ANÁLISE &
POLÍTICA
ROBERTO MONTEIRO PINHO
Repórter do jornal O Globo confronta Bolsonaro
O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) afirmou no domingo (23) ter vontade de agredir um repórter do jornal O Globo após ser questionado sobre os depósitos feitos pelo ex-policial militar Fabrício Queiroz na conta da primeira-dama Michelle Bolsonaro.
Durante uma
visita de cinco ministros a ambulantes da Catedral de Brasília, o jornalista
questionou o presidente sobre os motivos para o ex-assessor do seu filho Flávio
Bolsonaro (Republicanos-RJ) ter repassado R$ 89 mil para a conta de Michele.
Inicialmente, o presidente rebateu
perguntando sobre os supostos repasses mensais feitos pelo doleiro Dario Messer
à família Marinho, proprietária da Rede Globo. Segundo a revista Veja, em
depoimento no dia 24 de junho, Messer disse que realizou repasses de dólares em
espécie aos Marinhos em várias ocasiões a partir dos anos 1990. A família nega
qualquer irregularidade.
Após a insistência do repórter sobre os
pagamentos à primeira-dama, Bolsonaro, sem olhar diretamente para o repórter,
afirmou: "A vontade é encher tua boca com uma porrada, tá?". A
reportagem presenciou o episódio. A imprensa questionou o presidente sobre a
fala, mas Bolsonaro não respondeu.
Governo prorroga os prazos dos acordos de redução de salário
O ministro da economia, Paulo Guedes, confirmou na sexta-feira (21) que irá prorrogar pela segunda vez, por mais 60 dias, os prazos dos acordos de redução de salário e suspensão dos contratos de trabalho. A medida é baseada MP 936, editada em abril e virou lei para ajudar as empresas a atravessarem a crise na economia gerada pela pandemia do coronavirus (Sars-Cov2).
Para ele,
esse foi o programa mais efetivo elaborado durante a pandemia em termos de
gastos e que a extensão servirá para manter empregos enquanto a economia se
recupera. Guedes afirmou também que o Renda Brasil - programa social
que o governo desenha para substituir o Bolsa Família - e a Carteira Verde
Amarela, tentativa do governo de aumentar a geração de empregos, serão
anunciadas na próxima terça-feira.
"O
programa está tendo tanto sucesso, que nós vamos estender por mais dois meses
para continuar preservando empregos, enquanto a economia faz essa volta em “V”
e continua gerando empregos", disse Guedes, se referindo à MP 936.
Prazo de 180 dias
Inicialmente, o prazo máximo dos acordos era de 60 dias para a suspensão do contrato de trabalho e de 90 dias para a redução de salário e de jornada (que pode ser de 25%, 50% ou 70%). Durante a tramitação da MP, os parlamentares incluíram na proposta a permissão para que o Executivo prorrogue a duração máxima dos acordos por decreto.
No início de julho, o governo editou um decreto prorrogando a duração máxima dos acordos por 60 dias no caso de suspensão do contrato e mais 30 dias, de redução de salário, diante das incertezas em relação à economia e dificuldades das empresas em retomar à atividade - somando no total 120 dias.
Com o novo decreto, esse prazo passa a ser de 180 dias. O decreto também amplia em 60 dias o auxílio emergencial de R$ 600, pago aos trabalhadores intermitentes. Atualmente, o benefício é pago por 120 dias. Neste caso, a concessão é automática, sem a necessidade de acordo.
Governo congela aumento dos “barnabés” ate o fim de 2021
A Câmara dos Deputados votou, na quinta-feira (20),
pela manutenção do veto do presidente Jair Bolsonaro à concessão de
reajustes salariais até 2021 a servidores (conhecidos como barnabés) públicos
que atuam no combate à pandemia COVID-19.
Na quarta (19), o Senado havia
decidido derrubar veto do presidente ao trecho da Lei Complementar nº 173/2020.
Contudo, para que a queda do veto fosse mantida, era necessário que a Câmara
acompanhasse a decisão, o que não aconteceu.
A manutenção do veto impede o aumento de salários
de quaisquer categorias de servidores públicos (federais, estaduais e
municipais) até o final de 2021.
Queda de
braço com o protecionismo do Senado vestal
A proibição de reajuste para o funcionalismo
público foi uma contrapartida do Governo Federal para repassar R$ 120 bilhões
aos estados e municípios, em maio, como forma de diminuir o impacto da crise
gerada pela pandemia no país. A decisão da Câmara é fundamental para a meta da
equipe econômica do governo de economizar R$ 130 bilhões dos cofres públicos
durante o período de congelamento de salários.
Maia apoiou o veto de Bolsonaro
O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), a despeito de uma série de
divergências com Bolsonaro, foi um dos principais responsáveis pela articulação
que permitiu a manutenção do veto presidencial.
A crise do Nubank
O Nubank, empresa de tecnologia que desenvolve soluções financeiras, como cartão de crédito e conta digital, anunciou seus resultados do último ano, e chama atenção o aumento no prejuízo: um salto de R$ 100,3 milhões em 2018 para R$ 312,7 milhões em 2019. O resultado representa um aumento de 211,8% nas perdas acumuladas no ano.
Empresas de tecnologia, com grandes aportes de investimento, como é o
caso do Nubank, tendem a apresentar grandes prejuízos em fases de rápida
expansão: o aumento de gastos em pessoal e infraestrutura leva a esse
desequilíbrio na balança.
Crescimento...
Segundo a fintech, “despesas administrativas” subiram 202,4% em 2019,
atingindo um patamar de cerca de R$ 1,03 bilhão. O número de funcionários, por
exemplo, cresceu 102% – e hoje são 2,452.
De acordo com o balanço da empresa, as vendas aumentaram em todas as
suas frentes. Por exemplo, as receitas das chamadas “intermediações
financeiras”, fruto de investimentos de recursos dos clientes, aumentou 165,5%.
O número de clientes da “NuConta” também cresceu: no fim de 2019 eram 16
milhões, 465% a mais que no ano anterior. Com informações do portal UOL.