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domingo, 18 de outubro de 2020

 

ANÁLISE & POLÍTICA

 ROBERTO MONTEIRO PINHO

Eleição no EUA: Trump poderá diminui vantagem de Biden?

No momento, pesquisas nos Estados decisivos são animadores para Joe Biden, mas ainda há muito para acontecer e tudo pode mudar rapidamente, especialmente quando Donald Trump está na disputa. As pesquisas sugerem que Biden tem vantagens em Michigan, Pensilvânia e Wisconsin — três Estados industriais vencidos por seu rival por margens menores que 1% na campanha vitoriosa de 2016.

 

Mas são nos Estados decisivos vencidos com boa vantagem por Trump em 2016 que sua campanha deve se focar. Sua margem vencedora em Iowa, Ohio e Texas foi de 8% a 10% naquela época, mas agora ele está bem próximo de Biden nas pesquisas nos três Estados.

 

Esses números podem ajudar a explicar a sua decisão de mudar seu diretor de campanha em julho e suas constantes referências a "pesquisas falsas".

Mercados de aposta, no entanto, não descartam Trump. Algumas casas colocam as chances de uma vitória de Trump em um para três.

 

Presidente aposta na reeleição com medida impactante

"Donald Trump disse na quinta (15) que está disposto a aumentar o valor da proposta da Casa Branca por um pacote fiscal de US$ 1,8 trilhão. Em entrevista à Fox Bussiness, o republicano disse que vê chances de que o governo chegue a um acordo com a oposição antes da eleição de 3 de novembro. "Queremos mais estímulos", pontuou. Trump também prometeu que, se reeleito, poderá reduzir o imposto de renda para a classe média - e voltou a acusar Joe Biden de querer elevar a carga tributária no país.

Apesar do persistente impasse com a oposição, o secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Steven Mnuchin, garantiu que o governo não vai desistir das negociações por uma nova rodada de estímulos fiscais, e, ao contrário de Trump, crê que o "acordo será difícil antes da eleição, mas continuaremos tentando", afirmou em entrevista à CNBC."

O Brasil sofrerá menos impacto negativo no pós pandemia

Os analistas ouvidos pela reportagem não se mostraram muito otimistas quanto às perspectivas do Brasil, mas posicionam o país em um nível menor de risco entre seus pares na região.

Contam contra o Brasil o fato de ter proporcionalmente a segunda maior dívida pública da América Latina, que corresponde a 91,5% do PIB, de acordo com o FMI, e também ao grande déficit fiscal, que deve ser de R$ 861 bilhões, correspondente a 12% do PIB, de acordo com a previsão mais recente do Ministério da Economia, divulgada no final de setembro.

PIB terá menor queda...

Ao mesmo tempo, o Brasil tem uma das menores previsões de queda do PIB em 2020 na América Latina. Em seu ultimo relatório, o Banco Mundial previu uma contração de 5,4%, abaixo dos 8% previstos em junho. "O Brasil vai ser uma das economias (latinas) com melhor desempenho neste ano", diz Surya, do Grupo Economist.

Na opinião de Surya, o Brasil não ter adotado no país um lockdown nacional, como em outros países, além de ter sido liberado linhas de crédito para empresas e um auxílio emergencial para pessoas físicas, suavizou o impacto econômico da pandemia.

Surya destaca ainda que o Brasil "tem um dos melhores sistemas de saúde da América Latina". Porém, ele diz que o prognóstico para o país não é claro. "A questão é a sustentabilidade fiscal. Bolsonaro prometeu um ajuste nas contas públicas, mas o que aconteceu durante a pandemia é que foi preciso aplicar políticas de gastos massivos. A questão é se isso vai ser controlado."

Previsão de melhora só para 2023

Ramos, do Goldman Sachs, afirma que o país não vai conseguir manter as políticas de estímulo da economia por muito mais tempo.

"O Brasil avançou muito pouco nas reformas fiscais necessárias. O déficit tem aumentado devido aos estímulos à economia, o que fará com que feche o ano com um índice próximo de 17% do PIB e com uma dívida próxima de 100% do PIB. Isso não permite que haja grandes perspectivas de melhora em 2021 nem em 2022", diz Ramos.

Convid vai arrasar a Economia na América Latina

Analistas do Banco Mundial apontam que a economia equatoriana precisa de "reformas estruturais", mas quando o presidente Lenín Moreno tentou aumentar os impostos sobre os combustíveis em outubro de 2019 para aumentar as receitas do Estado, ele enfrentou protestos massivos que o obrigaram a recuar. Ramos alerta que "o clima de tensão política continua no país e pode afetar o crescimento". O Equador é outro candidato a não recuperar seu PIB de 2019 pelo menos até 2023.

México é o país que mais sente o impacto

A recuperação provavelmente também será mais lenta no México. Mas, ao contrário da Argentina ou do Equador, seu fardo não será dívida. O presidente Andrés Manuel López Obrador chegou ao poder prometendo sanear as contas públicas e reduzir o déficit público, e a pandemia não parece tê-lo desviado de seu objetivo."Em circunstâncias normais, tudo bem, mas agora você precisa de mais gastos públicos", diz Surya.

O governo mexicano tem sido um dos mais relutantes em aplicar medidas de apoio à economia, o que provavelmente explica em parte porque o PIB do México vai cair cerca de 10% em 2020. A queda do turismo, fundamental para o país, também atingiu a economia, e especialistas concordam que este será um dos últimos setores a se recuperar.

Nem o petróleo ajuda...

A queda do preço do petróleo também não ajuda o México, que, paradoxalmente, também pode estar enfrentando sua grande oportunidade. Os problemas de transporte e o perigo potencial de restrições alfandegárias levaram a "uma tendência global de aproximar as cadeias de suprimentos dos mercados, e o México está muito perto do grande mercado que são os Estados Unidos", diz Surya.

Crise Venezuelana

Sem cifras oficiais há anos, o Banco Mundial não inclui a Venezuela em sua análise, mas segundo Jackson, da Capital Economics, em um contexto de preços baixos do petróleo, "as coisas só vão piorar em um país que já era uma tragédia antes da pandemia".

A unidade de inteligência econômica do Grupo Economist "acredita que o país perderá cerca de 30% do seu PIB este ano em 2020, o que com o que foi perdido desde que Nicolás Maduro chegou ao poder acumulará uma queda de perto de 70%". Em seu último relatório, o Fundo Monetário Internacional (FMI) prevê que a queda será de 25%.

O governo venezuelano culpa as sanções dos Estados Unidos por seus problemas econômicos, enquanto a maioria dos observadores culpa a má política econômica do governo e sérios problemas estruturais na economia venezuelana.

Nenhum relatório prevê quando o PIB da Venezuela deixará de cair e quando recuperará seu nível de 2019. Segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), um terço dos venezuelanos não recebem alimentos suficientes e milhões deixaram o país nos últimos anos.

Além disso, "há muito ruído político e institucional em torno disso, o que também não ajuda", porque o país precisa conter a expansão da dívida pública. "Isso requer cortes de gastos e capital político para implementar as medidas necessárias."

Recorde dos endividados no Brasil

Em agosto o endividamento das famílias bateu novo recorde, a inadimplência é a maior registrada em 10 anos, segundo dados da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). Segundo o relatório, 26,7% das famílias brasileiras tinham contas em atraso em agosto e 67,5% estavam endividadas.

Essa situação de endividamento dos brasileiros é uma das consequências da pandemia do novo coronavírus. Já que grande parte da população teve suas receitas reduzidas ou totalmente perdidas. A dor de cabeça de ficar no vermelho pode se arrastar por meses e se transformar em problemas mais graves se medidas efetivas, como um bom planejamento financeiro, por exemplo, não forem aplicadas.

Síndrome de Burnout afetará o profissional do pós pandemia

Nos últimos meses, a síndrome de Burnout vem ganhando força principalmente entre os trabalhadores de serviços essenciais, funcionários em home office e profissionais da saúde. Com horas sem fim nos hospitais e uma rotina em casa que não delimita o horário profissional, fica ainda mais difícil controlar o psicológico, principalmente com o agravante da pandemia. 

Segundo Rosely Cordon, pós-graduada em bases da medicina integrativa pelo Instituto Israelita de Ensino, e cirurgiã dentista, nestes casos, as práticas integrativas e complementares podem ser uma ótima saída para quem desenvolveu a síndrome. "Para o tratamento são indicados relaxamento mental e físico com respiração adequada, ioga, meditação, tai chi, dança, musicoterapia, acupuntura, eletropuntura, laserterapia sistêmica, aromaterapia, ozonioterapia, homeopatia ou até mesmo massagem", explica. 

Doença invisível...

Segundo a especialista, é necessário entender que esta não é uma doença qualquer, assim como a depressão e a ansiedade, que também podem ser desencadeadas com frequência nos tempos que vivemos. "Todas elas devem ser tratadas com um profissional qualificado e, nestes casos, as terapias integrativas são praticadas com o objetivo de amenizar os sintomas e principalmente tratar as causas", comenta Cordon.