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domingo, 29 de março de 2020


ANÁLISE & POLÍTICA
ROBERTO MONTEIRO PINHO
Bolsonaro é contra o "confinamento em massa"
No Brasil, o presidente Jair Bolsonaro é contra o “confinamento em massa”, sob o argumento de que a gravidade da doença para a sociedade como um todo não justifica medidas com tamanho impacto econômico.
Se por um lado essas quarentenas ganham força ao redor do mundo, por outro a primeira cidade a adotar algo do tipo (a chinesa Wuhan, onde surgiu o surto em dezembro) deixa o isolamento nesta semana, depois que o surgimento de novos casos foi considerado controlado - informou o BBC News.
São Paulo e Rio de Janeiro
O Estado de São Paulo e a cidade do Rio de Janeiro, porém, adotaram medidas como o fechamento de escolas e estabelecimentos considerados não essenciais, mas não há restrições à circulação de pessoas - apenas uma recomendação para que fiquem em casa se puderem.
Se por um lado essas quarentenas ganham força ao redor do mundo, por outro a primeira cidade a adotar algo do tipo (a chinesa Wuhan, onde surgiu o surto em dezembro) deixa o isolamento nesta semana, depois que o surgimento de novos casos foi considerado controlado.
Itália e França adotam patamar chinês de medidas rigorosas
Dois dos 10 países com mais casos e mortes, Itália e França decidiram adotar medidas duras de distanciamento social, em patamar semelhante ao adotado na China. Nesses dois países europeus em estado de emergência, as pessoas só podem sair de casa quando for essencial.
Não há eventos públicos, aulas, bares nem restaurantes funcionando. As fronteiras estão fechadas.
Na França, quem não puder justificar o deslocamento está sujeito à multa de 135 euros (R$ 746). Mais de 100 mil policiais serão mobilizados para controles nas ruas, segundo o Ministério do Interior.
Trump estende isolamento social até 30 de abril
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou no domingo (29/03) que as medidas de distanciamento social para controlar o avanço do coronavírus no país serão estendidas até 30 de abril. Na semana passada, o republicano havia sugerido que poderia "reabrir" a economia americana na Páscoa, em 12 de abril. "Isso era apenas uma aspiração", explicou o presidente.

Em coletiva de imprensa na Casa Branca, Trump também disse que o pico de mortes por coronavírus nos EUA "provavelmente" será alcançado em duas semanas e, depois disso, o número de novos óbitos começará a diminuir.

O diretor do Instituto Nacional de Alergias e Doenças Infecciosas dos EUA, Anthony Fauci, que faz parte da força-tarefa do governo contra o coronavírus, afirmou que a decisão é "sábia e prudente". Ao lado de Trump na coletiva de imprensa, ele reafirmou que o número de mortes por coronavírus nos EUA poderia alcançar 200 mil se não forem tomadas medidas adequadas para conter a disseminação do vírus.

Nova York, New Jersey e Connecticut

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou na noite de sábado (28), em rede social, que não será necessário aderir a uma quarentena em Nova York, New Jersey e Connecticut, após ter feito consulta aos governadores locais e à força-tarefa de combate ao novo coronavírus na Casa Branca.

Na tarde de sábado, Trump havia admitido a possibilidade de determinar quarentena obrigatória para esses estados, o que não se efetivou após a consulta feita.

"Por recomendação da força-tarefa do coronavírus da Casa Branca e após consulta aos governadores de Nova York, Nova Jersey e Connecticut, solicitei ao CDC (Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC)) emitir um forte aviso de viagem [alertando contra viagens não essenciais por 14 dias], a ser administrado pelos governadores, respondendo ao governo federal. Uma quarentena não será necessária. Todos os detalhes serão divulgados pelo CDC hoje à noite. Obrigado!"

Americanos poderão voltar ao trabalho

Nós temos que voltar a trabalhar. Iremos conversar sobre datas e com ótimos profissionais para tomarmos as medidas possíveis. Mas este país foi construído em cima de levantar e fazer as coisas. Ouço bem alto os pedidos das pessoas para voltarem a trabalhar, então iremos ver o que vai ocorrer. Teremos novas informações a partir da semana que vem. Mas já afirmo, nós somos os Estados Unidos da América , não queremos ficar sentados e esperando. Inclusive, as pessoas, quando voltarem, irão continuar praticando as medidas de precaução necessárias, lavando as mãos e ficando o máximo de distantes possível", afirmou Trump

Critérios para sacar o "coronavoucher" 

A Câmara dos Deputados aprovou na quinta-feira o pagamento de um auxílio emergencial por três meses, no valor de R$ 600 a trabalhadores informais."coronavoucher", como foi informalmente batizado, deve beneficiar mais de 24 milhões de trabalhadores, segundo cálculos do governo.

Ainda há dúvidas sobre como será feita a distribuição do dinheiro. Mas já foram estabelecidos critérios para quem poderá receber a ajuda. O principal deles é não ter trabalho formal.

Além disso, o candidato deve ter renda familiar mensal per capita (por pessoa) de até meio salário mínimo (R$ 522,50). Ou renda familiar mensal (tudo o que a família recebe) de até três mínimos (R$ 3.135,00).

Contratos de trabalho...

O governo federal vai reeditar em breve a medida provisória que suspende os contratos de trabalho para aliviar o caixa das empresas durante a crise do coronavírus. A MP deve sair nos próximos dias, segundo apurou o CNN Business. "Só que dessa vez os salários continuarão a ser pagos, uma parte pelo governo e outra parte pelas companhias. A MP havia provocado forte polêmica porque, em sua primeira versão, suspendia o contrato de trabalho sem prever contrapartida ao trabalhador" ´explica o CNN Business. 
Comércio fechado
De acordo com o informativo, o governo estava esperando apenas uma decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que o autorizasse a fazer gastos extraordinários sem compensação orçamentária, como previsto na Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF). Neste domingo, o ministro Alexandre de Moraes, do STF, concedeu uma liminar exatamente liberando os governos federal e estadual de cumprir esses artigos da LRF.

O setor privado está comemorando a decisão do STF. Segundo Paulo Solmucci, presidente da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel), sem essa medida provisória, muitas empresas do setor não vão conseguir pagar os salários dos funcionários no próximo dia 5. Bares e restaurantes estão fechados, principalmente no Rio de Janeiro e em São Paulo, por conta da quarentena imposta para impedir a disseminação do novo coronavírus.