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domingo, 16 de fevereiro de 2020



 ANÁLISE & POLÍTICA
ROBERTO MONTEIRO PINHO

Pesquisa distancia Bolsonaro de Lula

O presidente Jair Bolsonaro disse no dia 14 de fevereiro que a "reeleição é algo natural" para quem já está no poder. A declaração foi dada durante sua participação em inauguração da pavimentação de um trecho da BR-163, entre Mato Grosso e os portos de Mirituba, no Pará.

"Governar é eleger prioridades e não deixar obras paradas nem inventar obras para aparecer e se reeleger lá na frente. Eu não estou preocupado com a reeleição. Reeleição é algo natural, se você trabalhar ela vem", disse o presidente.

Diferença de quatro pontos

Segundo uma pesquisa divulgada nesta quinta-feira (13) pela Veja/FSB, em um primeiro cenário, com Fernando Haddad como o candidato do PT, os números mostram que Bolsonaro , no comparativo com o levantamento anterior, cresceu 4%, enquanto seus maiores perseguidores permaneceram estagnados: o petista desceu de 15% para 13%, enquanto Luciano Huck (sem partido), com 12%, e Ciro Gomes (PDT) somando 11%, mantiveram os mesmos patamares. Além destes, a opção 'nenhum' também foi bastante votada e somou 16%.

Em um segundo cenário, já com o ex-presidente Lula como o nome escolhido pelo PT, a vantagem de Bolsonaro diminui, mas o mantém na liderança: ele soma 31% contra 28% do petista, o que configura um empate técnico na margem de erro. Em um hipotético segundo turno entre eles, o atual presidente também venceria, com 45% dos votos contra 41% do rival.

Mais médicos

Em novo edital lançado pelo Ministério da Saúde, o País aceitará os cubanos no programa Médicos pelo Brasil desde que esses sejam naturalizados brasileiros ou estejam com pedidos de refúgio. O Brasil voltará a aceitar os médicos cubanos que faziam parte do programa Mais Médicos até 2018, mas faz exigências que devem desagradar a Cuba.
"O programa Médicos pelo Brasil também vai permitir o retorno dos médicos cubanos que poderão atuar no Mais Médicos por até dois anos, desde que atendam aos seguintes requisitos: estar no exercício de suas atividades no Programa Mais Médicos no dia 13 de novembro de 2018, quando o acordo de cooperação foi rescindido pelo governo cubano; e ter permanecido no Brasil até a data da publicação da Medida Provisória nº 890, que criou o Médicos pelo Brasil, na condição de naturalizado, residente ou com pedido de refúgio", diz o edital.
18 mil vagas
O edital, porém, não deve agradar Cuba, que mantém distanciamento do governo Bolsonaro. As exigências servem para atender os cubanos que já estão no Brasil e não fará com que o país caribenho envie novos profissionais. Da mesma forma, segue interrompido o contrato entre as duas nações, que estabelecia um pagamento anual a Cuba pelos profissionais cedidos.
A ideia do Ministério da Saúde e do ministro Luiz Henrique Mandetta é que o programa Médicos pelo Brasil destine 18 mil vagas para médicos em todo o país, principalmente em municípios pequenos e distantes dos grandes centros urbanos, aumentando em 7 mil vagas a oferta atual de médicos em regiões onde há os maiores vazios assistenciais do Brasil na comparação com o programa Mais Médicos. Juntas, as regiões Norte e Nordeste terão 55% do total de vagas previstas. O primeiro edital para seleção dos profissionais deve ocorrer ainda no primeiro semestre deste ano.

Os números da Coronavírus na China

Segundo informações atualizadas há pouco pela China Global Television Network (CGTN), o surto de coronavírus já tem 71.220 casos confirmados, dos quais 688 fora da China. Somente no país, são 1.767 mortes, incluindo uma em Hong Kong e outra em Taiwan, confirmada neste domingo, além de três vítimas fatais em outros países.

Na província de Hubei, o epicentro da disseminação, foram confirmados mais 1.933 casos neste domingo, com o total chegando a 58.182. Também hoje, foram 100 mortes por conta da doença, levando o total para 1.696. No total, mais de 10.500 pacientes já se recuperaram da doença, e em Hubei, neste domingo, houve queda no número de infectados pelo 12º dia consecutivo.

América Latina é “a região mais desigual do planeta”
A América Latina foi apontada como a região do mundo com a maior desigualdade de renda no relatório de desenvolvimento humano de 2019 do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), lançado em dezembro. Os 10% mais ricos da América Latina concentram uma parcela maior da renda do que qualquer outra região (37%), afirmou o relatório. E vice-versa: os 40% mais pobres recebem a menor fatia (13%).
A grande disparidade latino-americana também envolve a cor da pele ou a etnia: em comparação com os brancos, os negros e indígenas têm mais possibilidades de ser pobres e menos de concluírem a escola ou conseguirem um emprego formal. Muitos têm apontado essa desigualdade como uma das explicações para a onda de protestos que varreu recentemente alguns países da América Latina, como Chile, Peru e Bolívia.
São Paulo...
Em São Paulo, essa lógica também ocorre. Quem mora em Paraisópolis, uma das maiores favelas da cidade, vive em média 10 anos menos do que os moradores do Morumbi, bairro rico ao lado da comunidade, de acordo com o Mapa da Desigualdade, da ONG Rede Nossa São Paulo, que compila dados públicos. Apesar dos avanços econômicos e sociais nos primeiros anos deste século, a América Latina ainda é "a região mais desigual do planeta", alertou a Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal) em várias ocasiões.
A questão, então, é por que esse cenário ainda continua? A resposta, segundo historiadores, economistas e sociólogos, começa alguns séculos atrás. "Pode-se dizer que o passado colonial criou as condições para a desigualdade", diz à Joseph Stiglitz, Prêmio Nobel de Economia, à BBC News Mundo, serviço de notícias em espanhol da BBC.
Colonização traçou o destino dos latinos
Segundo Stiglitz, a exploração dos colonizadores semeou a desigualdade na América Latina, bem como a distribuição desigual de terras nas economias agrárias contribuiu para "a criação de algumas famílias muito ricas e muitas famílias muito pobres".
Em vários países da América Latina, assim como nos Estados Unidos, um grande elemento racial desempenhou um papel em pelo menos uma dimensão da desigualdade", diz o ex-economista-chefe do Banco Mundial e atual professor da Universidade de Columbia, em Nova York.
E isso parece longe de ser apenas uma questão do passado. Na América Latina, a incidência de pobreza é ainda maior nas áreas rurais, e entre indígenas e negros, afirmou a Cepal em relatório de 2019 sobre o cenário social da região.
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