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segunda-feira, 6 de janeiro de 2020




A informalidade é a via crucis do governo federal



ROBERTO MONTEIRO PINHO

Segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o índice de trabalho informal bateu recorde no Brasil durante o trimestre encerrado em novembro.
São 38,8 milhões de pessoas trabalhando sob condições informais, equivalentes a 41,1% de todos os trabalhadores no país. Desse número, 24,6 milhões trabalham por conta própria, maior número na série histórica desde 2012.
O número cresceu em duas comparações: em relação trimestre anterior encerrado em agosto, subiu 1,2% (mais 303 mil pessoas); em relação ao mesmo trimestre de 2018, aumentou 3,6% (mais 861 mil pessoas).
Com isso a população ocupada, (soma entre trabalhadores formais e informais), também bateu recorde na série histórica, com 94,4 milhões de pessoas. O crescimento foi de 0,8% em relação ao trimestre anterior e de 1,6% em comparação ao mesmo período de 2018.
O número de empregados com carteira de trabalho assinada no setor privado chegou a 33,4 milhões e cresceu 1,1% na comparação com o trimestre anterior e 1,6% em relação ao mesmo período de 2018. O índice de empregados sem carteira assinada no setor privado ficou estável em 11,8 milhões de pessoas. Os números foram celebrados por bolsonaristas e criticados pela oposição.

Esta foi uma década mortífera para as crianças em zonas de conflito, segundo alertou o Fundo das Nações Unidas para a Infância ( Unicef ). Houve mais de 170 mil violações graves desde 2010, uma média de 45 por dia. Os ataques contra crianças aumentaram quase três vezes desde 2010.

A crise econômica que assola o Brasil nos últimos anos  trouxe sinuoso aumento da informalidade. A consultoria de Affonso Pastore (ex-presidente do Banco Central)  informou que em 2017 foram criadas 1,8 milhão de vagas no setor informal, enquanto 685 mil vagas com carteira assinada foram perdidas. O governo informou que o desemprego diminuiu e novas oportunidades de contratação surgiram.

A falta de emprego é, na verdade, uma forma de desvalorização profissional. Com o elevado número de pessoas disponíveis no mercado sem receber um salário formal, a renda familiar diminui. E sem a carteira profissional anotada perde o acesso ao crédito e a direitos fundamentais, como seguro desemprego, previdência social, FGTS e outros aplicativos.

Em 2011, o País tinha 39,9 milhões de trabalhadores com carteira assinada. Em 2017, esse número caiu para 38,4 milhões, mesmo período em que havia 12,3 milhões de desempregados, 26,4 milhões de subempregados e 4,4 milhões que desistiram de buscar emprego. 

No entanto no ano passado, houve melhora no comportamento do varejo. Segundo os dados do levantamento, isso pode ter ocorrido em função da liberação de R$ 44 bilhões do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), quando o brasileiro pôde destinar o dinheiro às compras.