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domingo, 5 de abril de 2020


ANÁLISE & POLÍTICA

ROBERTO MONTEIRO PINHO

Brasileiros não querem a renúncia de Bolsonaro

Pesquisa divulgada pelo instituto Datafolha quevela que mais da metade dos brasileiros (59%) não querem a renúncia de Jair Bolsonaro da presidência da república, como tem sido pedido por políticos da oposição. Já 37% consideram a medida correta e 4% não souberam responder. 

O levantamento foi realizado com 1.511 entrevistados, por telefone, entre 1º e 3 de abril, com margem de erro de três pontos. A motivação tem sido a atuação do presidente durante a crise gerada pela pandemia do novo coronavírus (Sars-CoV-2).
Para 52%, Bolsonaro tem condições de seguir liderando o país, apesar de apenas 33% considerarem a sua gestão da crise na saúde boa ou ótima. Já aqueles que consideram que o presidente perdeu tais condições, estão 44% dos entrevistados e 4% não souberam responder.

Oposição aproveita o momento e lança manifesto
 
Na semana passada políticos de oposição ao governo Bolsonaro, entre eles,  lançaram um  manifesto pedindo a renúncia de Bolsonaro. "Da minha parte, a palavra renúncia não existe. Eu fico feliz até por estar na frente (no combate) a um problema grande como esse. Fico pensando como estaria o outro que ficou em segundo lugar (Haddad) no meu lugar aqui", afirmou o presidente em resposta ao manifesto.

65% dos empresários querem Bolsonaro liderando o Brasil

O levantamento aponta que a renúncia do presidente tem maior apoio       entre jovens (44%), mulheres (42%), aqueles que têm até o ensino fundamental (40%), e quem tem renda mensal acima de 10 salários mínimos (39%). Entre os empresários, 65% consideram que o presidente tem condições de liderar o Brasil. Concordam 62% dos moradores do Sul do País e 49% daqueles que ganham mais de dez salários mínimos.

Governo vai monitorar aglomerações de pessoas via celular
O governo brasileiro vai passar a ter acesso a dados das operadoras de celulares para identificar aglomerações de pessoas em todo o país. A medida, adotada em outros países, é defendida como uma forma de conter o avanço do novo coronavírus. Nos moldes atuais, o sistema em desenvolvimento no Brasil não permite ao governo federal ter acesso à identidade e ao número de telefone das pessoas que transitam pelas ruas com esses aparelhos, como tem ocorrido na China, na Coreia do Sul e em Israel, por exemplo.
Violação do direito à privacidade/220 milhões de aparelhos monitorados
Especialistas, no entanto, alertam que esse tipo de vigilância não pode levar à violação do direito à privacidade assegurado na legislação. Segundo o SindiTelebrasil (Sindicato Nacional das Empresas de Telefonia e de Serviço Móvel Celular e Pessoal), os dados relativos a quase 220 milhões de aparelhos celulares serão repassados com um dia de atraso de modo aglomerado, estatístico e anonimizado, a partir da coleta de informações por quase cem mil antenas.
O modelo chinês de uso de dados de telefones celulares no combate à pandemia é considerado até agora um dos mais eficientes do ponto de vista sanitário, e um dos mais controversos acerca do direito à privacidade.
O coronavírus no EUA
O chefe da Saúde Pública dos EUA, o vice-almirante Jerome Adams, afirmou no domingo (05/04) que os próximos dias serão "a semana mais difícil e mais triste da vida da maioria dos americanos" devido à pandemia do novo coronavírus, tecendo um paralelo com alguns dos momentos mais traumáticos da história do país.

"Será nosso momento Pearl Harbor, nosso 11 de setembro", disse Adams, comparando a crise de covid-19 ao ataque japonês contra a base naval de Pearl Harbor durante a Segunda Guerra Mundial e ao atentado contra o World Trade Center, em 11 de setembro de 2001. "Vai acontecer isso tudo sobre o país. E quero que os Estados Unidos entendam isso", acrescentou o oficial, que exerce na administração americana um cargo similar ao do ministro da Saúde no Brasil.

Apelo aos estado

Adams ressaltou ser importante o isolamento social para evitar que o sistema de saúde americano entre em colapso. Ele também enviou uma mensagem aos governadores americanos que ainda não impuseram medidas de isolamento social em seus estados. "Se vocês não puderem nos dar um mês, nos deem o que puderem. Nos deem uma semana. Qualquer coisa que puderem, nesse momento particularmente difícil, quando estaremos alcançando nosso pico nos próximos sete a 10 dias", pediu. 

Alerta a população para os próximos dias

As mortes por covid-19 nos Estados Unidos já superaram ambos os números, com mais de 9 mil até este domingo. O número de pessoas infectadas no país passou de 321 mil.

Mas a aceleração de contágios e óbitos nos últimos dias geraram previsões pessimistas para os próximos dias. "Esta vai ser uma semana ruim", afirmou o principal epidemiólogo do país, Anthony Fauci, durante outra entrevista neste domingo na cadeia de televisão CBS News. "Vamos seguir vendo uma escalada. Mas esperamos que no prazo de uma semana, quem sabe um pouco mais, comecemos a ver um achatamento da curva e um declínio", acrescentou.

China volta ligar o alerta

Segundo noticiou a agência de notícias Reuters, a China continental registrou 30 novos casos de coronavírus no sábado, contra 19 no dia anterior. O aumento do número de casos envolvendo viajantes do exterior e também transmissões locais, o que destaca a dificuldade de combater o vírus.A Comissão Nacional de Saúde disse em comunicado no domingo que 25 dos casos mais recentes envolveram pessoas que vieram do exterior, em comparação com 18 casos no dia anterior. Cinco novas infecções transmitidas localmente também foram relatadas no sábado, todas na província costeira do sul de Guangdong.

No Brasil favelas ignoram o risco...

Convencer os moradores a reduzir o contato com outras pessoas para frear os contágios não foi fácil, porque em Paraisópolis “alguns não acreditam que o vírus vá chegar, e outros não acreditam que vá ser tão violento”, diz Rodrigues. Cosme Filipsen, que vive na favela do Morro da Providência, no Rio, conta por telefone que, até poucos dias atrás, uma boa parte de seus moradores ainda se reunia para um churrasco e uma cerveja.

PT pode perder o registro

O vice-procurador-geral eleitoral Renato Brill de Goés deu parecer pela admissibilidade de uma ação de cancelamento de registro de partido político do Partido dos Trabalhadores. A manifestação foi apresentada no dia 27 de março, no âmbito de requerimento que alegava que "no curso da operação Lava Jato restou demonstrado que o PT recebeu recursos de origem estrangeira".

Ao se manifestar a favor do início da fase de instrução do processo, Goés se baseou em dispositivo da Lei dos Partidos Políticos que indica que o "Tribunal Superior Eleitoral, após trânsito em julgado de decisão, determina o cancelamento do registro civil e do estatuto do partido contra o qual fique provado ter recebido ou estar recebendo recursos financeiros de procedência estrangeira".

Doações vieram das internacionais Toshiba e Keppel FELS

"Diante de tal contexto, forçoso reconhecer a existência de indícios suficientes do recebimento, por parte do Partido dos Trabalhadores - PT, ora requerido, via interpostas pessoas, de recursos oriundos de pessoas jurídicas estrangeiras (Keppel FELS e Toshiba), inclusive para pagamento de despesas contraídas pelo próprio Partido, a evidenciar, em tese, interesse direto da instituição partidária e não apenas de dirigente seu, circunstância que autoriza o prosseguimento do feito quanto à hipótese do inciso I do art. 28 da Lei dos Partidos Políticos, com a inauguração de sua fase de instrução", escreveu Goés.