ANÁLISE & POLÍTICA
ROBERTO MONTEIRO PINHO
Moro lidera o ranking dos mais
confiáveis
Pesquisa Datafolha publicada neste domingo
(5) pelo Jornal "Folha de S. Paulo" mostra que o ministro da
Justiça, Sergio Moro ,
é a personalidade pública em que os brasileiros mais confiam entre 12 figuras
políticas avaliadas, entre elas o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e os ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Fernando Henrique Cardoso (PSDB).
Os entrevistados
disseram, em uma escala de 0 a 10, o nível de confiança que tinham em cada um
dos 12 integrantes da lista. As notas até 5 são consideradas baixo índice de
confiança, de 6 a 8, médio, e 9 e 10, alto. O Datafolha levou em conta as notas
atribuídas pelos entrevistados que dizem conhecer a personalidade em questão.
Alta confiança em Moro
Os
entrevistados disseram, em uma escala de 0 a 10, o nível de confiança que
tinham em cada um dos 12 integrantes da lista. As notas até 5 são consideradas
baixo índice de confiança, de 6 a 8, médio, e 9 e 10, alto. O Datafolha levou
em conta as notas atribuídas pelos entrevistados que dizem conhecer a
personalidade em questão.
Segundo o
Datafolha, um terço (33%) dos entrevistados disse ter alta confiança em Moro , 23%, média confiança, e
42%, baixa confiança. O ex-presidente Lula vem em seguida, com 30% de confiança alta, 16% média e
53% baixa. Na sequência, estão empatados na margem de erro Bolsonaro , com 22% de alta
confiança, 22% média e 55% baixa, e Luciano Huck, com 21% de alta, 22% média e
55% baixa confiança.
O
Datafolha ouviu 2.948 pessoas em 5 e 6 de dezembro em 176 municípios de todas
as regiões do país. A margem de erro é de 2 pontos percentuais para mais ou
para menos e o índice de confiança é de 95%.
A crise EUA - IRÃ
O
assassinato do general Qassem Soleimani, da Guarda Revolucionária Islâmica do
Irã, na quinta-feira (2) em Bagdá (Iraque), após ataque aéreo dos Estados
Unidos, aumentará a tensão em
uma região marcada há décadas por instabilidade.
De acordo
com o professor de Relações Internacionais da PUC-SP, Reginaldo Mattar Nasser,
livre docente com tese sobre a geopolítica norte-americana no
Oriente-Médio, o Irã não vai revidar .
“Eles não
vão entrar em guerra. Não fazem também porque a assimetria militar é muito grande. O Irã não tem condição de
entrar em guerra nem com Israel, muto menos com os Estados Unidos”.
“Eles não
agem de forma intempestiva como se constrói aqui no ocidente. Agem de forma
muito prudente, muito pensada, em médio e longo prazo. É improvável que ajam em um ataque
aéreo ou em bateria militar. Nunca fizeram e não é agora que vão fazer. O Irã
vai ser ainda mais precavido e não vai haver contra-ataque”, assinala.
Falta de combustível
Em curto
prazo, o novo episódio de conflito no Oriente Médio vai provocar aumento
do preço do petróleo, como
previu o presidente Jair Bolsonaro e volatilidade no mercado
financeiro, mas esse quadro não deverá se estender, conforme especialistas
ouvidos pela Agência Brasil.
Em sua opinião, a iniciativa dos EUA vai gerar coesão interna entre os grupos políticos do Irã, e vai aumentar a influência do país na região como ocorreu em outros momentos beligerantes na região.
Prenúncio de turbulência no
abastecimento
De acordo com o economista Silvio Campos Neto, da Tendências Consultoria, “os mercados ainda estão avaliando pontuais desdobramentos [da nova crise no Oriente Médio}. Há muita incerteza sobre isso”, explica.
O seu
palpite é que “pode se pensar em uma certa acomodação , mesmo que em um grau de nervosismo mais alto ou
com agravamento dessas tensões", declara.
“Nos
próximos dias, o mercado vai conseguir precificar melhor o grau de risco desse fato novo. Por ora,
está estacando o otimismo recente, gerando correção no preço dos ativos”,
considera o economista.
Ele pondera
que antes do ataque, “havia um clima
positivo de mercado, somando fatores externos [por causa da trégua
comercial entre os EUA e China} e perspectivas melhores para economia
brasileira”, conclui.
Sem consequências...
Reginaldo
Nasser afirma que o aumento de tensão na região não afeta a segurança do território norte-americano , a
única exceção na história dos EUA foi o atentado de 11 de setembro de 2001. Se
em termos militares os Estados Unidos mantêm segurança, por causa da distância
do território e da superioridade bélica em relação a outros países, em termos econômicos o episódio
contra o Irã também terá poucas consequências.
Avaliação...
Quem acrescenta essa avaliação é Jorge Camargo, ex-presidente do Instituto Brasileiro do Petróleo (IBP) e hoje vice-presidente do Centro Brasileiro de Relações Internacionais (Cebri).
“Os
Estados Unidos tornaram-se autossuficientes e
exportadores de petróleo e gás. Em dez anos, os norte-americanos aumentaram a
produção de petróleo em 10 milhões de barris [por dia], o que é equivalente a
uma Arábia Saudita”, contabiliza Camargo. Segundo ele, essa capacidade de produção de petróleo, especialmente a
partir do xisto, “serve como colchão.”
O mercado
mundial de petróleo “está abastecido ”,
descreve Camargo, a ponto de a Organização dos Países Exportadores de Petróleo
(Opep) recentemente ter decido retirar 2 milhões de barris de petróleo por dia
de circulação.
E também
pelos preços do petróleo oscilaram por pouco após o ataque de drones na
principal refinaria da Arábia Saudita em setembro passado. “Aquilo
praticamente não mexeu no preço do
petróleo”, pondera Camargo.
Aumento no preço do combustível
Conforme
o especialista, o Brasil também “não corre risco de desabastecimento ”. O país, no
entanto, sofrerá impacto com o aumento já previsto do preço do combustível.
Ele não
sabe afirmar quando ocorrerão os
ajustes nas refinarias e, consequentemente, nas bombas de diesel e de gasolina.
Jorge
Camargo não recomenda que haja subsídio e
que eventuais aumentos do preço de petróleo deixem de ser repassados. “O país
está em transição para mercado mais aberto de petróleo. A Petrobras está desinvestindo em
refinaria para acabar com o monopólio do refino. É fundamental para quem quer
investir tenha convicção de que não vai haver intervenção”, recomenda.
Inadimplência
no país atinge 63,2 milhões de pessoas
O endividamento faz parte da vida
do brasileiro. Mais de 40% da população adulta tem pelo menos uma dívida que
não consegue pagar e a inadimplência vive seu maior índice da história,
atingindo 63,2 milhões de pessoas, de acordo com a Serasa Experian.
Manter as
contas em dia, especialmente em período de alto desemprego, não é tarefa
simples. As pendências, contudo, podem criar uma “bola de neve” até que se
tornem impagáveis e passem a afetar mais diretamente a vida do endividado, com
a restrição ao nome ,
por exemplo. Para começar a organizar
as finanças em um momento de aperto, vale até mesmo saber quais
contas e dívidas são mais “atrasáveis” .
Supérfluos...
Para
isso, é importante levar em conta os juros , os serviços
que podem ser cortados e ainda estar atento ao confisco de bens em caso de
atraso de determinadas contas, além, claro, de buscar a educação financeira para
regularizar a situação caso haja restrição ao nome e a partir disso construir
uma situação estável dentro de cada realidade.
Fabrizio
Gueratto, financista do canal 1Bilhão Educação Financeira, orienta que o
primeiro passo para ter uma condição financeira estável é procurar se enxergar,
entender o que acontece e quais as
razões para o descontrole de gastos, recorrendo até mesmo a
questões familiares e culturais que levam ao hábito de gastar mais do que se
deve. Cortar gastos supérfluos e se adequar a própria realidade são pontos de
mudança.