não
admitiu “nada” e repetiu suas alegações infundadas de fraude eleitoral
generalizada nos Estados Unidos.
Biden derrotou Trump ao vencer
uma série de Estados cruciais que o republicano havia conquistado em 2016. O
ex-vice-presidente democrata também conquistou o voto popular nacional por uma
margem de mais de 5,5 milhões de votos, ou 3,6 pontos percentuais.
Postagens no Twitter
Trump fez suas declarações
contraditórias em uma série de postagens no Twitter. “Ele venceu porque a
eleição foi fraudada”, escreveu Trump na manhã deste domingo, sem se referir a
Biden pelo nome.
“Não forma permitidos
observadores, o voto foi tabulado por uma empresa privada da esquerda radical,
Dominion, que tem má reputação e equipamento ruim e que não poderia nem mesmo
se qualificar para apurar o Texas (onde ganhei por muito!), a Fake &
Silenciosa Imprensa, & muito mais!”, disse.
Mídia Fake News
Cerca de uma hora depois, Trump
voltou à rede social, que, novamente, colocou um aviso dizendo que a publicação
é questionável: “Ele só venceu aos olhos da MÍDIA FAKE NEWS. Não admito NADA!
Temos um longo caminho a percorrer. Esta foi uma ELEIÇÃO FRAUDADA!”
A recusa de Trump de aceitar o
resultado da eleição de 3 de novembro travou o processo de transição para um
novo governo. A agência federal que normalmente liberaria fundos para um
presidente eleito, a Administração de Serviços Gerais, ainda não reconheceu
Biden como o vencedor.
Vacinação em Janeiro
Seu escolhido como chefe de
gabinete, Ron Klain, disse ao canal MSNBC na quinta-feira (12) que receber os
fundos de transição é importante, dado que o governo dos EUA lançará uma
campanha de vacinação contra o coronavírus no início do ano que vem.
A maioria dos republicanos
apoiou publicamente o direito de Trump de recorrer aos tribunais e se recusou a
reconhecer Biden como vencedor, mas figuras do partido disseram que o democrata
deveria ser tratado como presidente eleito e vários senadores disseram que
Biden deveria receber informes de inteligência.
Bolsonaro ironiza vitória de Biden
O vice-presidente, Hamilton
Mourão (PRTB), disse na última sexta-feira (13) que a vitória do democrata Joe
Biden nas eleições americanas está “cada vez mais sendo irreversível”.
A declaração de Mourão vai na
contramão da posição adotada pelo presidente Jair Bolsonaro, que mesmo após
seis dias, ainda não reconheceu a vitória do democrata nas eleições
presidenciais dos Estados Unidos. “Como indivíduo, eu julgo que a vitória do
Joe Biden está cada vez mais sendo irreversível”, afirmou Mourão nesta sexta.
Declaração
deturpada
O presidente dos
Estados Unidos, Donald Trump, disse no dia 13 de novembro (sexta-feira) que
"o tempo dirá" se ele vai permanecer presidente, em um lapso
momentâneo de sua recusa sem precedentes em admitir sua derrota nas eleições e
ajudar o democrata Joe Biden a se preparar para assumir o poder.
Trump quebrou o silêncio depois de uma semana sem
declarações em frente às câmeras, ao falar durante um evento na Casa Branca
para anunciar a iminente autorização de uma vacina contra o coronavírus. Durante
um breve discurso sobre o trabalho pela vacina, Trump insistiu em que nunca
mais ordenaria um confinamento para conter a disseminação da covid-19.
Trans é líder de votos para a Câmara de BH
Neste domingo (15), mais de 30 mil pessoas escolheram Duda Salabert (PDT) para ocupar uma das 41 cadeiras da Câmara Municipal de Belo Horizonte (CMBH) a partir de 2021. Duda é a primeira vereadora trans da história da capital mineira e ainda quebrou o recorde de votos.
Até as 23h30, com 99,76% das urnas apuradas em Belo Horizonte, Duda Salabert havia recebido 37.500 votos. O número supera com sobra os 17.420 votos recebidos por Áurea Carolina (Psol), em 2016, até então, considerada a candidata mais bem votada da história da capital mineira.
Discurso
ideológico
Em entrevista ao Estado de Minas, Duda disse que sua eleição é uma vitória dos
direitos humanos, uma vez que o Brasil é o país que mais mata transsexuais.
Além disso, de acordo com a futura parlamentar, a capital mineira "deu um
recado" à bancada anterior da Câmara.
Queda de braço
entre EUA e Tik Tok
Em
mais um desdobramento da situação entre TikTok, de propriedade chinesa, e
Estados Unidos, o Departamento de Comércio norte-americano disse que não
obrigará a plataforma a encerrar seus serviços no país, após uma decisão
judicial ter proibido o banimento do serviço chinês.
A decisão foi divulgada na
data estipulada para o fim das operações do TikTok nos Estados Unidos, após o
serviço não transferir suas operações no país para outra empresa. Os chineses
tinham até ontem, 12, para deixar de operar nos EUA, mas a decisão de uma corte
definiu que o Departamento de Comércio não tinha competência para bloquear o
aplicativo.
Em meio a preocupações
maiores envolvendo as eleições presidenciais, e a provável troca de poder em
janeiro de 2021, o governo parece ter desistido de dificultar a vida de
adolescentes que gostam de dançar na frente do celular.