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sexta-feira, 20 de janeiro de 2023

 

ROBERTO MONTEIRO PINHO

Não é o Lula da JANJA, nem o Bolsonaro da MICHELLE

Eva Maria Duarte (Evita Perón) idolatrada pelos argentinos, faleceu jovem aos 33 anos, após convalescer de um câncer. Atriz e de altíssimo primor em elegância, marcou a história política da América do Sul e se tornou referência para o posto de primeira Dama das repúblicas castelhanas.

A lendária paixão pela política foi marcante e a acabou deixando um exemplar legado as futuras senhoras primeira dama, que ao lado de presidentes, que inspiradas em Evita, desempenharam seu papel da caridade, humanitário e solidário as massas populares. Nostalgia a parte, Evita foi mais além de ser ovacionada e reverenciada pelas camadas pobres da Argentina, a ponto de 'Los Hermanos"  até hoje, sequer admitirem uma insinuação a falta de respeito à sua memória.

Enquanto saudamos "Llores por Mi Argentina", canção de profundo clamor em referência ao fenômeno "Evita" , os brasileiros assistem atônitos uma desagradável desenvoltura de primeira Dama, tendo como personagens duas figuras, senão patéticas, desajustadas do real contexto do papel inerente ao cargo, que por excelência  e capitaneado pelo posto político voltado ao social.

Atuação ímpar a santifico

Eva Perón, já primeira-dama da Argentina, promoveu a lei do sufrágio feminino que apresentou em1946 e foi aprovada em 1947, e os conceitos de igualdade jurídica dos cônjuges e autoridade parental compartilhada, que foram incorporados ao artigo 37 da Constituição promovida por Perón em 1949 (posteriormente revogada após o golpe militar de 1955).

Em 1949, Perón fundou o Partido Peronista Feminino, que presidiu até sua morte.

“Evita” defendeu os direitos dos setores mais vulneráveis ​​e promoveu programas sociais: no âmbito da Fundação Eva Perón, foram criadas instituições educacionais, hospitais, a famosa Escola de Enfermagem e lojas de alimentos. Com razão, ela ficou conhecida como a “porta-bandeira dos humildes” e a “mãe dos sem camisa”, que na Argentina era usada na época para se referir a pessoas muito pobres

Fora da Argentina, o popular musical da Broadway “Evita”, de Andrew Lloyd Webber e Tim Rice, que teve sua versão cinematográfica em 1996, com o papel principal de Madonna. Baseado na biografia altamente crítica de Eva Perón publicada em 1952 por Mary Main, porém, nenhuma das duas obras é celebrada pelos peronistas.

As primeiras damas da corte brasileira

A longo de vários mandatários, por décadas, nossas primeiras damas, jamais chegaram ao pés da madre de "Los pobres", Evita Peron.

Tivemos senhoras na República, timidamente distintas, damas de ditadores, de traidores da pátria, mentirosos, fascistas, torturadores, ladrões, condenados, e golpistas, todos linchados a grupos capitalistas, especuladores, exploradores e criminosos, onde a política, começa no escritório de negócios do Banco Mundial, FMI e Cia.

Um cenário insolente e violento ao sentimento pátrio, cujo papel trilha da agiotagem a exploração de riquezas naturais. Estando tudo feito com afago dos nossos presidentes, nada interessados, a não ser, fama, poder e dinheiro. Esse último, a matéria prima para comprar consciências, produzir fantoches, e massacrar pobres e explorados por todo mundo, e no Brasil a desigualdade, sem penúria, e piedade.

Perón o "generalíssimo", ditador sanguinário, tinha ao largo de sua hostilidade com "lo pueblo" argentino, a sua Evita que o aplacava. Já enquanto por décadas, o povo brasileiro, sequer poderia sonhar em ter algo parecido.

As mulheres dos nossos presidentes civis, dos golpistas de 64, se notificaram como socialites, festivas, até recatadas, católicas, protestantes, evangélicas, espíritas e pode não ter faltado sacerdotisas do "demônio", mas nenhuma delas, sequer um lampejo de Evita.

Um denso nevoeiro, prenunciando dias sombrios

Neste momento em que se iniciou mais um período de gestão político – populista, tendo a frete o Presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), e a Nação partida ao meio, o brasileiro está inseguro, acuado, atemorizado e mergulhado na nebulosa incerteza.

Enquanto aguardam ansiosos, o sinal milagroso que ao que tudo indica, está longe de acontecer. Sequer, dão conta de analisar o cenário de dois governos, onde as primeiras damas, não contribuíram, mesmo a do atual mandatário, que em poucos dias de poder, é protagonista de equívocos, e ruidosas insinuações, nada salutar e condizente ao posto em que está titular.

Nem Lula da JANJA a Bolsonaro da MICHELE, ao que tudo indica, e encena, não estão perceptivos, de que a onda de desesperados, não se esvaiu.

Ao contrário, se na superfície dos acontecimentos, manifestações, sacodem o país, e causa inquietação, outra onda, porém silenciosa cresce assustadoramente, eis que, os abutres de Plantão, preocupados em sair e se esbanjaram na fama e poder, digerem como glutões exacerbados, o banquete que inala o veneno para a sua autodestruição, já que para isso, o tempo acena no horizonte, com dias sombrios. (Imagem: Arquivo).

Roberto Monteiro Pinho - jornalista, escritor, ambientalista, CEO em jornalismo Investigativo e presidente da Associação Nacional e Internacional de Imprensa - ANI. Escreve para Portais, sites e blog de notícias nacionais e internacionais. Autor da obra: Justiça Trabalhista do Brasil (Edit, Topbooks), em revisão os livros “Os inimigos do Podere “Manual da Emancipação”.

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