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domingo, 2 de agosto de 2020


ANÁLISE & POLÍTICA

ROBERTO MONTEIRO PINHO

Rede Facebook no EUA recorre da decisão de Moraes

A rede social Facebook irá recorrer da decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), de que deve excluir internacionalmente as contas de bolsonaristas investigados no inquérito das fake news, e não apenas tirá-las do ar no Brasil. A informação foi divulgada nesta sexta-feira (31) por meio de nota.

O Facebook irá recorrer ao plenário do STF e enquanto isso não irá obedecer a decisão de Moraes, mantendo no ar, fora do Brasil, as contas dos bolsonaristas. Na quinta, o Twitter também afirmou que iria recorrer, mas tirou as contas do ar.

Perseguição dos bolsonaristas

"Respeitamos as leis dos países em que atuamos. Estamos recorrendo ao STF contra a decisão de bloqueio global de contas, considerando que a lei brasileira reconhece limites à sua jurisdição e a legitimidade de outras jurisdições", divulgou a assessoria de imprensa do Facebook. 

Na quinta-feira (30), o ministro do STF ampliou o alcance de uma decisão tomada no dia 22 deste mês, em que impôs uma multa de R$20 mil diária para cada conta de bolsonaristas que as redes sociais Facebook e Twitter mantivessem no ar. A determinação que valia para o Brasil, passaria a valer internacionalmente.

Jurisdição internacional veda interferência

Contudo, o Facebook acredita que há limitações nas juridições nacionais e tirar as contas do ar internacionalmente pode causar grandes impactos no funcionamento da plataforma. Na visão deles, se o  Facebook realizar o bloqueio isso pode fazer com que os sistemas judiciários de outros países também tivessem abertura para suspender conteúdos internacionalmente de acordo com sua lei nacional. Isso limitaria a atuação da rede social.

O “Blocão” mantém 158 deputados em apoio do governo
Com 221 deputados o “blocão” liderado por Arthur Lira (PP-AL), e que nos últimos meses se tornou um dos principais aliados de Jair Bolsonaro na Casa, sofreu dano. Sem o DEM e o MDB, o grupo comandado por Lira passa a ter 158 cadeiras. Atualmente, integram o "blocão" o PP e também PL, PSD, MDB, DEM, Solidariedade, PTB, Pros e Avante.
Perda da maioria
Com a saída do MDB e do DEM do "blocão" enfraquece a articulação política do governo em pelo menos dois aspectos. Primeiro, porque pode significar mais dificuldades durante votações importantes que estão previstas para o segundo semestre deste ano.
Após a saída dos partidos é uma sinalização ruim para o Planalto na disputa pelo comando da Câmara, que acontecerá em fevereiro de 2021. Arthur Lira, o líder do "blocão", é hoje o principal cotado para ser o candidato governista na disputa do começo do ano que vem.
Projetos importantes na Pauta
No segundo semestre, a Câmara dos Deputados deve analisar vetos sensíveis feitos por Jair Bolsonaro — como o da extensão da desoneração da folha de pagamentos. A Casa também pode votar um projeto de lei sobre regularização fundiária e outro sobre o registro de armas de fogo, dois assuntos que interessam ao governo.
No começo do ano que vem, os 513 deputados escolherão o próximo presidente da Câmara dos Deputados, para um mandato de dois anos. A presidência da Câmara é um dos cargos mais importantes de Brasília: seu ocupante é quem decide o que será votado pela Casa. Embora não admita publicamente, Arthur Lira é virtual candidato ao cargo — com o apoio do Palácio do Planalto, que gostaria de ter um aliado no comando da Câmara.
É importante não confundir o "blocão" da Câmara com o "Centrão". O primeiro é um grupo formal de partidos criado no começo deste ano. Possui atribuições regimentais na Câmara, como orientar votações e indicar participantes de comissões. Já o "Centrão" não existe formalmente: o nome é usado para designar de forma pejorativa partidos conservadores, sem orientação ideológica clara, que costumam buscar proximidade com o governo em troca de cargos e outras benesses.
Bolsonaro: “CPMF como forma de substituição de outro imposto”
O presidente Jair Bolsonaro confirmou no domingo (2) que deu aval ao ministro da Economia, Paulo Guedes, discutir a criação de uma nova CPMF (Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira) no Congresso Nacional, mas desde que haja a substituição, redução ou extinção de outro imposto. O presidente garante que se o novo tributo prosperar, não haverá aumento de carga tributária.
“Não tem aumento de carga tributária. Você pode substituir o imposto. O que eu falei para o Paulo Guedes: “Você fala CPMF, né? Pode ser o imposto que você quiser. Você tem que ver para o outro lado o que vai deixar de existir. Se vai diminuir a tabela de imposto de renda, o percentual, se vai aumentar a isenção, se vai desonerar a folha de pagamento, vai vai também acabar com o IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados)”, afirmou.

Guedes...

O presidente disse, ainda, que “se o povo achar que não deve mexer”, o governo deve deixar “como está”. As afirmações foram feitas a jornalistas em uma padaria em Brasília. O presidente saiu na manhã de domingo (2) para um passeio de motocicleta, parou no local e depois em um posto de gasolina. As falas foram transmitidas pelo canal CNN Brasil.

Há alguns meses fala-se sobre uma nova CPMF, com o ministro Paulo Guedes buscando articulação para conseguir criar o imposto. No Congresso, no entanto, há resistência, a começar pelo presidente da Casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ), que é contra a proposta.

Trump vai banir o TiKTok dos EUA

Com mais de 500 milhões de usuários ao redor do mundo, o TikTok pode estar com seus dias contados em solo norte-americano. Em conversa com repórteres que viajavam no avião presidencial Air Force One, Donald Trump afirmou que irá banir o aplicativo do país.

– No que diz respeito ao TikTok, vamos bani-lo dos Estados Unidos. Eu tenho essa autoridade e posso fazê-lo com uma ordem executiva. A decisão surgiu após uma análise do Comitê de Investimentos Estrangeiros dos Estados Unidos (CFIUS) que lançou dúvidas quanto ao uso seguro da rede social. Autoridades americanas acreditam na possibilidade da plataforma ser usada como ferramenta da inteligência chinesa.

Criado em 2016 pela companhia chinesa ByteDance, o aplicativo despertou o interesse da Microsoft. O valor da compra estaria na faixa das dezenas de bilhões de dólares. Por meio de um post, o CEO da empresa, Kevin Mayer, garantiu a transparência do TikTok. Kevin inclusive permitiu o acesso aos algoritmos do app como forma de tranquilizar usuários e agências reguladoras.