ROBERTO MONTEIRO PINHO
Digital Analys-influencer
ANÁLISE & POLÍTICA
Relatório da CPI da Covid sem governadores e prefeitos, conterá omissões e exageros?
A CPI da Covid instalada no dia 27 de
abril se constituiu durante seis meses num circo de sessões midiáticas, com
exposições para a mídia, rompantes da mesa diretora, apimentada por bate-bocas
e revelações, raramente focada no seu principal objetivo de apurar fatos,
envolvendo agentes públicos, governadores e prefeitos. Focados na elaboração do
seu Relatório, segundo seus integrantes, se constituirá num “pacotaço” de 1.100
folhas.
O enfrentamento da pandemia do novo
coronavírus, ao longo de quase dois anos, se tornou coadjuvante no cenário
nacional, a partir da instalação da CPI da Convid, considerada o mais vital
para impulsionar medidas não paliativas para combater a crise sanitária.
Sem se aprofundar na corrupção por
desvio de verba da saúde, apuradas pela Polícia Federal, majorando compra de
remédios, equipamentos e instalação de tendas, personagens nada republicanos,
foram blindados, pela mesa diretora, que sinalizou optar em garantir suas bases
eleitorais, não expondo atores aliados da política a mídia.
Perseguição a Bolsonaro
As críticas da Comissão, ganhou cores
de “caça as bruxas”, tendo como personagem principal o presidente da República,
Jair Messias Bolsonaro. Em seu último ato, a CPI promete atingir o governo ao
votar um relatório que propõe o indiciamento de Bolsonaro por 11 crimes e
responsabiliza três de seus filhos, três ministros, parlamentares aliados e
apoiadores..
Na caçada política tendo com palanque
as sessões da CPI no senado, Omar Aziz (PSD-AM), Randolfe Rodrigues (Rede-AP), Renan
Calheiros (MDB-AL), Simone Tebet (MDB-MS), Humberto Martins (PT-PE) e outros
membros da comissão, que compõe a maioria dos integrantes foram implacáveis. Além
dos discursos, os debates, sempre acalorados, os depoimentos dos convidados,
pouco contribui para o avanço das investigações.
Os depoimentos e o recebimento dos
documentos colocou o governo são peças que precisam ser cuidadosamente
elaborados, para não colidir com o Carter da CPI parlamentar.
Governo perdeu o controle na articulação da composição da CPI
O quadro que se formou, foi
inevitável por causa da desarticulação do governo no Senado, que possibilitou a
formação de um grupo majoritário de tendência contrária ao governo e abriu
espaço para que todos os cargos-chave da comissão ficassem com adversários.
Embora o presidente Jair Bolsonaro
rebatesse os ataques em oposição às vacinas contra a Covid-19, a vacinação se
tornou uma bandeira do governo. Tanto que nas sessões da CPI, os senadores
governistas apesar de minoritários, passaram a abrir as suas falas com os
feitos do governo, atualizando diariamente o número de doses compradas e a
parcela da população imunizada.
Era o que tinham para oferecer, diante
da avalanche de denúncias, sempre recheadas de depoimentos tendenciosos e, e
que segundo juristas: fáceis de derrubar, tamanha as nulidades.
A junção e proximidade com a
operadora Prevent Senior, que colocou em prática os protocolos do tratamento
precoce. Em outro documento, o Exército informou à CPI que distribuiu 2,9
milhões de comprimidos de cloroquina a estados e municípios entre abril e
agosto de 2020 e aumentou a produção de cloroquina a pedido do Ministério da
Saúde, que formalizou a demanda por meio de nota em que orientava o uso da
droga como "terapia adjuvante no tratamento de formas graves de
Covid-19", assim como a distribuição "rápida do fármaco".
Imprensa tendenciosa
A CPI ganhou espaço com a mídia
aliada. Em uma reportagem a Folha, mostrou acusação do policial militar Luiz
Paulo Dominghetti de que teria recebido pedido de propina de US$ 1 por dose de
vacina contra a Covid-19 do então diretor de logística do Ministério da Saúde
Roberto Ferreira Dias.
Dias ainda virou personagem em outra
apuração, envolvendo irregularidades nos contratos da empresa de logística
VTCLog com o Ministério da Saúde. A CPI apontou que existia um grande esquema
para fraudar contratos, que acabou dando início a uma guerra interna na pasta,
contrapondo os indicados do centrão e os militares levados pelo general Eduardo
Pazuello.
Por outro lado, sentindo a pressão
pelas descobertas da CPI, o presidente da República começou a atacar os seus
integrantes. Disse que a cúpula da comissão, formada por Aziz, Randolfe e
Renan, eram os "três patetas". Ao se dirigir a Randolfe, o chamou de
"saltitante" --termo de caráter homofóbico.
Núcleo: TRIBUNANews/CNN/FOLHA/Agência
Senado/Imagem:Internet
Alcolumbre será investigado por demora para agendar a sabatina de Mendonça
A ministra Rosa
Weber, do STF (Supremo Tribunal Federal) enviou à Procuradoria-Geral da
República um pedido para investigar o presidente da CCJ (Comissão de
Constituição e Justiça) do Senado Davi Alcolumbre (DEM-AP) pela demora em
agendar a sabatina de André Mendonça, indicado à Corte. Para Weber, cabe à PGR
opinar se há indícios de crime que justifiquem a abertura de um inquérito. O
procedimento é padrão.
A petição original,
feita pelo advogado Rodrigo Marinho de Oliveira, acusa Alcolumbre de crime
contra o Estado democrático de direito, de responsabilidade, de discriminação
religiosa e de concussão quando alguém que ocupa cargo público usa a função
para exigir alguma vantagem indevida. A Procuradoria terá até 15 dias para
responder ao pedido.
Juízes
consumiram R$ 2,4 bilhões por férias vencidas
Juízes com direito a 60 dias de férias
por ano e, quando não usufruem de tudo, podem pedir uma indenização pelos dias
pendentes, ou seja: "vender" parte das férias. Na plataforma de dados
do CNJ (Conselho Nacional de Justiça) estão os dados de que os tribunais gastaram
R$ 2,4 bilhões em quatro anos (de setembro de 2017 a setembro de 2021) com
pagamentos dessa indenização, por férias não usufruídas. Não existe
ilegalidade, pois se trata de um direito dos juízes.
Muitos receberam no período o valor de
R$ 1,3 milhão por férias não usufruídas. O valor total, bancária por quase 30
anos o programa de distribuição gratuita de absorventes higiênicos,
considerando o custo anual de R$ 84,5 milhões estimado pela Câmara. O programa
foi vetado pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido).
Setor de transporte de carga
vai para à partir do dia 1º de novembro
Três entidades de trabalhadores de transporte de cargas anunciaram que decidiram decretar estado de greve e que vão iniciar greve nacional a partir de 1º de novembro se o governo federal não atender reivindicações que remontam à paralisação dos caminhoneiros em 2018.
A decisão foi tomada durante encontro no Rio de Janeiro que reuniu as entidades CNTTL (Confederação Nacional dos Trabalhadores em Transportes e Logística), vinculada à CUT (Central Única dos Trabalhadores); CNTRC (Conselho Nacional do Transporte Rodoviário de Cargas) e Abrava (Associação Brasileira de Condutores de Veículos Automotores), segundo comunicado enviado à imprensa na noite de no dia (16/10).
O governo federal tem afirmado que está aberto ao diálogo com os
caminhoneiros e tem feito uma série de concessões paliativas aos motoristas,
como incluí-los como grupo prioritário de vacinação contra a Covid-19. Uma das
principais queixas dos motoristas é justamente o custo do combustível,
reajustado para cima seguidas vezes nos últimos meses pela Petrobras. O preço
médio do diesel no país acumula alta de mais de 50% neste ano.
Dólar
A moeda americana ampliou as perdas
sendo negociada abaixo dos 5,44 reais na sexta-feira (15/10), com a moeda
brasileira sendo amparada por sinalização do diretor de política monetária do
Banco Central, Bruno Serra, de que a autarquia intervirá no mercado de câmbio
quando necessário. Às 11h36m (horário de Brasília), o dólar à vista caía 1,27%,
a 5,4457 reais na venda e, por volta das 11h10, foi à mínima do pregão, de
5,4344 reais, queda de 1,48%.
A moeda norte-americana apresentou queda
desde a abertura dos negócios, embora a uma taxa mais comportada, com
investidores reagindo a nova intervenção extraordinária do Banco Central no
câmbio na forma de venda nesta sexta-feira de 20 mil contratos de swap cambial
tradicional, o equivalente a 1 bilhão de dólares.
Ibovespa
O Ibovespa fechou a semana em alta de 1,33%, a 114.691 pontos, impulsionado pelo bom desempenho de Wall Street, onde os resultados dos primeiros balanços desta temporada têm animado investidores. A recuperação das companhias brasileiras dos setores de metais, celulose e bancos também contribuiu para a Bolsa encerrar esta sexta-feira no maior patamar desde 15 de setembro. O ganho acumulado da semana foi de 1,6%.
O destaque positivo do dia foi o Grupo GPA (PCAR3), que fechou com forte alta de 12,36%, a R$ 31,10, após anunciar a venda de 71 lojas Extra Hiper para o Assaí, decisão que marca o início da saída do grupo do segmento de lojas hipermercados. A notícia repercutiu em todo o setor varejista. O rival Atacadão (CRFB3), controlado pelo Carrefour, subiu 3,61%; Americanas (AMER3) avançou 10,52%; Lojas Renner (LREN3) cresceu 3,32%; e Magazine Luiza (MGLU3) teve alta de 2,75%.
A PDG Realty (PDGR3), que não integra o Ibovespa, disparou 94,51% e fechou a R$ 3,19. A construtora anunciou na noite de ontem (14) o encerramento do processo de recuperação judicial iniciado em 2017, após cumprir obrigações previstas no plano de reestruturação.
Wall Street
Em Wall Street, os principais índices fecharam em alta com investidores otimistas em relação aos resultados do terceiro trimestre dos grandes bancos norte-americanos. O Dow Jones avançou 1,09%, a 35.294 pontos; o S&P 500 teve aumento de 0,75%, a 4.471 pontos, e o Nasdaq cresceu 0,50%, a 14.897 pontos.
Imagem:Internet
Por:
Roberto Monteiro Pinho - jornalista, escritor e presidente da Associação
Nacional e Internacional de Imprensa - ANI.