Busca:

domingo, 1 de dezembro de 2019



ANÁLISE & POLÍTICA
ROBERTO MONTEIRO PINHO

PT em colapso e Lula destrambelhado

Posto em liberdade após 580 dias de reclusão o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, armou seu discurso de forma equivocada, conforme comentam os cardeais do PT. “Ele falou com baixo clero, e deixou de assinalar que o partido precisa discutir um plano, um projeto que possa alicerçar a retomada e não fazer discursos de palanque”, comentou um prócer militante para o colunista.
O Portal - O Tempo publicou análise do jornalista Vittorio Medioli em sua página que a: “humilhação que qualquer ser humano pode experimentar ao ser preso marca sua personalidade. Lula saiu, assim, diferente, não é a figura que adotou a fórmula “paz e amor” e ganhou a Presidência. Regrediu ao Lula ferro e fogo sem maioria. Quem esperava que conseguiria arrastar multidões, especialmente por ser o personagem que marcou mais decididamente os primeiros 19 anos deste milênio, está perplexo.
Criticas são contundentes e fazem sentido
Os poucos ônibus de “simpatizantes” que foram a Curitiba para acolhê-lo no portão da carcerária voltaram a São Paulo sem pagar a conta da churrascaria, sinalizando que aquele aparato que esbanjava organização e coordenação deteriorou-se.
Os tempos mudaram as tendências, os jovens não se empolgam facilmente com ideias políticas, querem o bem-estar que compartilham nas redes sociais, em que passam metade do seu tempo. Lula perde nas redes, é importante para um número cada vez menor. A Lava Jato desbotou seu discurso, o brilho do metalúrgico cobrador de justiça.
Enfraqueceu no Nordeste, onde ditava as tendências e arrebanhava votos que faziam a diferença. As tecnologias disruptivas deixaram para trás aqueles que não se adequaram. Os adversários de Lula estão muito à frente, não apenas na ocupação de novo campo virtual de confrontação, mas no conhecimento e capacidade de se aproveitar dele.
Perda de espaço é visível
A presença de Lula depois dos primeiros dias de liberdade, paradoxalmente, preencheu o quadrante político com um vento constante e previsível. Para quem tem noção de aeronáutica, esse vento, mais que atrapalhar Bolsonaro, pode retirar o efeito do vento de cauda que deixa inconfiáveis as manobras e diminui a sustentabilidade das asas.
Bolsonaro terá um contraponto diferente das proezas dos “filhos”, que ficam relegados a um terceiro plano. Enfim, é prudente imaginar que Lula pode ajudar Bolsonaro a encontrar um rumo mais firme e ter a bola levantada por quem não é mais o colosso que já foi antes da Lava Jato. Hoje a maior parte da população, até nos rincões, anseia por paz, emprego e melhorias.
A alta do dólar
Para Fernando Bergallo, diretor de câmbio da FB Capital, o dólar deve se manter acima dos R$ 4,00 pelo menos até o primeiro semestre de 2020. Na análise de Bergallo, o aumento na velocidade dos cortes na taxa de juros acabou afastando investidores estrangeiros, afinal, a taxa fica cada vez mais próxima dos juros americanos que, apesar de darem retorno menor, são mais seguros.
"A queda da diferença entre as taxas de juros internas e externas é um dos motivos. Reduziram-se em muito os atrativos para que haja um fluxo de dólares para o mercado brasileiro. O Banco Central acelerou o ciclo de cortes dos juros básicos, trazendo-os a inéditos 5% ao ano e com perspectiva de chegarmos em 4,5% nos próximos meses."
Boletin Focus e Consultoria LCA
Nas projeções do boletim Focus, divulgado semanalmente pelo Banco Central com a projeção de economistas para os principais indicadores, a moeda americana fechará o ano de 2019 cotada a R$ 4,10 — a projeção era de R$ 4 na semana passada. Para o fechamento de 2020, a previsão é de R$ 4 por dólar.
Em relatório divulgado nesta semana, a consultoria LCA afirmou que "cresceu a chance de que, em breve, passemos a projetar, nesse nosso cenário base, dólar e Selic um pouco mais altos do que ora projetamos. E cabe alertar que aumentaram os riscos de um quadro frustrante no ano que vem, com elevação de incertezas políticas e sociais ameaçando o andamento da agenda econômica".
Ministro Paulo Guedes
Em sua fala nos Estados Unidos na segunda-feira, o ministro Paulo Guedes disse não haver motivo para preocupação, porque a inflação está controlada e porque o câmbio desvalorizado facilita a exportação. Para ele, a valorização do dólar sobre o real reflete uma mudança de políticas no Brasil, que tem baixado os juros. Atualmente, a taxa Selic está em 5% ao ano.
Viriato, do Insper, diz que as turbulências políticas na América Latina criaram certo receio por parte dos investidores em relação aos ativos da região. "Recentemente, todas as moedas da região estão se desvalorizando (em relação ao dólar)."
Para a LCA Consultores, a alta do dólar também reflete a frustração dos mercados com os leilões dos blocos exploratórios de petróleo e gás do pré-sal, que resultaram na entrada de menos dólares do que se esperava. Além disso, reflete "a percepção de que os fundamentos das contas externas podem estar piorando. A revisão das contas externas divulgadas pelo Banco Central esta semana revelou que o déficit em conta corrente tem sido maior do que apontavam as estatísticas preliminares".
A alta do preço da carne bovina
Depois de encarecer o fim de ano dos brasileiros, o aumento do preço da carne observado nos últimos meses promete se estender também por 2020 — pelo menos nos primeiros meses do ano, na visão de especialistas em comércio exterior e inflação ouvidos pela BBC News Brasil.
Isso porque os graves problemas que atingiram a monumental produção de porcos na China, que tem comprado mais carne do Brasil e desabastecido o mercado brasileiro, ainda estão longe do fim. E, em tempos de dólar alto, vender para o exterior é bem mais atrativo que as vendas nacionais.
Em outubro, as vendas de carne bovina para os asiáticos subiram 62% sobre setembro, em um total de mais de 65 mil toneladas. Nesse embalo, o preço do boi gordo no Brasil bateu recordes em novembro, segundo dados do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), da Esalq/USP.
China importando
A razão para o aumento envolve, além do fator China, um momento de oferta restrita de bois no Brasil, um tradicional aumento da procura doméstica por carnes no fim do ano e o dólar cotado acima dos R$ 4, que aumenta ainda mais o ganho dos exportadores na hora de converter o dinheiro das vendas para real.
Segundo a Associação Brasileira de Supermercados (Abras), em menos de três meses o custo do contrafilé subiu 50% para os supermercados; o do coxão mole, 46%. Por isso, o aumento foi repassado aos consumidores.
Brasil está entre os três maiores produtores
Embora seja a proteína mais consumida na China, nenhum produtor mundial teria capacidade para alimentar os mais de 1 bilhão de habitantes do país com carne suína, e por isso a saída foi migrar as compras para carne de boi. Nesse ramo, os maiores produtores são Estados Unidos, Brasil e Austrália.
Segundo o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Esalq/USP, o volume de carne exportado pelo Brasil se mantém acima das 100 mil toneladas desde julho de 2018, influenciado especialmente pela demanda chinesa. Em novembro, a China até autorizou 13 novos frigoríficos brasileiros a exportar para o país para reforçar a produção.
Black Friday x fraudes...
As maiores lojas de departamentos do Brasil anunciaram a chegada da data mais esperada por quem espera fazer compras com grandes descontos: a Black Friday (na sexta, dia 29). Mas a data tão atrativa também se tornou a preferida dos golpistas digitais. Dados de empresas brasileiras de segurança cibernética apontam que a data é a campeã em fraudes. Nenhum outro dia do ano tem tantas ocorrências de consumidores enganados.
"A Black Friday é o 'Natal' dos golpistas. É quando eles ganham mais dinheiro", diz Thiago Tavares, presidente da SaferNet Brasil, organização sem fins lucrativos voltada para garantir segurança em questões de privacidade e crimes na internet.
Ele explica que a data é campeã de golpes porque une dois ingredientes "explosivos": "O desejo do consumidor de comprar algo com um preço muito mais baixo do mercado e, do outro lado, a vontade do golpista de ganhar dinheiro".
A importância dos detalhes na hora da compra
"As pessoas ficam ainda mais suscetíveis a assumir riscos e tomar decisões imediatas porque elas têm um dia só para aproveitar. Muitas vezes, no intervalo do almoço, do café, para não perder a promoção. Como ela vai pesquisar algo em tão pouco tempo?", diz.
Para Bruno Almeida, especialista em segurança de dados e diretor de inovação da Mandic Cloud, empresa de tecnologia especializada em computação em nuvem, "essas são datas em que as pessoas ficam angustiadas porque elas esperam esse momento o ano inteiro para comprar. Se ela não ficar atenta aos detalhes, acaba comprando por impulso por conta das mensagens de emergência."
Brasil está entre os cinco países com os maiores números de ataques em ambiente digitais.
O coordenador do MBA de marketing digital na FGV, Andre Miceli, disse que as pessoas caem mais em golpes na Black Friday porque têm a expectativa de encontrar preços abaixo do normal — e não desconfiam deles.
Miceli afirmou que o Brasil está entre os cinco países com os maiores números de ataques em ambiente digitais. São 60 milhões invasões de hackers ou transações comerciais fraudadas por ano.
ado especialmente pela demanda chinesa