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sexta-feira, 9 de fevereiro de 2024

ROBERTO MONTEIRO PINHO

LULA: Governo é refém do STF, respira por aparelhos, e perdeu o diálogo com o legislativo

Neste reinicio dos trabalhos legislativos, o Palácio do Planalto caminha sob chuvas e trovoadas, e se debate para não ser levado pela enxurrada de percalços que já assolam a administração do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Um dos maiores problemas, é o contorcionismo que o presidente terá que fazer continuamente, para a demanda dos parlamentares, que buscam verbas públicas (leia-se: emendas), para atender suas bases eleitorais nos estados, que já avançam velozmente na direção das eleições de outubro deste ano.

É uma equação de difícil solução, diante da clara divisão de interesses e conflitos, dos legisladores com seus respectivos líderes e presidentes das casas legislativas. É visível para a opinião pública que existe uma instabilidade, reflexo das reações executivo e legislativo, e afeto a isso, acentuou, a partir da ruptura causada pelo corte da verba de R$ 5 bi, das emendas. A medida acabou por isolar os poderes, diga-se em destaque, o governo não ter maioria na Câmara nem no Senado.

Como não se bastasse, para acirrar mais ainda os ânimos, temos a Suprema Corte, instigada a fulminar o crescimento da direita, usando do seu múnus, praticando atos, nada saudáveis para a democracia, tamanhas as medidas restritivas de direitos, seja na forma e conteúdo, praticada a luz da afronta a Constituição Federal da Republica do Brasil.

Uma pergunta que me intriga: “O que de fato teme o Poder Judiciário? ”

Como se um alienígena as questões sociais, o STF liderado pelo algoz da sociedade e dos políticos, ministro Alexandre de Moraes, dá o tom arbitrário, praticando toda sorte de medidas de cerceio a Liberdade, a ampla defesa e a democracia, e com a lança apontada contra qualquer manifestação como aduz a Carta da República. Todavia insurge, com práticas que atentam contra a dignidade humana, ferindo o âmago da LIBERDADE.

Não é tão simples regozijar que o atual governo se elegeu, e por essa razão seja o dono absoluto da verdade, eis que não lhe outorga a pratica de atos insanos. Lula foi eleito com dificuldade, principalmente no segundo turno das eleições, quando houve uma pequena diferença entre ele e Jair Bolsonaro. Além disso, as eleições que se completaram no primeiro turno deram uma grande vantagem para a extrema-direita e para o grupo chamado de Centrão. Daí que mais forte, e unidos, esses parlamentares barganham seus interesses para obter vantagens e cujo mandato é um balcão de negócios.

Essa cultura do “toma lá, dá cá” se constitui uma longínqua pratica do legislativo brasileiro.

Mortes, impeachment, afastamentos, golpes e mais golpes a luz da democracia tese tornou prática comum no país. Neste cenário vertiginosos, está o judiciário e a malfadado STF. Bem lembrado tudo ocorre ao fato de que 2% da população detém o controle da economia, enquanto 98% mingua a toda sorte de dificuldades, que assola a saúde, alimentação, educação e moradia.

O presidente eleito talvez tenha achado que iria governar da mesma forma quando assumiu pela primeira vez em 2003, até encerra seu ciclo de Poder em 2011. Com o poder das decisões, o Congresso Nacional pode quase tudo com quase nenhuma responsabilidade. Agora o presidente Lula vive numa constante queda de braço para aprovar projetos importantes para o executivo, precisando conquistar uma parcela numerosa que somam 513 deputados e 81 senadores.

O presidente não tem encontrado brecha para impor seu estilo populista, o mesmo que utiliza para o cenário externo junto à população e de seus simpatizantes, no Congresso a conversa é outra. De discursos todos que ali estão entendem, tanto quanto ou mais do que Lula, eis que boa parte já detém conhecimento das mídias sociais, o principal fio condutor da opinião pública.

Lula perdeu enorme tempo, viajando pelo mundo, tentando capitalizar atenções para seu governo. Entrou num cenário internacional, onde sequer teve o reconhecimento de sua liderança, o que o europeu de certa forma ignora, quanto a política latino-americana. Neste cenário internacional restaram os gastos excessivos estimados em mais de R$ 1 bi, dele e sua cônjuge, e as comitivas, desnecessárias para a pautas, que refuto sejam menos importantes, diante das prioridades internas de uma país que definha por falta de empregos e caminha para o abismo da incerteza econômica.

Bem lembrado em junho de 2023, ao fechar o primeiro semestre do seu governo, Lula declarou nas redes sociais, em alto e bom tom, que estava, “extremamente satisfeito” com o trabalho desempenhado até o momento. Um ano se passou e o cenário é outro,

Agora no horizonte de 2024 estão as eleições municipais. São 5.567 municípios, (prefeito e vice-prefeitos em todas elas), e um total estimado pelo TSE de 58.208 vereadores.

O Poder é fascinante. Consegue o hipnotizar incautos, eleitores, despreparados, num país em que 10% da população é analfabeta e 39,6% semianalfabetos. Isso significa que a complexidade da política brasileira, torna o acesso a informação um divisor de águas, se consistindo em um universo, para ser explorado com toda sorte de propostas, a maioria que nunca são cumpridas. E ainda sobra para a metade dos brasileiros, a discussão efêmera das teorias da ideologia, conforme hoje, assistimos nas redes sociais. Essa massa humana, de 140 mil eleitores vão definir a urnas em outubro deste ano. O que se consiste numa etapa, preparatória para o grande embate em 2024.

 

ROBERTO MONTEIRO PINHO - Jornalista, escritor, CEO em Jornalismo Investigativo, ambientalista, presidente da Associação Nacional e Internacional de Imprensa – ANI, Associação Emancipacionista da Região da Barra da Tijuca - AEBAT. Membro da ALB - Federação das Academias de Letras do Brasil, Técnico em Arbitragem. (Lei 9307/1996). Ex - Dirigente da Central Geral dos Trabalhadores – CGT, Observador para Assuntos sobre Liberdade de Imprensa no Parlamento Europeu e Direitos Humanos na ONU. Editor Executivo da Revista PeopleNews Brasil-USA. Jornal Tribuna da Imprensa Online. Escreve para Portais, sites, titular de blog de notícias Nacionais e Internacionais, blog Análise & Política. Repórter Correspondente de Guerra. Autor da obra: Justiça Trabalhista do Brasil (Edit. Topbooks), e dos livros e-book: “Os inimigos do Poder”, ”Mr. Trump na visão de um jornalista brasileiro”,  “Quando ouço uma Canção” e “Manual da Emancipação”.

 

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Contato: robertompinho@yahoo.com.br

@robertomonteiropinhooficial