ANÁLISE &
POLÍTICA
ROBERTO MONTEIRO PINHO
Pesquisa distancia Bolsonaro de Lula
O
presidente Jair Bolsonaro disse
no dia 14 de fevereiro que a "reeleição é
algo natural" para quem já está no poder. A declaração foi dada durante
sua participação em inauguração da pavimentação de um trecho da BR-163, entre
Mato Grosso e os portos de Mirituba, no Pará.
"Governar é eleger prioridades e não deixar obras paradas nem inventar obras para aparecer e se reeleger lá na frente. Eu não estou preocupado com a reeleição. Reeleição é algo natural, se você trabalhar ela vem", disse o presidente.
Diferença de quatro pontos
Segundo uma pesquisa divulgada nesta quinta-feira (13) pela Veja/FSB, em um primeiro cenário, com Fernando Haddad como o candidato do PT, os números mostram que Bolsonaro , no comparativo com o levantamento anterior, cresceu 4%, enquanto seus maiores perseguidores permaneceram estagnados: o petista desceu de 15% para 13%, enquanto Luciano Huck (sem partido), com 12%, e Ciro Gomes (PDT) somando 11%, mantiveram os mesmos patamares. Além destes, a opção 'nenhum' também foi bastante votada e somou 16%.
Em um segundo cenário, já com o ex-presidente Lula como o nome escolhido pelo PT, a vantagem de Bolsonaro diminui, mas o mantém na liderança: ele soma 31% contra 28% do petista, o que configura um empate técnico na margem de erro. Em um hipotético segundo turno entre eles, o atual presidente também venceria, com 45% dos votos contra 41% do rival.
Mais médicos
Em novo
edital lançado pelo Ministério da Saúde, o País aceitará os cubanos no programa
Médicos pelo Brasil desde que esses sejam naturalizados brasileiros ou estejam
com pedidos de refúgio. O Brasil voltará a aceitar os médicos cubanos que
faziam parte do programa Mais Médicos até 2018, mas faz exigências que devem
desagradar a Cuba.
"O
programa Médicos pelo Brasil também vai permitir o retorno dos médicos cubanos
que poderão atuar no Mais Médicos por até dois anos, desde que atendam aos
seguintes requisitos: estar no exercício de suas atividades no Programa Mais Médicos no
dia 13 de novembro de 2018, quando o acordo de cooperação foi rescindido pelo
governo cubano; e ter permanecido no Brasil até a data da publicação da Medida
Provisória nº 890, que criou o Médicos pelo Brasil, na condição de naturalizado,
residente ou com pedido de refúgio", diz o edital.
18 mil vagas
O
edital, porém, não deve agradar Cuba, que mantém distanciamento do governo
Bolsonaro. As exigências servem para atender os cubanos que já estão no Brasil
e não fará com que o país caribenho envie novos profissionais. Da mesma forma,
segue interrompido o contrato entre as duas nações, que estabelecia um
pagamento anual a Cuba pelos
profissionais cedidos.
A
ideia do Ministério da Saúde e do ministro Luiz Henrique Mandetta é que o
programa Médicos pelo Brasil destine 18 mil vagas para médicos em todo o
país, principalmente em municípios pequenos e distantes dos grandes centros
urbanos, aumentando em 7 mil vagas a oferta atual de médicos em regiões onde há
os maiores vazios assistenciais do Brasil na comparação com o programa Mais
Médicos. Juntas, as regiões Norte e Nordeste terão 55% do total de vagas
previstas. O primeiro edital para seleção dos profissionais deve ocorrer ainda
no primeiro semestre deste ano.
Os números da Coronavírus na China
Segundo informações atualizadas há
pouco pela China Global Television Network (CGTN), o surto de coronavírus já tem 71.220
casos confirmados, dos quais 688 fora da China. Somente no país, são 1.767 mortes,
incluindo uma em Hong Kong e outra em Taiwan, confirmada neste domingo, além de três vítimas
fatais em outros países.
Na
província de Hubei, o epicentro da disseminação, foram confirmados mais 1.933
casos neste
domingo, com o total chegando a 58.182. Também hoje, foram 100 mortes por conta da
doença, levando o
total para 1.696. No total, mais de 10.500 pacientes já se recuperaram da doença, e em Hubei, neste domingo, houve queda no número de
infectados pelo 12º dia
consecutivo.
América Latina é “a região mais
desigual do planeta”
A
América Latina foi apontada como a região do mundo com a maior desigualdade de
renda no relatório de desenvolvimento humano de 2019 do Programa das Nações
Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), lançado em dezembro. Os 10% mais ricos da
América Latina concentram uma parcela maior da renda do que qualquer outra
região (37%), afirmou o relatório. E vice-versa: os 40% mais pobres recebem a
menor fatia (13%).
A
grande disparidade latino-americana também envolve a cor da pele ou a etnia: em
comparação com os brancos, os negros e indígenas têm mais possibilidades de ser
pobres e menos de concluírem a escola ou conseguirem um emprego formal. Muitos
têm apontado essa desigualdade como uma das explicações para a onda de
protestos que varreu recentemente alguns países da América Latina, como Chile,
Peru e Bolívia.
São Paulo...
Em
São Paulo, essa lógica também ocorre. Quem mora em Paraisópolis, uma das
maiores favelas da cidade, vive em média 10 anos menos do que os moradores do
Morumbi, bairro rico ao lado da comunidade, de acordo com o Mapa da
Desigualdade, da ONG Rede Nossa São Paulo, que compila dados públicos. Apesar
dos avanços econômicos e sociais nos primeiros anos deste século, a América
Latina ainda é "a região mais desigual do planeta", alertou a
Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal) em várias ocasiões.
A
questão, então, é por que esse cenário ainda continua? A resposta, segundo
historiadores, economistas e sociólogos, começa alguns séculos atrás. "Pode-se
dizer que o passado colonial criou as condições para a desigualdade", diz
à Joseph Stiglitz, Prêmio Nobel de Economia, à BBC News Mundo, serviço de
notícias em espanhol da BBC.
Colonização traçou o destino
dos latinos
Segundo
Stiglitz, a exploração dos colonizadores semeou a desigualdade na América
Latina, bem como a distribuição desigual de terras nas economias agrárias
contribuiu para "a criação de algumas famílias muito ricas e muitas
famílias muito pobres".
Em
vários países da América Latina, assim como nos Estados Unidos, um grande
elemento racial desempenhou um papel em pelo menos uma dimensão da
desigualdade", diz o ex-economista-chefe do Banco Mundial e atual
professor da Universidade de Columbia, em Nova York.
E
isso parece longe de ser apenas uma questão do passado. Na América Latina, a
incidência de pobreza é ainda maior nas áreas rurais, e entre indígenas e
negros, afirmou a Cepal em relatório de 2019 sobre o cenário social da região.
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