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domingo, 4 de outubro de 2020

 ANÁLISE & POLÍTICA

ROBERTO MONTEIRO PINHO

Trump e o novo cenário da eleição americana

Segundo a equipe de campanha de Trump, os comícios do republicano estão temporariamente suspensos. A um mês das eleições, os americanos se perguntam o que pode acontecer caso o estado de saúde do presidente se degrade e ele não possa mais concorrer.

 

De acordo com o protocolo, a comissão nacional dos republicanos deve propor um substituto, um processo lento, já que o grupo é composto por 168 membros, três por cada estado e territórios americanos. Levando em consideração de que a votação já foi iniciada por correio e presencialmente em alguns estados, não há certeza de que os novos boletins de voto ficariam prontos a tempo até o dia da eleição, 3 de novembro.

 

Neste caso, os governadores de cada estado terão que decidir o que fazer. No entanto, até o momento, não há nenhum dispositivo previsto para gerenciar essa situação.

 

Facebook remove publicações polêmicas em sua rede social

Desde o dia 1º de outubro o Facebook passa a operar sob uma nova política de termos e condições de uso da plataforma. A atualização dos termos permite que a companhia remova de forma mais ampla qualquer conteúdo que possa acarretar problemas jurídicos para a empresa comandada por Mark Zuckerberg.

Este é um contra-ataque às ameaças de Donald Trump e de Joe Biden, candidatos à presidência dos Estados Unidos, de revogar uma lei americana que, de certa forma, protege empresas que atuam com redes sociais. Em resumo, o texto da Seção 230 exime as companhias da responsabilidade sob o conteúdo publicado nas plataformas.

“Também poderemos remover ou restringir o acesso ao seu conteúdo, serviços ou informações se determinarmos que isso é razoavelmente necessário para evitar ou reduzir impactos jurídicos ou regulatórios adversos para o Facebook”, informa o novo texto disponibilizado nos termos de uso da rede social. 

Pressão por conta das postagens políticas

O Facebook não se manifestou publicamente sobre os motivos que levaram a companhia a realizar a alteração. É notório, no entanto, que a rede social vem sendo alvo de polêmicas recentes em relação ao que os usuários publicam na plataforma. A mais recente envolveu até mesmo uma publicação feita por Trump.

Em maio deste ano, o presidente americano usou sua conta no Twitter para publicar um texto que ameaçava manifestantes do movimento Black Lives Matter, que ressurgiu após a morte de George Floyd, asfixiado durante uma ação policial nos Estados Unidos. O post foi replicado automaticamente no Facebook.

A postagem chegou a ser removida temporariamente do microblog, mas a companhia de Zuckerberg não realizou qualquer movimento neste sentido – algo que gerou desconforto dos funcionários da própria empresa de Menlo Park e foi o pivô do maior dilema que o Facebook vem enfrentando nos últimos meses.

Trump acusa facebook de tendencioso

No dia 28 de maio, Trump assinou uma ordem executiva que pede que as empresas percam a proteção legislativa da Seção 230 se for provado que elas podem discriminar seus usuários. Ou seja, se uma empresa censurar determinado conteúdo de um usuário e não de outro, ela estaria atuando com discriminação 

Trump acusa o Facebook e outras empresas que atuam com redes sociais da aplicação de rigor excessivo no controle do conteúdo publicado por usuários mais conservadores – que formam sua base eleitoral. A principal reclamação desses usuários da plataforma se dá em torno das postagens deletadas pela companhia.

A pressão de legisladores americanos não é o único motivo apontado para que o Facebook realize uma alteração em seus termos de uso da rede social. A empresa está envolvida em uma grande batalha jurídica contra órgãos australianos após o governo local quer passar uma medida que impacta diretamente nos negócios da companhia. 

Bolsonaro e a indicação de Kassio Nunes Marques

A indicação do desembargador Kassio Nunes Marques à uma vaga no STF (Supremo Tribunal Federal) desagradou bolsonaristas, que passaram a atacar o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) nas redes sociais chamando-o de petista. A hastag #bolsonaropetista virou um dos assuntos mais comentados do Twitter na tarde desta sexta-feira, (2).

O movimento Vem Pra Rua, que apoiou Bolsonaro nas eleições em 2018, impulsionou um vídeo que lamenta a escolha de Bolsonaro e o acusa de tomar decisões que lembram os governos do PT. “Agora é oficial: o mito virou mico. #BolsonaroPetista”.

Petista de ‘carteirinha’

O motivo dos ataques é porque Kassio Nunes foi indicado ao TRF1 pela ex-presidente Dilma Rousseff e é próximo do governador do Piauí, Wellington Dias (PT). Kassio Nunes foi indicado para ocupar vaga do ministro Celso de Mello, que deixará o STF no dia 13 de outubro.

Manifestou a exemplo de outros, o bolsonarista no instagram: “É apenas um petista de sinal invertido”.

A pandemia desestruturou a educação no planeta

 

"O abismo digital, que já era preocupante, na pandemia vai piorar. (...) A falta de conectividade implica em deixar as crianças mais vulneráveis para trás", diz à BBC News Brasil Ítalo Dutra, chefe de educação do Unicef (braço da ONU para a infância) no Brasil. Isso porque o grupo de alunos mais desconectados coincide com o grupo que tem renda per capita menor, mais incidência de pobreza e mais chance de abandonar a escola antes de concluir os estudos.

 

Dutra destaca, porém, que a maioria das redes públicas de educação do país têm conseguido combinar atividades digitais com materiais físicos, para minimizar a dependência da conexão com a internet. O Unicef também promove, desde 2017, em parceria com a União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime), um projeto de busca ativa dos alunos, que consiste em ir atrás de estudantes que não têm frequentado as aulas. 

Perda do vínculo com a escola

 

Na pandemia, diz ele, o parâmetro estabelecido pela Undime é de que alunos que estão há no máximo três semanas sem manter contato com a escola ou realizar tarefas devem ser ativamente buscados. "A gente ainda vai precisar conviver com o vírus por um tempo. A grande preocupação nesse contexto é a perda de vínculo desses alunos com a escola, e de eles perderem seu direito à educação", afirma.

Claudia Costin, diretora do Centro de Excelência e Inovação em Políticas Educacionais (Ceipe) da FGV, também destaca o esforço da grande maioria das redes públicas do país em manter o ensino vivo, a despeito dos desafios de conectividade.

 

Brasileiros não estão preparados para enfrentar a pandemia

 

A população brasileira não está preparada para lidar com a pandemia, segundo a avaliação de 64% de médicos brasileiros que participaram de levantamento da empresa de pesquisa Ipsos.

 

A Ipsos apontou que "a percepção dos especialistas com relação à conscientização e engajamento populacional no atual cenário está mais negativa, à medida que os casos confirmados de pacientes potencialmente infectados aumentam no país".

 

Entrevistas...

 

O levantamento foi feito de 31 de março a 3 de abril, com 1.580 profissionais da medicina de quatro países: Brasil, Argentina, Colômbia e México. Foram entrevistados médicos de diversas especialidades, segundo a empresa: infectologistas, pneumologistas, cardiologistas, ginecologistas, oncologistas, neurologistas, entre outros.

Houve um aumento na proporção de profissionais brasileiros que avaliam que a população não está preparada para o surto de coronavírus. Em levantamento realizado de 21 a 23 de março, o índice era de 56%. A Ipsos classificou o aumento como "significativo".

Em outros dois países pesquisados houve aumento da percepção dos médicos de que a população não está preparada: no México, subiu de 81% para 86%. Na Colômbia, foi de 87% para 89%.