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domingo, 31 de março de 2019


ANÁLISE & POLÍTICA
ROBERTO MONTEIRO PINHO

Moro: STF teve revezes para frear a Lava Jato

O ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, disse reconhecer que possam haver tentativas de frear a Lava Jato, mas que a operação "prossegue" ainda assim. Nesse sentido, Moro avaliou que o Supremo Tribunal Federal (STF) "seguiu um ciclo virtuoso" em pról do combate à corrupção, mas que também foi palco de "alguns reveses". As declarações do ex-juiz responsável pelos processos da Lava Jato em Curitiba foram dadas em entrevista publicada no domingo (31) pelo jornal O Estado de São Paulo. 

Sérgio Moro destacou como um dos "reveses" produzidos pelo Supremo a decisão proferida neste mês que reconheceu a competência da Justiça Eleitoral para julgar crimes comuns relacionados a suspeitas de caixa dois. "Respeitosamente, uma decisão que não é boa. A Justiça Eleitoral não é o melhor lugar para tratar desses casos. Faz um trabalho fantástico nas eleições para resolver disputas eleitorais, mas não é uma Justiça habilitada estruturalmente para julgar esses casos mais complexos. Foi uma decisão ruim que não desmerece os precedentes anteriores", avaliou o ministro.

Crise com Maia

Sérgio Moro e Rodrigo Maia "selaram a paz" em um café da manhã promovido pela deputada Joice Hasselmann. Questionado sobre a prisão do ex-presidente Michel Temer (MDB), Moro evitou entrar no mérito das investigações ou do pedido de prisão preventiva do emedebista.
Bretas
O ex-juiz, no entanto, não se furtou a exaltar Marcelo Bretas, que foi o responsável pela ordem de prisão de Temer na 7ª Vara Criminal Federal do Rio de Janeiro. Segundo o ministro, Bretas é "muito corajoso" e "um magistrado que merece elogios".
Bolsonaro freia a farra dos concursos públicos
Um decreto presidencial publicado na sexta-feira (29) no Diário Oficial da União estabelece regras mais rígidas para abertura de concursos públicos e nomeação de aprovados no Executivo Federal. Segundo o governo, haverá "maior rigor na autorização de concurso público e na autorização de nomeação de aprovados".

O decreto estabelece que os órgãos precisarão comprovar a necessidade de novas contratações a partir dos concurso públicos. "Os entes públicos interessados vão precisar dar mais elementos para comprovar que, realmente, é necessário o concurso público e que não há como resolver o problema com a realocação de mão de obra já disponível na administração pública federal ou com mão de obra terceirizada", diz o texto.

Autonomia para ministros e titulares de autarquias e fundações

A nova regra também concede mais autonomia aos ministros e titulares de autarquias e fundações para, "dentro de certos parâmetros, organizarem administrativamente suas unidades", segundo o decreto. "Ministros de Estado e titulares de entidades ficam menos dependentes de decreto presidencial para questões triviais de organização administrativa", justifica o governo.

Extinção de 21 mil cargos

A decisão de aplicar mais rigor para a abertura de novas vagas veio após a extinção de 21 mil cargos, funções e gratificações, uma medida que estava prevista na meta de prioridades para os primeoros 100 dias de governo. Com a medida, o governo pretende economizar R$ 195 milhões por ano (0,05% do que o governo estima que vai gastar com servidores em 2019, R$ 326 bilhões).

Pelas regras atuais, os concursos têm validade de dois anos prorrogáveis por igual período. Com a mudança, não haverá mais prorrogação de dois anos, a menos que o edital preveja essa possibilidade, em alguma exceção.  Atualmente, os órgãos públicos podem nomear, além dos candidatos previstos no edital, 50% além do ofertado, desde que o Ministério da Economia autorize. As novas regras prevêem que esse percentual seja diminuído para 25% além do ofertado no edital.

Eleição na Turquia enfraquece a situação governista

O presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, e seu partido sofreram um duro revés nas eleições locais de domingo (31), ao perder a capital, Ancara, e com o risco de uma derrota em Istambul, pulmão econômico do país, segundo os resultados parciais. Estas eleições, nas quais os turcos elegeram seus prefeitos, vereadores e chefes de bairro ("muhtar"), representaram um teste para Erdogan.
O presidente batalhou durante a campanha para evitar um voto de sanção contra seu partido, o AKP, em um momento em que o país atravessa uma tempestade econômica, com altas taxas de inflação e desemprego.
Os votos...
Segundo a agência pública de notícias Anadolu, o candidato comum dos partidos de oposição CHP (social-democrata) e Iyi (direita), Mansur Yavas, venceu em Ancara com 50,9% dos votos, contra 47,% para o candidato do governista AKP, Mehmet Özhaseki, após a apuração de 99% das urnas. Esta derrota na capital política do país representa um revés inédito para Erdogan, que ganhou todas as eleições desde a chegada do AKP ao poder, em 2002.
Assim como Istambul, Ancara era controlada pelo partido de Erdogan, e pelas formações islamistas que o precederam, há 25 anos. Em Istambul, tanto o candidato de Erdogan, o ex-primeiro-ministro Binali Yildirim, como seu rival Ekrem Imamoglu reivindicaram a vitória.
Com 98% dos votos apurados, os resultados apontavam uma pequena diferença entre os dois. Ante a possibilidade de uma derrota em Istambul, Erdogan declarou que o AKP controlaria de todos os modos a maioria dos distritos da cidade, mesmo que a oposição fique com a prefeitura.
São Paulo e Rio caem no ranking de cidades mais caras do mundo
Relatório da Economist Intelligence Unit, o braço de análises e pesquisas da revista The Economist, indica que a  queda da inflação no Brasil e o enfraquecimento do real diante do dólar levaram São Paulo e Rio de Janeiro a cair várias posições no ranking de cidades mais caras do mundo.
O ranking comparou preços em 133 cidades do mundo e concluiu que as três cidades mais caras - empatadas no primeiro lugar - são Paris, Hong Kong e Cingapura. São Paulo e Rio de Janeiro, que em 2017 foram as cidades que mais encareceram no ranking - subindo 29 e 27 posições respectivamente - ficaram, desta vez, entre as dez onde os preços mais caíram os últimos 12 meses.
NY é referência
A pesquisa compara o custo de itens básicos, como alimentos e bebidas, nas cidades. Também monitora se os preços subiram ou caíram comparando-os com o custo de vida em Nova York, que é usado como referência. De acordo com o relatório, a queda acentuada no custo de vida em países como Brasil, Argentina e Turquia é associada às desvalorizações das moedas locais, por sua vez causada por "turbulências econômicas".
Efeito dólar...
No Brasil, o dólar terminou o ano com alta de 16,92% diante do real, levando a moeda brasileira a ficar pelo segundo ano seguido entre as que mais perderam terreno para a americana no mundo.
Já a inflação oficial, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), fechou o ano em 3,75% - dentro da meta estabelecida pelo Banco Central para 2018, que varia de 3% a 6%. Apesar da disparada da inflação, Caracas, na Venezuela, é a cidade menos cara entre as 133.

As cidades mais caras

Pela primeira vez na pesquisa, realizada há 30 anos, o primeiro lugar do ranking é dividido por três cidades. Paris e Hong Kong agora são tão caras quanto Cingapura, a mais cara do ranking anterior. A capital francesa é uma das quatro cidades europeias no top 10. A autora do relatório, Roxana Slavcheva, explica que Paris está entre as 10 cidades mais caras desde 2003 e é um lugar "extremamente caro" para se viver.