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domingo, 6 de dezembro de 2020

 ANÁLISE & POLÍTICA 

ROBERTO MONTEIRO PINHO

                                   Digital Analys-influencer

 

STF veta reeleição de Maia e Alcolumbre

Por maioria dos votos, o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu, neste domingo (6/12), no plenário virtual, vetar a reeleição dos presidentes da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), nos respectivos cargos. No julgamento, iniciado na sexta-feira (4/12), os últimos a votar foram os ministros Edson Fachin, Luís Roberto Barroso e Luiz Fux, presidente da Corte. O placar final do julgamento ficou em 6 votos a 5, contra a recondução dos presidentes das Casas do Congresso.

O STF julgou a Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADIN) 6524, movida pelo PTB, que pedia a proibição da reeleição dos dois chefes do Legislativo. O partido se baseou no artigo 57 da Constituição, que diz: "Cada uma das Casas reunir-se-á em sessões preparatórias, a partir de 1º de fevereiro, no primeiro ano da legislatura, para a posse de seus membros e eleição das respectivas Mesas, para mandato de dois anos, vedada a recondução para o mesmo cargo na eleição imediatamente subseqüente".

Fachin, Barroso, Fux,  Rosa Weber, Gilmar e Cármen Lúcia

Maia e Alcolumbre tomaram posse nos cargos no início da atual legislatura, em 2019. O deputado já havia sido reeleito uma vez. Com base no entendimento do Supremo, agora só poderão voltar a se candidatar aos respectivos cargos em 2023.

O voto final do julgamento foi do presidente do STF, Luiz Fux, contrário à reeleição de Maia e Alcolumbre. Ele divergiu do relator da matéria, ministro Gilmar Mendes. No mesmo sentido de Fux votaram Luís Roberto Barroso, Edson Fachin, Rosa Weber, Cármen Lúcia e Marco Aurélio. Acompanharam o relator os ministros Dias Toffoli, Ricardo Lewandowski e Alexandre de Moraes. Nunes Marques, por sua vez, apresentou um voto parcialmente divergente em relação ao de Gilmar Mendes. Pelo seu entendimento, é possível haver apenas uma reeleição.

Luiz Fux destacou, em seu voto, que "a regra constitucional é direta e objetiva" ao proibir a reeleição dos presidentes das Casas do Congresso na mesma legislatura. "Nesse ponto, a norma constitucional é plana: não há como se concluir pela possibilidade de recondução em eleições que ocorram no âmbito da mesma legislatura sem que se negue vigência ao texto constitucional", escreveu o ministro presidente.

Portais e redes sociais influenciaram a decisão

O julgamento da ADI 6.524 mobilizou o mundo jurídico e político e as redes sociais. O jurista Ives Gandra Martins publicou artigo na Conjur defendendo a literalidade do dispositivo constitucional. No texto, ele explicou que o artigo 57 da Constituição da República é de uma clareza solar e que "dois anos não são quatro, vedação não é permissão e mesmo cargo não é outro cargo". Com ênfase a questão o colunista em sua rede social, divulgou um forte conteúdo, alertando para a lesão a Carta Magna. “O Excelentíssimo Senhor presidente da República Jair Bolsonaro, precisa salvar o país dessa gente nefasta” – publicou.

Os portais mais lidos do país deram ênfase a decisão. Conjur: STF confirma que reeleição na Câmara e no Senado é inconstitucional. Poder 360: STF veta possibilidade de reeleição de Maia e Alcolumbre na Câmara e Senado. Congresso em Foco : “Duplo twist carpado inconstitucional”: veja reações ao julgamento do STF sobre reeleição no Congresso

Pesquisa sinaliza a reeleição de Bolsonaro

Pesquisa de opinião do projeto Exame/Ideia, divulgada na sexta-feira (4) pela revista Exame, mostra que Jair Bolsonaro (sem partido) seria reeleito presidente em 2022 em todos os cenários.

O presidente lidera a corrida presidencial com 28% das intenções de voto na pesquisa estimulada, quando uma lista de possíveis candidatos é apresentada ao entrevistado. Lula (PT) aparece com 16%; Sergio Moro, com 10%; Ciro Gomes (PDT), 7%; Luciano Huck e João Doria (PSDB), 4%.

Os números

Na pesquisa realizada entre os dias 30 de novembro e 3 de dezembro, foram ouvidas 1.200 pessoas. A margem de erro é de três ponto percentuais para mais ou para menos. Em uma simulação de segundo turno, quem teria mais chances de rivalizar com Bolsonaro seria Ciro Gomes, que aparece com 36% e Bolsonaro com 37% das intenções de voto, o que, pela margem de erro, representa um empate técnico. Ciro vence Bolsonaro entre os mais jovens (43% a 34%) e na região Nordeste (46% a 30%).

Bolsonaro x Lula

Luciano Huck também é outro candidato que se mostra competitivo em um segundo turno. O apresentador aparece com 32% das intenções de voto e o presidente com 36%, também tecnicamente empatados pela margem de erro.

Na simulação entre Bolsonaro e Lula, o atual presidente é preferido por 37% enquanto que o petista é citado por 32% dos entrevistados. Já em um eventual segundo turno contra Moro, Bolsonaro teria, segundo a pesquisa, 44% dos votos, contra 29% do ex-ministro.

A rejeição dos presidenciáveis

A maior rejeição é do ex-presidente Lula. Questionados em qual candidato não votariam de jeito nenhum, 43% responderam que não votariam no presidente Jair Bolsonaro, e 44% não votariam em Lula. João Doria é rejeitado por 25% dos entrevistados, Luciano Huck, 23%, Marina Silva, 20%, Ciro Gomes, 17%, e Sergio Moro, 16%.

Ciro banaliza o PT e ironiza Lula

O ex-ministro e candidato à Presidência em 2018 Ciro Gomes (PDT) fez criticas ao Partido dos Trabalhadores, indicando que o ex-presidente Lula não conversa e a falta de renovação dentro do partido. A entrevista foi concedida à revista Época. Ciro citou como exemplo a eleição presidencial de 2018, quando questionou a escolha de Fernando Haddad para disputar o pleito no lugar de Lula, considerado inelegível pela Justiça.

O político lembrou que, em 2016, Haddad perdeu na eleição à Prefeitura de São Paulo, recebendo apenas 16% dos votos, e que o partido tinha nomes mais competitivos, como: o ex-governador da Bahia Jaques Wagner e Tarso Genro, ex-governador do Rio Grande do Sul. “A grande questão é que o Lula não quer que surja nenhuma grande liderança dentro do PT. E eu não obedeço a isso. Acabou”.

Frente Ampla

O ex-ministro também defendeu a formação de uma frente ampla no campo nacional, em oposição ao presidente Jair Bolsonaro em 2022, mas acha difícil que tenha a participação do PT. Segundo ele, é mais viável uma aliança com o PSDB que com o PT.

No entanto, Ciro avalia que o PSDB vai passar por um processo de reestruturação interna, que deve diminuir a força do governador de São Paulo, João Doria. 

“Nas últimas declarações do Fernando Henrique, você percebe que ele está nesse projeto do Luciano Huck. O Tasso Jereissati não tem nenhum entusiasmo pelo Doria, o governador do Rio Grande do Sul (Eduardo Leite) também não, o (senador Antonio) Anastasia saiu do PSDB por causa disso e está no PSD”, afirmou a revista Época.

Moro agora é Analyst jurídico

O ex-ministro da Justiça Sergio Moro se tornou o mais novo sócio-diretor da consultoria norte-americana de gestão de empresas Alvarez & Marsal. O ex-juiz da Lava Jato vai atuar na sede da empresa em São Paulo, na área de “Disputas e Investigações”. As informações estão publicadas nos principais portais do país.

Mas segundo especulações, ele atuará como Business Analys no ramo do direito. A consultoria atua como administradora judicial do Grupo Odebrecht, uma das empreiteiras investigadas pela força-tarefa da Lava Jato.

A empresa informou que "Moro é especialista em liderar investigações anticorrupção complexas e de alto perfil, crimes de colarinho branco, lavagem de dinheiro e crime organizado, bem como aconselhar clientes sobre estratégia e conformidade regulatória proativa”. Informou o portal do Yahoo.

Twitter barra discurso de ódio

(Reuters) - O Twitter expandiu sua política de proibição de discurso de ódio para incluir "linguagem que desumaniza as pessoas com base em raça, etnia e nacionalidade", disse a empresa em comunicado na quarta-feira (2).

A rede social proibiu o discurso que desumaniza outras pessoas com base na religião ou casta no ano passado e atualizou a regra em março para adicionar idade, deficiência e doença à lista de categorias.

O grupo de direitos civis Color of Change, parte de uma coalizão de organizações de defesa que têm pressionado as empresas de tecnologia a reduzir o discurso de ódio online, chamou as mudanças de "concessões essenciais" após anos de pressão externa.