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domingo, 19 de abril de 2020



ANÁLISE & POLÍTICA   
ROBERTO MONTEIRO PINHO

Governadores se unem contra Bolsonaro

Governadores de 20 estados divulgaram neste domingo (19) uma carta de apoio ao Congresso, numa reação aos últimos ataques do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) ao Parlamento.

O documento afirma que as declarações do presidente afrontam princípios democráticos e destaca a "dedicação especial" dos presidentes da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ) e do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), aos estados e municípios, no enfrentamento da crise com o novo coronavírus (Sars-CoV-2).

Necessidade de diálogo

"Ambos demonstram estar cientes de que é nessas instâncias que se dá a mais dura luta contra nosso inimigo comum, o coronavírus, e onde, portanto, precisam ser concentrados os maiores esforços de socorro federativo", diz a carta, acrescentando, que a ação coordenada dos governos regionais tem sido pautada na ciência e na experiência de outros países que já enfrentaram a fase mais crítica da pandemia.

No texto, os governadores afirmam ainda que é possível conciliar a necessidade de proteger a saúde da população e a economia e destacam a necessidade do diálogo para superar as diferenças. "A saúde e a vida do povo brasileiro devem estar muito acima de interesses políticos, em especial nesse momento de crise", conclui a carta do Fórum Nacional de Governadores.

Juristas: não existe risco de impeachment
Apesar da aparente fraqueza do presidente, os analistas ouvidos pela reportagem da BBC News não acreditam que a demissão de Mandetta possa ser um gatilho para que o Congresso inicie um processo de impeachment.
"Não há condições políticas mínimas para se pensar em impeachment hoje. Todo mundo está empenhado na guerra contra o coronavírus. Não tem como começar um processo político que leva meses e corre o risco de paralisar o país. Se em momentos normais já é complicado, imagina agora", acredita Antonio Lavareda, professor de ciência política da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE).
Médicos: brasileiros não estão preparados para enfrentar a pandemia
A Ipsos apontou que "a percepção dos especialistas com relação à conscientização e engajamento populacional no atual cenário está mais negativa, à medida que os casos confirmados de pacientes potencialmente infectados aumentam no país".
O levantamento foi feito de 31 de março a 3 de abril, com 1.580 profissionais da medicina de quatro países: Brasil, Argentina, Colômbia e México. Foram entrevistados médicos de diversas especialidades, segundo a empresa: infectologistas, pneumologistas, cardiologistas, ginecologistas, oncologistas, neurologistas, entre outros.
Outros países
Houve um aumento na proporção de profissionais brasileiros que avaliam que a população não está preparada para o surto de coronavírus. Em levantamento realizado de 21 a 23 de março, o índice era de 56%. A Ipsos classificou o aumento como "significativo".
Em outros dois países pesquisados houve aumento da percepção dos médicos de que a população não está preparada: no México, subiu de 81% para 86%. Na Colômbia, foi de 87% para 89%.
CONVID-19: Acordos trabalhistas não precisam do aval de sindicatos
O Supremo Tribunal Federal (STF) derrubou na sexta-feira (17) uma decisão liminar do ministro Ricardo Lewandowski e deu validade imediata a acordos individuais firmado entre patrões e empregados durante a crise do novo coronavírus (Sars-CoV-2) para redução de jornada de trabalho e salários.

Com esse entendimento da Corte, fica dispensada a necessidade de que os sindicatos deem aval para que essas negociações sejam efetivadas. Com isso, fica preservada a medida provisória (MP) editada pelo governo federal que cria o programa emergencial em razão do cenário de crise econômica provocada pela Covid-19.

Preservar empregos

A MP já está em vigor, mas ainda precisa passar por votação no Congresso Nacional em até 60 dias para não perder validade. Esse prazo ainda pode ser prorrogado por mais 60 dias. Segundo o governo federal, o texto da MP permitirá a manutenção dos postos de emprego e a esperança é que a medida preserve até 24,5.

Panos de Saúde ficam sem reajustes

A Federação Nacional de Saúde Suplementar (FenaSaúde) e a Associação Brasileira de Planos de Saúde (Abramge), com o apoio da Associação Nacional das Administradoras de Benefício (Anab), recomendaram às suas associadas a suspensão temporária, por 90 dias, da aplicação do reajuste anual das mensalidades dos planos médico-hospitalares individuais, coletivos por adesão e de pequenas e médias empresas com até 29 vidas cobertas.

As operadoras associadas à FenaSaúde e à Abramge são responsáveis pelos planos médico-hospitalares de cerca de 26 milhões dos 47 milhões de brasileiros que são usuários da saúde suplementar.

Valendo por 90 dias a partir de 1º de maio

As entidades ressaltam que de forma direta e decisiva, contribuem para manter hospitais, laboratórios e toda a cadeia produtiva da saúde em pleno funcionamento.
decisão foi tomada em caráter voluntário e valerá por 90 dias – a partir de 1° de maio até 31 de julho.

A recomendação das entidades que representam as operadoras de planos de saúde, contempla tanto os reajustes técnico-financeiros, ou seja, que acontecem a cada 12 meses de contrato para fazer frente à variação dos custos de assistência, quanto os aumentos por mudança de faixas etárias.

Recomposição em outubro

No caso dos reajustes por faixa etária, os contratantes deverão contatar as operadoras para proceder o ajuste. Caberá a cada operadora informar a seus contratantes os procedimentos para a implantação da suspensão, bem como a forma de recompor os valores que deixarem de serem praticados durante estes 90 dias.

Segundo compromisso assumido pelas empresas, a recomposição ocorrerá a partir de outubro de 2020 e será diluída pelo mesmo número de meses impactados pela suspensão. As entidades avaliam que a medida é uma forma de colaborar com milhões de famílias e pequenas empresas a manter em pleno funcionamento.