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domingo, 10 de novembro de 2019



A especializada se tornou ativista do PT
(...) A especializada se tornou uma justiça ideológica: segundo denunciou a ex-corregedora do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) Eliana Calmon, “o PT aparelhou a Justiça do Trabalho para atender a interesses dos sindicatos ligados ao partido, a exemplo da CUT”.

ROBERTO MONTEIRO PINHO                                 

Mesmo antes da eleição de 2002 que deu a primeira vitória ao Partido dos Trabalhadores (PT), elegendo Luiz Inácio Lula da Silva presidente do Brasil, a Justiça do Trabalho já sinalizava, ostensivamente sua partidarização ao petismo. O fato é que surgiu a partir daí, o “juiz militante político”. Neste sinuoso comportamento a maioria dos seus servidores.

A especializada se tornou uma justiça ideológica: segundo denunciou a ex-corregedora do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) Eliana Calmon, “o PT aparelhou a Justiça do Trabalho para atender a interesses dos sindicatos ligados ao partido, a exemplo da CUT. O PT aprovou uma lei que obrigava a criação de uma nova vara trabalhista para cada mil processos trabalhistas. Após a reforma trabalhista, com a queda de 38% no número de ações trabalhistas, nenhuma vara foi fechada.

A maioria dos países desenvolvidos do mundo, como nos Estados Unidos e no Canadá, a Justiça do Trabalho não existe, e o trabalhador que se sentir lesado por alguma conduta do seu empregador pode recorrer à justiça comum.
A Justiça do Trabalho, na verdade, é quase que uma exclusividade do Brasil e de alguns países subdesenvolvidos que, sob o pretexto de ajudar o trabalhador, acaba somente servindo a interesses corporativistas dos próprios juízes e de entidades de classe selecionadas.
O problema se agrava porque a Justiça do Trabalho é cara, subtrai de quem trabalha e produz, dos mais pobres para dar para os mais ricos e ainda é festejada. “Em pleno século XXI, ainda temos esse verdadeiro tribunal de exceção, que trata quem cria empregos como criminoso e crê piamente que todos os trabalhadores são incapazes”. Explicou o deputado Kim Kataguiri (DEM-SP).
Dados do Relatório Justiça em Números 2018 (ano-base 2017), divulgado pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ), mostram que o item "Rescisão do Contrato de Trabalho e Verbas Rescisórias" representou 11,51% do total de processos ingressados na Justiça em 2017, sendo novamente o assunto mais recorrente no Poder Judiciário brasileiro. No total, foram 5.847.967 de novos processos. A Justiça do Trabalho representou 15% do total de processos ingressados naquele ano.
Os dados deixam nítida a razão pela qual essa instituição é onerosa para o país. No ano de 2015, a JT, (que paga a cada um dos seus 3.500 juízes entre salários e benefícios mais de 40 mil reais mensais), custou aos cofres públicos nada menos que 17 bilhões de reais.
Assim o benefício pago para os trabalhadores que obtiveram ganhos de causa foi de 8 bilhões, menos da metade dos17 bilhões que foram gastos com a Justiça do Trabalho. Sua folha de funcionalismo absorve 93% do seu orçamento.
São 17 bilhões do bolso do contribuinte-cidadão para sustentar uma justiça que custeia 8 bilhões em demandas. Cada processo do seu inventário de 28 milhões de ações tem um custo anual de R$ 2,6 mil. Seria mais fácil fechar a Justiça do Trabalho e pagar as demandas para os trabalhadores.
A Estatística do número de processo trabalhistas no mundo em relação ao Brasil, já gerou intenso debate, envolvendo personalidades da alta cúpula do poder executivo e do judiciário, inclusive o STF.

Nenhum órgão do judiciário mundial consegue informar o estoque de demandas trabalhista. Nos Estados Unidos as ações variam por cada Estado, já que o trabalhador pode cobrar seus direitos até na justiça comum. Na China os tribunais populares resolvem as demandas que são ajustadas em mais de 90% de acordos.

O que se discute, a meu ver, não é o comparativo e sim a qualidade e o mecanismo. O gigantismo do judiciário trabalhista no planeta, tribunais suntuosos, vantagens salariais e excesso de poder judicante, inexistem.