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domingo, 14 de abril de 2019


ANÁLISE & POLÍTICA
ROBERTO MONTEIRO PINHO

Clima tenso por causa do aumento do Diesel  

O presidente Jair Bolsonaro visitou no domingo, (14) o vice-presidente Hamilton Mourão, no Palácio do Jaburu, residência oficial do vice. Na saída do Palácio da Alvorada, onde mora, Bolsonaro fez uma parada-relâmpago para cumprimentar e tirar fotos com cerca de 20 pessoas que estavam no local, entre turistas e moradores da capital. Nesse momento, jornalistas perguntaram sobre a interferência dele no reajuste do diesel, ao telefonar para o presidente da Petrobras e pedir o cancelamento do aumento de 5,7%.
Paulo Guedes...

Ele foi questionado também sobre a declaração do ministro da Economia, Paulo Guedes, à imprensa, um dia depois desse telefonema, de que era possível "consertar" algo que não seja "razoável" para a economia. Bolsonaro entrou no carro novamente e seguiu sem falar com os repórteres. Ainda enquanto tirava fotos e cumprimentava as pessoas, Bolsonaro ouviu elogios e o comentário de um dos visitantes de que era importante reduzir a máquina do Estado.

Repórter pergunta “quem manda no governo”

O ministro do Gabinete de Segurança Institucional, Augusto Heleno Ribeiro, acompanhou o presidente na visita a Mourão, que durou uma hora e meia. O vice-presidente está de repouso após ter feito uma punção para aliviar uma tendinite no cotovelo direito. Na volta ao Alvorada, no começo da tarde, ele novamente parou em frente à portaria para cumprimentar visitantes e, mais uma vez, preferiu não conversar com os jornalistas, que insistiram na questão do preço do diesel. Um repórter chegou a perguntar: "quem manda no governo: o presidente ou o ministro Paulo Guedes?". A cerca de dois metros dos jornalistas, Bolsonaro continuou tirando fotos.

Governo têm Dificuldade para prosseguir com a Reforma da Previdência.

O governo continua com as mesmas dificuldades para conseguir que o texto passe sequer da primeira fase, na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara. Desde os primeiros momentos, o obstáculo principal é a questionada articulação política entre Planalto e Congresso. Agora, o descontentamento tem sido evidenciado pela atuação dos congressistas, sobretudo do Centrão, na CCJ: nenhum interesse em defender a matéria e, nos últimos dias, uma pressão forte para que a pauta fique atrás de temas bem menos relevantes para o governo.
Apesar de reconhecer que a articulação “não está 100%”, o presidente da CCJ, Felipe Francischini (PSL-PR), se encontra confiante de que as reuniões que Bolsonaro tem feito com lideranças partidárias surtam efeito na votação do parecer da reforma. Para o parlamentar, o trabalho de articulação feito “corpo a corpo” com os deputados, sobretudo com os membros da comissão, vai ajudar no mapeamento de votos pela admissibilidade do projeto na Casa. “Esse foi o primeiro projeto entregue pelo governo. Mesmo positivo, é polêmico. A construção de uma base aliada é difícil”, explicou.
Na CCJ...
O andamento da matéria na CCJ foi difícil desde o início, com a busca por alguém disposto a relatá-la, o que não foi fácil de conseguir. A falta de diálogo resultou em outro nome do partido de Bolsonaro: delegado Marcelo Freitas (PSL-MG). Desde a leitura do parecer, na última terça-feira, até os deputados que poderiam integrar a base de apoio do governo têm se mobilizado para obstruir a discussão. A fim de aprovar o relatório, eles têm negociado como moeda de troca outras pautas de interesse do grupo, como o Orçamento impositivo, que obriga o pagamento de emendas que poderiam ser adiadas.

Mesmo com a reação dos parlamentares, o líder do PSL na Câmara, Delegado Waldir (GO), ressalta que o início da discussão sobre o parecer começa, “com certeza”, na segunda-feira e a votação será mantida para terça-feira, apesar das tentativas do centrão de inverter a pauta. A demora para analisar o texto atrapalha também a escolha dos nomes que farão parte da comissão especial, que analisa o mérito da reforma. Waldir explica que os partidos esperam pelo fim dos trabalhos na CCJ para que Maia crie a comissão especial.
Aprovação é apenas um passo...
Mesmo que a admissibilidade da PEC seja aprovada pela CCJ, a fase potencialmente mais demorada é a que vem depois, na comissão especial. O segundo colegiado avalia o conteúdo e o mérito de cada item da proposta. É nessa etapa que os deputados apresentam as emendas, que são sugestões de mudanças no texto. A tramitação também pode demorar na comissão especial porque, nessa etapa, são feitas muitas audiências públicas e seminários com especialistas, representantes do governo e outras autoridades no assunto.
No governo Temer...
Antes de apresentar o primeiro parecer, o relator da reforma de Temer, deputado Arthur Maia (DEM-BA), ouviu 65 expositores, em 15 audiências públicas e um seminário internacional. PECs grandes, como a da reforma da Previdência, costumam ser alvo de dezenas ou até centenas de emendas. A de Temer, por exemplo, recebeu 164 sugestões de mudanças.
FHC e Lula
As anteriores, dos ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Fernando Henrique Cardoso, reuniram, respectivamente, 82 e 457. Os deputados podem apresentá-las nas 10 primeiras sessões do plenário após a instalação do colegiado. 
Os números são expressivos quando se avalia que, para protocolar uma emenda, é preciso que ela tenha a assinatura de um terço dos deputados (171). Alguns temas já são alvos certos de sugestões, adiantados por parlamentares da base aliada, do Centrão e da oposição: as mudanças no BPC e na aposentadoria rural, a proposta de capitalização e a retirada das regras previdenciárias da Constituição são apenas alguns dos assuntos que serão abordados.
Doria quer pesquisa para mudar o nome do PSDB
Maior liderança tucana hoje, o governador de São Paulo, João Doria, disse que o PSDB encomendou uma pesquisa para avaliar entre outras coisas a possibilidade de uma mudança no nome do partido. 

"Nós vamos estudar. Defendo que façamos uma pesquisa a partir de junho. Já está previsto, inclusive. E que esta ampla pesquisa nacional avalie também o próprio nome do PSDB", disse Doria, neste domingo, 14, depois de participar da convenção municipal do PSDB de São Paulo.

Partido se diz do “centro”

A possibilidade de troca do nome de um dos mais tradicionais partidos políticos do Brasil foi revelada pela Coluna do Estadão. Segundo Doria, a reavaliação dos rumos do PSDB não representa uma guinada à direita abandonando o legado social-democrata tucano, como temem algumas lideranças históricas da legenda. 

"O caminho do PSDB deve valorizar a sua história mas entender também a dinâmica de um país que evolui no tempo e no espaço. Hoje o PSDB caminha para ser um partido de centro com respeito à esquerda e à direita com definições claras em suas políticas sociais mas também liberal na política econômica", disse Doria. 

Nomeações de cargos

A convenção municipal dos tucanos paulistanos elegeu o sociólogo Fernando Alfredo, o Fernandão, chefe de gabinete da subprefeitura de Pinheiros e militante oriundo da base do partido, para presidir o diretório municipal do PSDB. Aos gritos de "1, 2, 3 é Covas outra vez" o PSDB fez o primeiro gesto explícito em direção à reeleição do prefeito Bruno Covas, que participou da convenção.

A escolha não teve disputa. Ao longo da semana caciques tucanos fecharam um acordo para formação de uma chapa única na qual Covas indicou o presidente e Doria o secretário geral, Wilson Pedroso, além do tesoureiro-geral, o secretário municipal da Casa Civil, João Jorge.

Maduro corta sinal de TV alemã

O canal de televisão alemão da Deutsche Welle (DW), em espanhol, teve seu sinal cortado neste fim de semana na Venezuela, por ordem da entidade reguladora do governo do presidente Nicolás Maduro. O motivo para o bloqueio da transmissão não foi informado pelas autoridades. O diretor-geral da DW, Peter Limbourg, exigiu do governo venezuelano que restaure o sinal do canal. A Conatel é a instância que regula e exerce o controle sobre as telecomunicações na Venezuela.

Emissora foca crise venezuelana

Limbourg destacou a atenção dada pela cobertura jornalística da DW à Venezuela, especialmente com o programa diário sobre a situação no país. "Vamos fazer tudo o que pudermos para manter nossos telespectadores informados", disse o diretor do canal. O Sindicato Nacional dos Trabalhadores de Imprensa da Venezuela rejeitou no Twitter a decisão da Conatel e destacou o trabalho que a DW vem desempenhando, com múltiplos espaços, para informar sobre a crise venezuelana.
Pessoas gostam de ver suas fotos nas redes sociais
O uso das redes sociais parece estar relacionado com preocupações com a imagem do corpo. Uma revisão sistemática de 20 artigos publicados em 2016 identificou que atividades baseadas em fotos, como rolar a tela do Instagram ou postar fotos de si mesmo, são particularmente problemáticas quando acompanhadas de pensamentos negativos sobre o próprio corpo.
Mas há muitas maneiras diferentes de usar as redes sociais - você está apenas consumindo o que os outros publicam, ou você está editando e fazendo o upload de selfies? Você está seguindo amigos próximos e familiares, ou uma lista imensa de celebridades e influenciadores?
As pesquisas indicam que as pessoas com quem nos comparamos são a chave para a questão. "As pessoas estão comparando suas aparências às das pessoas nas imagens do Instagram, ou em qualquer plataforma em que elas estejam, e muitas vezes acabam se julgando inferiores", diz Jasmine Fardouly, pesquisadora de pós-doutorado da Universidade Macquarie em Sydney, Austrália.
Pesquisa permite avaliar comportamento 
Em uma pesquisa com 227 universitárias, as mulheres relataram que tendem a comparar negativamente a própria aparência com as de amigas distantes e com celebridades, mas não com membros da família, enquanto navegam no Facebook. O grupo de comparação que tinha a ligação mais forte com as preocupações com a imagem corporal era o de amigas distantes ou conhecidas.
Fardouly relaciona isso ao fato de as pessoas apresentarem uma versão unilateral de suas vidas online. Se você conhece bem uma pessoa, saberá que ela está mostrando apenas seus melhores lados, mas se ela for apenas uma "conhecida", você não terá nenhuma outra informação para avaliar aquelas imagens.