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sexta-feira, 19 de abril de 2024

ROBERTO MONTEIRO PINHO

CRISE: Governo acuado frente a CPI de Lula, demissões de ministros e descontrole da econômia

Após ser chamado de “desafeto pessoal” por Arthur Lira (PP-AL), presidente da Câmara dos Deputados, o ministro das Relações Institucionais Alexandre Padilha, segundo fonte fidedigna garantir, apesar de blindado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), “seu tempo acabou”. Em sua defesa, e a se valer do apoio ao ministro o “jogo de cena” do presidente não encerra o conflito entre Executivo e Legislativo e o futuro de Padilha ainda é incerto.

NÍSIA ANDRADE – Na mesa do presidente Lula a demissão da ministra é tida como certa. Ao ser cobrada de estratégias para evitar o desperdício de doses da vacina contra a dengue, a ministra da Saúde, Nísia Trindade, afirmou na terça-feira (16/4) que um plano B já estaria em curso, indicando a redistribuição de doses para 154 novos municípios. A socióloga deu a informação ao participar de uma reunião da Comissão de Assuntos Sociais do Senado Federal. Antes em declaração a imprensa, jogou a culpa do insucesso da sua gestão ao “negacionismo às vacinas” (As vacinas contra a dengue vencem no final de abril).

DENGUE - Especialistas alertam para um fenômeno preocupante na batalha contra o dengue: a transmissão vertical do vírus pelo mosquito Aedes aegypti. Esta forma de transmissão implica que as fêmeas infectadas podem passar o vírus para os ovos, resultando em mosquitos que já nascem portadores da doença. Esta descoberta, corroborada por estudos recentes, lança uma nova luz sobre a persistência e disseminação do vírus. Foi neste sensível cenário da saúde. que Nisía fracassou.

ALEXANDRE PADILHA – O governo negocia com lideranças, um nome para substituir o ministro de Relações Institucionais, Alexandre Padilha. O trauma que pode levar a demissão foi o desgaste entre o articulador do governo e Lira. No radar da cadeira vazia, o substituto natural seria Rui Costa, ministro-chefe da Casa Civil, que transita melhor entre líderes do Congresso. Especula-se que “Por trás disso há o resultado da votação em relação ao caso (do deputado federal Chiquinho) Brazão, que saiu do controle de Arthur Lira e o governo (Lula).

Pressão faz o governo priorizar a revisão do plano de articulação

Pesa para o articulador o fato do presidente Lula (PT) ter exonerado na terça-feira, (16/4), Wilson César de Lira Santos, primo do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) de Alagoas. A exoneração ocorreu num clima conturbado em meio ao embate do deputado com o ministro de Relações Institucionais, Alexandre Padilha, que se escusou de responsabilidade declarando que “soube de demissão de primo de Arthur Lira pelo diário oficial”.

IMPEACHMENT - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), está prestes a enfrentar o impeachment. Aliados do presidente temem que o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), desengavete um dos 19 pedidos de impeachment contra o chefe do Executivo que já foram pautados na Câmara.

Não surgiram sinais, até agora, de que Lira tenha cogitado a possibilidade de iniciar um processo que poderia levar à queda de Lula. De toda forma existe pressão dos parlamentares oposicionistas, que já somam 131 adesões. O alarme é um indício do problema no qual os governistas avaliam, tendo como ponto nevrálgico, as falhas de articulação do governo na Câmara

Porem outros ingredientes, não são avaliados ao nível de importância que o governo deveria dar. Os receios crescem com o aumento da tensão entre governo e Arthur Lira, por demandas que não foram atendidas e pelo fato de Lula ainda não ter uma base sólida no Congresso.

Escolha do novo presidente o TSE está no radar do governo

O clima em Brasília está efervescente. A pauta do momento é a eleição para escolha do novo presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), no próximo dia 7 de maio. O sistema de votação será no plenário, em uma urna eletrônica e elegerá o sucessor de Alexandre de Moraes. Existe a possibilidade que a ministra Cármen Lúcia assume o posto, já que pela ordem por ser vice-presidente do TSE, tudo indica que será a sucessora. Por outro lado, o ministro Kassio Nunes Marques assumiria o cargo de presidente do Supremo Tribuna Federal (STF), deixado pela magistrada. Os nomes ainda estão sendo analisados, atendendo a estratégia governista que está articulando a eleição.

O ministro escolhido assumirá a presidência da Corte no mês de junho, para um mandato por 2 anos. Caberá ao presidente da Corte, conduzir as eleições municipais de 2024, num clima que promete fortes embates entre os comandados da Bolsonaro e Lula. Nas redes sociais com os avanços da inteligência artificial na produção de deep fakes, o TSE terá que se organizar. Em março, o TSE inaugurou o Ciedde (Centro Integrado de Enfrentamento à Desinformação e Defesa da Democracia). Segundo informaram, o objetivo é reforçar as ações de combate à desinformação durante o pleito deste ano e em futuras disputas eleitorais.

Musk (X) usa de prerrogativas sob proteção das leis americanas

O noticiário político do fim de semana teve um embate que inundou os noticiários e as redes sociais, de forma inusitada entre o bilionário, Elon Musk, dono da rede social X (antigo Twitter), e o ministro Alexandre de Moraes,  relator dos polêmicos inquéritos das fake news e das milícias digitais no Supremo Tribunal Federal (STF). No dia 6 de abril, quando Musk publicou na plataforma mensagens com uma série de críticas ao magistrado e até ameaçou fechar o escritório do X no Brasil.

“Em breve, o X publicará tudo o que é exigido por Alexandre de Moraes e como essas solicitações violam a legislação brasileira. Esse juiz traiu descarada e repetidamente a Constituição e o povo do Brasil. Ele deveria renunciar ou sofrer impeachment. Vergonha, Alexandre, vergonha”, escreveu Lusk em sua conta oficial. 

Bloqueios de contas

Além disso, em uma mensagem institucional, o X afirmou que “foi forçado por decisões judiciais a bloquear determinadas contas populares no Brasil”. “Informamos a essas contas que tomamos tais medidas”, disse a companhia..

Embora não tenha mencionado explicitamente quais seriam essas restrições, o próprio Musk repostou a publicação do X e provocou Moraes: “Por que você está fazendo isso Alexandre?”, indagou o empresário, marcando a conta oficial do ministro do STF. Cerca de 30 minutos depois de mencionar Moraes, Musk respondeu a uma interação em seu próprio perfil no X e escreveu que “este juiz [Moraes] aplicou altas multas, ameaçou prender nossos funcionários e bloquear o acesso ao X no Brasil”.

Provas secretas do TSE para censurar usuários do Twitter Files

A Justiça Eleitoral determinou, no período que antecedeu o pleito de 2022, a coleta em massa de dados privados de usuários da rede social X que fizeram uso das hashtags #Barrosonacadeia, #VotoDemocráticoAuditável e #VotoImpressoNão em suas postagens. A ordem judicial consta nos arquivos da plataforma, conhecidos como Twitter Files.

A ação foi instaurada em 21 de junho de 2021 por parte da Corregedoria-Geral da Justiça Eleitoral, na época da gestão do ministro Luis Felipe Salomão. Na época, o X avaliou a medida como violação a direitos constitucionais e também do Marco Civil da Internet.

Reuniões sem resultados em razão da negativa de acesso ao inquérito

Representantes do Twitter, Facebook e Google chegaram a ser convocados a comparecer a reuniões com o secretário de Tecnologia do TSE, a Polícia Federal e o vice-procurador-geral Eleitoral, Paulo Gonet Branco.

Nas ocasiões, as big techs pediram acesso aos autos, mas não receberam sob a justificativa de que o “o inquérito administrativo é peça informativa, de caráter administrativo, inquisitivo, não acusatório, de modo que a autoridade que o preside deve assegurar o sigilo necessário”, nas palavras do ministro Salomão. Ele ainda teria afirmado que as empresas não eram parte no processo e por isso “não estão em discussão direitos e interesses que lhes pertencem”.

Eleições na Índia; Pesquisas indicam vitória do partido Bharativa Janata (SJP)

As eleições gerais na Índia que serão realizadas ao longo de seis semanas, entre 19 de abril e 1º de junho. (Serão as maiores já realizadas em todo o mundo). O primeiro-ministro Naren dra Naren espera conquistar um terceiro mandato consecutivo. Mas os partidos da oposição dizem que os indianos perderão muitas de suas liberdades caso ele seja reeleito.

 

Pesquisas de opinião recentes sugerem que o partido Bharatiya Janata (BJP) de Modi e os seus aliados vencerão as eleições para a Lok Sabha — a câmara baixa do parlamento indiano — pela terceira vez consecutiva. A Lok Sabha escolhe o primeiro-ministro, que por sua vez escolhe os ministros do governo.

 

Clã familiares podem somar maioria e decidir a eleição

 

Nas eleições de 2019, o BJP conquistou 303 assentos, e a coligação de partidos da qual ele faz parte — a Aliança Democrática Nacional — obteve 352 no total. O principal desafio a Modi nas urnas vem de uma coligação de partidos políticos liderada pelo Congresso Nacional Indiano, o maior partido da oposição. Mais de 20 partidos juntaram-se ao partido do Congresso para formar a Aliança Nacional Indiana para o Desenvolvimento Inclusiva (India, na sigla em inglês). Os principais políticos deste grupo incluem o presidente do partido do Congresso, Mallikarjun Kharge, e os irmãos Rahul e Priyanka Gandhi, cujo pai é o ex-primeiro-ministro Rajiv Gandhi.

A mãe deles, Sonia Gandhi, é uma poderosa líder da oposição, mas não se espera que ela faça uma campanha tão intensa como fez em 2019. O Partido Aam Aadmi (AAP) do governo de Delhi faz parte da coalizão, juntamente com vários partidos regionais importantes. Três dos líderes do partido foram recentemente presos, acusados de corrupção. O AAP acusa Modi e o BJP de buscarem vingança política, o que o BJP nega. (Com informações da BBC News)

União Europeia cobra cumprimento das “big techs” de regras para uso da IA

O desenvolvimento da IA (Inteligência Artificial) acontece a passo tão acelerado que pensar em regras que orientem esse avanço pode parecer algo destinado a falhar: quando um conjunto de regras estivesse fixado, o estado da arte em IA já teria se transformado, tornando as regras obsoletas ou inaplicáveis. E, no entanto, um conjunto de regras é imprescindível, uma vez que as aplicações da IA estão e estarão cada vez mais presentes em nossas vidas.

A aprovação veio perto do fim de fevereiro e entrou em vigor no dia 7 de março. A convivência das autoridades europeias com as chamadas “big techs” nunca foi muito suave. Para citar só um exemplo um pouco mais recente, em julho do ano passado, o CJEU (Tribunal de Justiça da União Europeia, na sigla em inglês) decidiu que os órgãos antitruste dos países do bloco podem verificar se as regras de proteção de dados estão sendo respeitadas.

Legislação passou a valer no mês de março deste ano

A decisão foi contra a Meta: as autoridades alemãs haviam determinado, em 2019, que a companhia (dona de nada menos que Facebook, Instagram e WhatsApp) deveria parar de coletar dados de usuários sem consentimento. Órgãos reguladores de outros países elogiaram a decisão da corte europeia, vendo aí uma abertura para que mais fiscalização recaia sobre as atividades das big techs.

Isso foi cerca de oito meses antes da chamada “AI Act” (“Lei da IA”) europeia entrar em vigor. À época, a legislação que embasou o caso contra a Meta foi a GDPR (Regulamentação Geral de Proteção de Dados, na sigla em inglês).

E a nova legislação já está em ação: no dia 25 de março foram abertas investigações contra Apple, Alphabet (dona da Google) e Meta, todas por suspeita de descumprir em parte a Lei dos Mercados Digitais. Serão 12 meses em que a os negócios dessas gigantes vão ser observados com lupa. Críticos já apontam riscos para a economia europeia; defensores dizem ser preciso fiscalizar mais.

Imagem:Arquivo

ROBERTO MONTEIRO PINHO - Jornalista, escritor, CEO em Jornalismo Investigativo, ambientalista, presidente da Associação Nacional e Internacional de Imprensa – ANI, Associação Emancipacionista da Região da Barra da Tijuca - AEBAT. Membro da ALB - Federação das Academias de Letras do Brasil, Técnico em Arbitragem. (Lei 9307/1996). Ex - Dirigente da Central Geral dos Trabalhadores – CGT, Observador para Assuntos sobre Liberdade de Imprensa no Parlamento Europeu e Direitos Humanos na ONU. Editor Executivo da Revista PeopleNews Brasil-USA. Revista ANIBRPress, Jornal TribunaToday.com. Escreve para Portais, sites, titular de blog de notícias Nacionais e Internacionais, blog Análise & Política. Repórter Correspondente de Guerra. Autor da obra: Justiça Trabalhista do Brasil (Edit. Topbooks), e dos livros e-book: “Os inimigos do Poder”, ”Mr. Trump na visão de um jornalista brasileiro”, “Quando ouço uma Canção” e “Manual da Emancipação”.

 

"Esta publicação opinativa encontra-se em conformidade com a LGPD, lei nº 13.709, 14 de agosto de 2018."