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domingo, 15 de agosto de 2021

 ROBERTO MONTEIRO PINHO

Digital Analys-influencer

ANÁLISE & POLÍTICA

Voto impresso: Uma campanha de relevância democrática defendida por Bolsonaro

Após longa discussão, a Câmara dos Deputados rejeitou na terça-feira (10/08) por 229 votos contra e 218 a favor a Proposta de Emenda à Constituição do voto impresso. Para ser aprovada, a matéria precisaria do voto de 308 dos 513 deputados. A decisão se deu após o presidente Jair Bolsonaro estimular por um longo período uma avalanche de incursões de toda ordem no campo político e ficar próximo de uma crise institucional.

Levada ao plenário pelo presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL), na intenção de enterrar de vez o assunto. O deputado garante ter recebido de Bolsonaro o compromisso de acatar e respeitar o resultado que saísse da votação. Lira, por sua vez, garantiu confiar na segurança do atual sistema de votação por meio de urnas eletrônicas, defende, o debate de uma ampliação do nível de auditagem das urnas entre os setores envolvidos.

Voto auditável no radar da sociedade

Ao falar pela liderança do PSDB durante a sessão de votação, o deputado Carlos Sampaio (PSDB-SP), lembrou que em 2014, quando era vice-presidente do partido, solicitou ao TSE uma auditoria, que durou um ano e contou com a participação de técnicos do tribunal e também do exterior. Na ocasião não foi identificada fraude, mas o parlamentar considerou que da forma como estava estruturado o sistema à época ele não era auditável.

O deputado afirmou, no entanto, que resolução do TSE editada no final de 2019 trazia "uma revolução tão pormenorizada e cuidadosa nos aspectos da auditoria". Sampaio explicou que a resolução ampliou o rol de instituições que poderiam participar da auditoria, convidando oficialmente para o processo as Forças Armadas, além de autorizar ataques simulados ao sistema.

Lira...

O presidente da Câmara afirmou que vai procurar hoje os ministros do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), para encontrar uma “saída” para aumentar ainda mais a transparência das urnas. “Essas conversas devem acontecer e eu espero que aconteçam rapidamente”, afirmou.

Lira voltou a defender que o ideal é que o sistema de auditagem das urnas, que atualmente é feito, no dia da eleição, em cerca de 100 delas, seja elevado para 1 mil a 2 mil, com outras instituições participando, como Exército, ITA e fundações. “Para que não pairem dúvidas”, ressaltou.

O parlamentar espera que o Presidente Jair Bolsonaro aceite o resultado da votação em plenário. “Nesse momento, nossa mensagem é de saber reconhecer os resultados quando eles são favoráveis e quando são contrários. É da democracia. Não acredito que haja outro comportamento por parte do presidente Bolsonaro. Como eu disse, ele disse que respeitaria, e eu acredito, o resultado do plenário da Câmara dos Deputados”, afirmou.

Barros: “Essa CPI afastou empresas interessadas em vender imunizantes”

Numa sessão marcada por bate-boca e desentendimentos entre senadores da oposição e governistas, o presidente da CPI da Pandemia, Omar Aziz (PSD-AM), decidiu encerrar mais cedo o depoimento do deputado Ricardo Barros nesta quinta-feira (12). O líder do governo na Câmara — que foi convidado e não convocado para testemunhar — negou qualquer envolvimento com possíveis irregularidades na compra da vacina indiana Covaxin, por algumas vezes confrontou a CPI e se disse vítima de narrativas mentirosas.

No último dos confrontos, alegou que a postura agressiva adotada desde o início pela comissão de inquérito acabou afastando empresas interessadas em vender imunizantes ao Brasil. A afirmação provocou reação imediata dos oposicionistas, que criticaram a postura de Barros. Após o tumulto, Omar Aziz suspendeu os trabalhos pela segunda vez, retomando rapidamente para encerrar em seguida, após questão de ordem de Alessandro Vieira (Cidadania-SE). Fonte: Agência Senado.

A Mini-reforma trabalhista

Com a oposição tentando desidratar o texto durante a votação de destaques, sem obter êxito, a Câmara concluiu na quinta-feira (12/08) a votação do projeto que tem sido chamado de mini-reforma trabalhista, por criar novas modalidades de contratações e mudar normas da CLT (Consolidação das Leis do Trabalho).

O texto-base foi previamente aprovado na terça-feira (10/08) por 304 votos a favor e 133 contrários. Os deputados analisaram sugestões de mudanças na proposta, que, agora, segue para o Senado. Se não for votado até 7 de setembro, perde a validade.

Inicialmente a proposta enviada pelo governo, em abril, tinha 25 artigos. O objetivo era prorrogar o programa emergencial de corte de jornada e de salários de trabalhadores da iniciativa privada, que foi criado por causa da crise da Covid-19. Isso ocorreu por meio de uma MP (medida provisória).

Guedes e Lorenzoni (Trabalho e Previdência) pilotaram a aprovação

A versão aprovada pela Câmara tem quase 100 artigos, cria três novos programas trabalhistas, defendidos pela equipe do ministro Paulo Guedes (Economia) e Onyx Lorenzoni (Trabalho e Previdência), e torna permanente o programa de corte de jornada a ser acionado em situação de calamidade. De forma geral, os novos programas permitem contratações com regras mais flexíveis. O custo desses programas à União deve ser de pelo menos R$ 41,1 bilhões de 2022 a 2026.

O pacote trabalhista também prevê mudanças nas regras da CLT que tratam de fiscalização trabalhista, restringe acesso à justiça gratuita em questões trabalhistas e também altera a jornada complementar de atividades e profissões com carga horária diferenciadas, como professores.

Em nota, entidades do Ministério Público, como a ANPT (Associação Nacional dos Procuradores e das Procuradoras do Trabalho), se posicionaram contra modificações feitas pelo Congresso.

Queda de braço entre oposição e governo

Para o deputado Danilo Cabral (PE), líder do PSB na Câmara, a MP "representa uma nova fragilização das relações de trabalho e uma nova reforma trabalhista". "Em vez de gerar oportunidade de empregos, na verdade, ela vai precarizar essa relação e colocar mais trabalhadores nas ruas".

Aliado do governo, o deputado Darci de Matos (PSD-SC) afirmou que a proposta visa combater o desemprego. "O governo federal, com o apoio da Câmara, está criando condições, está criando um ambiente favorável por meio de alguns programas exatamente para combater esse mal que atinge mais de 13 milhões de desempregados no Brasil."

Saindo a nova Lei da S/A do futebol

O presidente Jair Bolsonaro sancionou com vetos a Lei 14.193, que institui a Sociedade Anônima do Futebol (SAF), ao estimular que clubes de futebol sejam transformados em empresas de sociedade anônima, podendo, inclusive, emitir títulos no mercado, com a regulação dos clubes pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM).

As chamadas debêntures-fut, um dos tipos de títulos que poderão ser emitidos, terão prazo mínimo de dois anos de vencimento e remuneração mínima igual à da poupança. Os títulos emitidos não poderão ser recomprados pela SAF.

A nova lei proíbe também o controle cruzado de mais de um clube por uma mesma empresa. Para tanto, não permite, ao acionista controlador, ter participação direta ou indireta em outra SAF; nem a integrantes dos conselhos administrativo e fiscal que integrem outras sociedades de futebol, federações ou confederação de futebol, atleta profissional, treinador ou árbitro.

Dívidas

A nova lei permite, aos clubes, o parcelamento de suas dívidas, bem como a separação entre obrigações civis e trabalhistas, sem que sejam repassadas à nova empresa responsável por administrar a atividade futebolística. O clube poderá receber da nova SAF parte da renda obtida com o futebol. Atualmente, os clubes de futebol são classificados como associações civis sem fins lucrativos.

Os vetos feitos pelo presidente abrangem dispositivos relacionados a renúncia fiscal, que permitiam, aos clubes, pagar 5% de suas receitas nos primeiros cinco anos da mudança.

Desenvolvimento educacional e social

Outro ponto previsto na nova lei é a de que as SAFs instituam o Programa de Desenvolvimento Educacional e Social (PDE), de forma a promover educação e esporte por meio de convênio com instituição pública de ensino.

Esses convênios poderão abranger ações como reforma, construção, manutenção de áreas destinadas à prática do futebol; alimentação de alunos; e capacitação de ex-jogadores.

Pesquisadores no foco da variante Delta

Estudo realizado por um projeto brasileiro de sequenciamento genômico do coronavírus identificou uma mutação da variante P.1 convergente com a mais transmissível variante Delta, anunciaram cientistas do projeto Genov ma quinta-feira (12/08).

De acordo com o Genov, um projeto científico de vigilância genômica da rede de saúde Dasa, 11 amostras entre as 1.380 analisadas pelo projeto entre maio e junho apresentaram a mutação P681H, em que o aminoácido prolina é substituído por um outro, a histidina.

“É a chamada Gama-plus, uma mutação convergente com características da Delta, variante que geralmente apresenta essa alteração estrutural”, disse o Genov em comunicado sobre a descoberta.

A evolução ...

Segundo o coordenador do Genov e virologista da Dasa, José Eduardo Levi, essa mutação de prolina para histidina já havia sido observada em outras variantes no mundo, incluindo todas as variantes de preocupação, mas não era muito comum na Gama. “No entanto, temos visto um aumento em sua ocorrência nas amostras brasileiras”, afirmou.

A variante Delta, originada na Índia, se tornou a linhagem predominante do coronavírus no mundo e tem sido responsável por novos surtos da Covid-19 em países que estavam com a doença sob controle, como Reino Unido e Estados Unidos.

No Brasil, no entanto, a variante P.1, originada em Manaus, ainda é a predominante. Segundo especialistas, a Delta pode estar enfrentando uma espécie de barreira para avançar no país devido à forte presença da P.1, também chamada de Gama.(Com Reuters)

RecordTV adverte jornalistas militantes políticos

A RecordTV voltou a ‘orientar’ seus funcionários sobre ‘princípios e valores éticos, morais e humanos’ que devem ser respeitados pelos jornalistas da emissora. Primeiro, a direção ‘aconselhou’ os âncoras e comentaristas evitarem opiniões políticas, e agora divulgou um Manual de Uso de Mídias Sociais para todo o departamento e basicamente proibindo posicionamentos em qualquer mídia social sobre política, religião e 'acontecimentos controversos e sensíveis seja em nome do Grupo Record ou em nome próprio, exceto se autorizado previamente'.

Dólar

O dólar resiste com pouca oscilação e fechou em queda de 0,21% ante o real nesta sexta-feira, a R$ 5,2452 na venda, depois de oscilar entre perdas e ganhos na sessão, captando o movimento de fraqueza no mundo. Na semana, a moeda acumulou alta de 0,23%, pressionada por tensões político-fiscais no Brasil. Em agosto, o dólar avançou 0,73%, e, em 2021, registra alta de 1,05%.

Ibovespa

Ibovespa fechou na semana negativo em 1,4%. No último pregão registrou alta de 0,41%, a 121.193 pontos, após uma sessão de muita volatilidade causada por uma série de balanços corporativos divulgados na própria sexta-feira. O efeito das turbulências políticas em Brasília em torno dos planos do governo para o pagamento de cerca de R$ 90 milhões em precatórios influenciou o mercado.

Perdas & Quedas

As ações da Americanas desabavam hoje (13) para mínimas desde março de 2020, após resultado do segundo trimestre e projeções sobre sinergias com a combinação da antiga B2W com ativos da Lojas Americanas. 

Por volta de 15:45, Americanas ON caía 10,55%, a R$ 41,89, e Lojas Americanas PN perdia 10,05%, a R$ 5,91 , piores desempenhos do Ibovespa, que registrava declínio de 0,07%. Na mínima até o momento, Americanas ON bateu R$ 41,42.

Wall Street (S$P 500 Dow Jones e Nasdaq)

Nos Estados Unidos, os índices registraram pequenos avanços e fecharam próximos à estabilidade. O S&P 500 atingiu nova máxima do ano, a 4.468 pontos após avançar 0,16%. O  Dow Jones subiu 0,4%, a 35.515 pontos, e o Nasdaq teve alta de 0,04%, a 14.822 pontos.

Os bons resultados divulgados pelas companhias norte-americanas seguem impulsionando o mercado. As ações da Walt Disney Co foram destaque no pregão depois de os resultados da companhia superarem as estimativas de Wall Street para o último trimestre. Os números são reflexo dos novos assinantes captados pelos seus serviços de streaming e da lucratividade da unidade de parques temáticos, que voltou a operar normalmente com a flexibilização das medidas de combate à Covid-19.

Imagem:Internet

Por: Roberto Monteiro Pinho - jornalista, escritor e presidente da Associação Nacional e Internacional de Imprensa - ANI.